De volta ao passado

Na tradição religiosa católica, celebrada desde o século II, o “Dia de Finados”, 02 de novembro, data consagrada em memória e orações aos mortos, sejam fiéis ou não. Na cultura paulista, o “dia do eterno amor”, recordando aqueles que eternamente amaremos. Em Cosmópolis, uma data repleta de simbologias religiosas, marcada pelas liturgias católicas e luteranas, como as missas e cultos pelas almas dos mortos, realizadas na capela ecumênica do Cemitério da Saudade, notabilizada com inúmeras tradições populares. Antes da Capela da Ressurreição, inaugurada em 01/11/1982, as celebrações eram realizadas no cruzeiro das almas, localizado nas imediações do atual velório e cruzeiro.

No passado, as celebrações iniciavam com a procissão das almas, saída do extinto cruzeiro do ‘Largo da Matriz’, seguindo em caminhada até o cemitério. Tradição dos primórdios paulistas, um percurso avivado com orações e cânticos populares, iluminados com velas e roupas típicas, simbolizando uma busca pelas almas perdidas na cidade, levadas para o descanso no cemitério. Os fiéis amanheciam em orações pelas almas do cemitério, aguardando a missa celebrada pelo pároco da Igreja Santa Gertrudes, iniciada liturgicamente às 6h.

Na atualidade, dentre as tradições resguardadas popularmente, realizadas nas vésperas dos Finados, estão as costumeiras lavagens dos túmulos. Tradição repleta de costumeiros ritos, lavagens, polimentos, jardinagens e reformas dos sepulcros, solenizado com as entregas de flores no dia 02/11, acendendo velas e rezando pelas almas dos familiares mortos.

Em Cosmópolis, uma tradição com inúmeras raízes germânicas, seguida em outros países europeus, principalmente de fé luterana, as almas visitavam os familiares no “Dia de Finados”, ficando próxima da sepultura, aguardando as orações e lembranças.

Olhar na foto
02/10/1980 – Há completar 42 anos – Registro do ‘Dia de Finados’ no Cemitério Municipal da Saudade, realçando as primeiras obras de pavimentação asfálticas das ruas de acesso, atual Avenida Aracy Silva, anteriormente ‘chão de terra batida’. Na imagem, outro destaque são os muros e cercas teladas de aço, limitando os perímetros do cemitério (sepulcros), jardins e passeio públicos internos. Obras da gestão do prefeito Oswaldo Heitor Nallin (1977/1983), o qual revitalizou, ampliou e reconstruiu setores do Cemitério, ressalvando a construção da Capela da Ressureição. Oficialmente, o Cemitério Municipal da Saudade surgiu em dezembro de 1897, porém as demarcações do espaço e primeiro sepultamento, aconteceram em 1896.