De volta ao passado

Em dezembro, eventualmente, você ouviu alguma canção em celebração às festividades natalinas e fim de ano. Nos sistemas de sons ambientes dos shoppings, lojas, apresentações culturais e escolares, ou, nas mais diversas sonorizações de propagandas, ocasionalmente, foi utilizada a versão instrumental de “White Christmas”. Seguida de outros sucessos natalinos, é uma das músicas mais gravadas e executadas da história fonográfica mundial.
No Brasil, surgiram suas “versões cantadas” como “Natal Branco”, gravada pelos mais diversos artistas nacionais e latinos, como Nelson Gonçalves, Roberto Carlos, Roupa Nova, Simone, Jorge Vercillo, Ivete Sangalo, Chitãozinho e Xororó, entre outros. Você sabia que uma das versões mais consagradas, líder de vendagens, o autor é um saudoso “cosmopolense”?
“Mil estrelas lá no céu brilhando, mostram que a noite vai chegar. E os casais passando, vão procurando, presentes que alguém irá ganhar. Os pinheiros a luzir lindos, com seus enfeites de brocal, e o bater dos sinos a lembrar, tudo isso é noite de natal. A lua branca cruzou no céu, nunca vi beleza assim, é a noite chegando ao fim, trazendo Papai Noel. Queria um presente especial, que houvesse neve no meu natal”. Letra de Paulo Queiroz, uma versão inspirada na canção estadunidense “White Christmas”, do cantor Irving Berlin.
Música gravada em 1965, pelo cantor Paulo Queiroz e Giane, “a voz doçura”, integrante do disco compacto “Nosso presente de Natal”, com arranjos do consagrado maestro Willy Join. O disco trazia quatro músicas natalinas, destacando a versão Natal Branco composta pelo jovem Paulo Queiroz, e tradicionais sucessos como Noite Feliz, Boas Festas e Feliz Natal, com novos arranjos e adaptações para duas vozes. Líder absoluto de vendas, mais de 2 milhões de cópias em poucos dias, sucesso nacional nas emissoras de rádio, e o último trabalho de Paulo.
Em 16 de dezembro de 1965, semanas após o lançamento do disco, Paulo faleceu tragicamente em um acidente de carro. Em Buri (SP), o quilômetro 139 da Raposo Tavares, marcava as mortes dos sete ocupantes do veículo, o compositor Teddy Vieira, Paulo Queiroz, o cantor Lauripes Pedroso (da dupla Irmãos Divino) e sua filha, Antônio Pedroso e esposa Jandira (pai e mãe do cantor), e o Tenente Manoel Farao. Paulo Queiroz estava com 28 anos de idade. Nos primeiros dias de dezembro, Paulo esteve em Cosmópolis, visitando familiares e amigos.
São inúmeras suas raízes cosmopolenses, paternas e maternas, mas devido às questões comerciais da família, acabou nascendo em Espírito Santo do Pinhal. As férias escolares, datas festivas e os mais diversos momentos da sua vida, passou nas casas dos Queiroz em Cosmópolis, entre as maiores famílias da cidade. Relatam os familiares, que os primeiros acordes musicais, assim como a fluência nos idiomas italiano, francês e inglês, o jovem Paulo aprendeu nas terras cosmopolenses, convivendo com imigrantes na Rua Campinas e Usina Ester, onde residiam os avôs, tios e primos. O sucesso “Dominique”, gravado pela cantora Giane, é uma versão de Paulo, assim como inúmeras outras versões internacionais da época.

“O Natal é sempre oração. Oração da paz universal”. Feliz Natal cosmopolenses!

Texto Adriano da Rocha (Curta @AcervoCosmopolense) – Foto Compacto Chantecler