De volta ao passado

Maio de 1992 – Há 30 anos – mês de intensos trabalhos na região central cosmopolense, marcado pelo início das obras do “Calçadão da Avenida Ester” no popular “quarteirão bancário”, distinguido pelas ruas Del. Antonio Carlos Nogueira da Silva Telles e Santa Gertrudes de Helfta. No mesmo período, em sequência, eram realizadas as obras de reconstrução do “largo da Matriz”, ressaltadas pela nova praça Sérgio Rampazzo, e união dos espaços com a praça Dr. Paulo de Almeida Nogueira.

Em destaque, a confluência da Avenida Ester com a rua “Antônio Carlos Nogueira”, demudada na margem esquerda como depósito das pedras portuguesas, empregadas no calçadão e passeios públicos, areias de várias qualidades, e a marcante terra vermelha cosmopolense, retirada da região rural do Itapavussu.

Período de trabalhos contínuos nas obras, realizados até nos sábados e domingos pelos funcionários da Prefeitura, mas repleto de empecilhos aos frequentadores da Avenida Ester, sobretudo os quarteirões bancários e contábeis. Nos dias de chuvas, muitas vezes constantes, as vias centrais transformavam-se em um verdadeiro “lamaçal”, devido à mistura das águas e dos materiais das obras do Calçadão. Projeto do arquiteto cosmopolense José Roberto Spana, o conhecido Beto Spana, falecido prematuramente nos meses finais das obras, realizadas na gestão José Pivatto e Mauro Pereira, inaugurado em 17/07/1992.

A propaganda da papelaria “Screem Sete” na identificação viária da “Antônio Carlos Nogueira” e Avenida Ester, assim como a sinalização apontando a saída “Paulínia”, Ginásio de Esportes e Rodovia General Milton Tavares de Souza, marca no lado esquerdo da esquina, a loja da família Garcia Rodrigues, Trevenzolli Embalagens, antiga casa comercial Fozzati, casa Tonussi, Loja da Doroti Morelli, Vitória Modas, Discão, e o antigo prédio do Bar dos irmãos Baloni.

Na direita da imagem, a histórica esquina do extinto “Banco Bamerindus” (edificação que funcionou como pensão familiar, correspondente dos serviços de correios e telégrafos, “casa da lavoura”, banco HSBC, e atualmente uma loja de variedades), seguido da loja de modas da família Nallin (atual Ecin Empresarial), Bradesco (ainda com seus cobogós cerâmicos brancos e porta dupla de ferro forjado), Banespa (atual Santander, realçado pela arquitetura modernista em concreto armado, jardins projetados e as icônicas “muretinhas”, usadas como bancos pelos frequentadores da Avenida e velhos amigos), e o Itaú, com sua entrada na esquina da rua Santa Gertrudes. Com a criação do Calçadão e novo largo da matriz, foram implementadas as mudanças viárias nas ruas da região central, sobretudo na Avenida Ester e suas confluências. O histórico boulevard cosmopolense alterava o sentido duplo de trânsito, tornando-se “mão única” da rua Cel. João Batista de Souza Aranha à Max Hergert, seguindo as mesmas mudanças de via única as outras vias adjacentes, permanecendo “mão dupla” somente a rua Campinas, antiga “Estrada Campinas”.

Texto Adriano da Rocha (Curta e siga @AcervoCosmopolense) – foto Bruno Petch