De volta ao passado

Em 01 de junho de 1925, há exatos 97 anos, surgia oficialmente o “Grupo Escolar de Cosmópolis”, nova nomeação das “Escolas Reunidas”, a futura e renomada “Escola do Rodrigo”. A velha escolinha de 1905, criada pelo professor Felício Marmo, primeiro professor e fundador da primeira escola pública de Cosmópolis, foi totalmente reconstruída e ampliada no início dos anos 1920. A modesta escolinha, construída com doações do Major Arthur Nogueira Ferraz e Cel. João Batista de Souza Aranha, era renovada acompanhando o projeto arquitetônico e educacional campineiro, tornando-se um centro educacional, agrupando todas as escolas da “Villa”. O mesmo projeto arquitetônico foi construído em todos os distritos campineiros, concepção dos prefeitos Orozimbo Maia (1910 a 1920) e Heitor Teixeira Penteado (1920 a 1921), seguida pelos sucessores Raphael de Andrade Duarte e Miguel de Barros Penteado, edificadas nas vilas Arthur Nogueira, José Paulino (Paulínia), Rebouças (Sumaré), Nova Odessa, Valinhos, Rocinha (Vinhedo), aos distritos de Souzas e Joaquim Egydio.
Em 97 anos de história, muitas histórias, o prédio passou por diversas intervenções educacionais e edificais, as mais significativas foram as ampliações e modernizações do prédio, possuindo pouquíssimos resquícios da fundação. Em 1967, o prédio foi totalmente reconstruído, transferidas as aulas para o novo e moderno imóvel, atual “Escola do Rodrigo”, inaugurado em 1968. O histórico prédio ressurgia oficialmente como “Colégio Comercial Municipal de Cosmópolis”, áureo período técnico e profissionalizante da instituição, atual “Escola Municipal de Ensino Básico Dr. Moacir do Amaral”, parcialmente instituída em 2022, após anos como central de repartições públicas.

O nome “Grupo Escolar Rodrigo Octávio Langaard de Menezes”, célebre jurista e catedrático campineiro, foi oficializado em 23/03/1946, pelo prefeito nomeado Gentil Bicudo (1945 a 1946), homenageando o saudoso interventor judicial dos trabalhos em prol da emancipação política e administrativa de Cosmópolis. O conhecido “Dr. Langaard de Menezes”, nome de importante rua central em Campinas, prédios públicos estaduais e federais, ao Fórum Jurídico de Paulínia, era familiar dos fundadores da Usina Ester e Cosmópolis, os Almeida Nogueira e Nogueira Ferraz, atuando em inúmeras causas da indústria açucareira, aos pedidos de intervenção pública na “Villa Cosmópolis”. Era familiar nos primeiros graus de José Paulino Nogueira Ferraz, Paulo de Almeida Nogueira, Cel. Silva Telles, aos proprietários da Fazenda Funil e fundadores da Carril Agrícola Funilense, o Cel. João Manuel de Almeida Barboza e Barão Geraldo de Rezende, assim como dos famosos primos Ramos de Azevedo, Santos Dumont e Ruy Barboza, todos com raízes pessoais em terras cosmopolenses.

Sua história pessoal e pública é referência nacional em diversos setores, exercendo as mais altas nomeações em todas as áreas que trabalhou, foi o primeiro secretário jurídico presidencial, nomeado pelo primeiro presidente eleito Prudente de Morais, Ministro do Supremo Tribunal Federal, consultor geral da república, representando o Brasil nas mais importantes conferências e tratados internacionais, exercendo o cargo de vice-presidente da Liga das Nações; como escritor, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, escreveu livros de romances, famosas novelas da época, temas jurídicos, poemas típicos, aos seus temas prediletos, as crônicas sociais e históricas, elaboradas pesquisas sobre a história cultural e social de São Paulo. Rodriguinho, como era carinhosamente conhecido na adolescência em Campinas, era filho do afamado magistrado e político do segundo império, Dr. Rodrigo Otávio de Oliveira Meneses, parlamentar, doutor em ciências sociais e jurídicas, promotor público e presidente do Paraná, então província do Estado de São Paulo. O filho seguiu os caminhos do pai, bem como o neto, Rodrigo Octávio Filho, todos imortais pelas academias jurídicas e letras.

Em destaque, registro de 1926, fotografado pelo cosmopolense Luizinho Ferreira, realçando as novas instalações da escola, sobretudo a rua Dr. Campos Salles, então nomeada Alexandrina Nogueira, totalmente de “terra batida”. Na esquerda, parte do prédio do Paço Municipal, então subprefeitura.

Texto: Adriano da Rocha (Curta e siga @CentrodeMemoriaCosmopolis) – Foto: Acervo Público Cosmopolense