De volta ao passado

1978 – há 44 anos em Cosmópolis – Na época, um registro singular e audacioso, desafiando as alturas do templo em construção, com passagens realmente sinuosas de acesso, mas sobretudo, o severo Monsenhor João Batista Maria Rigotti. Peripécias da juventude cosmopolense, utilizando uma pequena câmera analógica, daquelas Kodak de rebobinação de filme manual, o astuto Sérgio Lapa, saudoso Serginho, realizou o registro fotográfico no campanário da Paróquia Santa Gertrudes de Helfta, popular Igreja Matriz.

Provavelmente uma tarde de domingo, ocasião de intenso movimento no largo e igreja, encontro de jovens nas imediações da Praça e Avenida Ester, e os fiéis católicos chegando na tradicional missa noturna. Nos anos 1970, o novo reduto da juventude cosmopolense, referência aos casais de namorados, estudantes das escolas do “Comércio” e “GEPAN”, um marcante espaço para os amigos, um indicador para as mocidades da região. Na imagem, a última estruturação pública do histórico “Largo de Matriz”, então constituído pela Praça Paulo de Almeida Nogueira, antiga Isabelita Barboza de Oliveira Vieira, desmembrada pela rua Santa Gertrudes.

Na imagem, notabiliza a concepção criada pelo prefeito José Garcia Rodrigues, “Zé da Peggy”, seguindo o mesmo projeto arquitetônico e paisagístico da Praça Major Arthur Nogueira Ferraz, conhecida “Praça do Coreto” e “Jardins cosmopolenses”, elaborado em 1956. Reestruturação e ampliações oficialmente inauguradas pelo prefeito Willy Luiz Neumann (1969 a 1973), celebrando os 25 anos de emancipação política e administrativa de Cosmópolis, o “jubileu de prata municipal”.

Em evidência, as calçadas em pedra portuguesa, realçando os formatos de flores desabrochando, bancos de granilite mista com propagandas comerciais, doações de empresários e industriais cosmopolenses, jardins baixos e gramados, avivando as pequenas quaresmeiras e arbustos ornamentais. Outros marcantes destaques são as luminárias “chinesinhas” (alusão ao formato das cúpulas de ágata esmaltada), e um dos marcantes tulipas ornamentais, envolto na sua base do arbusto “coroa de cristo”. O segundo tulipa, possuindo somente sua base na direita, foi destruído acidentalmente, quando um grupo de amigos escalou seu topo, ruindo com a pressão do peso dos corpos na cúpula, a delicada estrutura de porcelana. Não aconteceu uma tragédia pela sorte dos endiabrados meninos, os quais desapareceram depois do fatídico acontecido.

Neste período, as ruas Dr. Campos Salles e Santa Gertrudes, assim como a Avenida Ester e outras vias centrais, o fluxo possuía dois sentidos de trânsito, conhecida mão dupla. As mudanças estruturais e viárias aconteceriam em 1990, com o novo projeto do Largo e reestruturação urbana da região central, criado pelo engenheiro “Beto Spana”, transformando totalmente a velha e seus acessos, como é notório atualmente.

Texto: Adriano da Rocha (Curta e siga @AcervoCosmopolense) – Foto: acervo Serginho Lapa