De volta ao passado

Mês dos feriados nacionais de Finados (02) e Proclamação da República (15), dentre outras datas significativas na história cosmopolenses. Datas marcantes em todos os nossos períodos históricos, desde os tempos de ‘Villa’ (1899 à 1944), distrito campineiro, ao nascimento do município (1944). Novembro é considerado o período mais festivo do nosso calendário local, notabilizado pelo “Dia do Município” (30), popular “aniversário da cidade”, feriado em comemoração à ‘emancipação política e administrativa de Cosmópolis’, oficialmente efetivada em 30/11/1944. Lutas iniciadas nos anos 1930, com as formações dos grupos ´pró emancipação’, conhecido ‘Grupo dos Emancipalistas’, os quais idealizavam uma nova e progressista cidade, então formada pela união das ‘villas’ José Paulino (atual Paulínia), ‘Arthur Nogueira’ e seus bairros (atuais cidades de Engenheiro Coelho e Holambra).
Idealização visionária de saudosos cosmopolenses, como o Dr. Orlando José Kalil Aun, concepção impedida devido a intensa pressão de capitalistas de Mogi Mirim e Campinas, que perderiam suas autonomias nos serviços da futura cidade de Cosmópolis, então formada com a união das terras das ‘villas’. Com essa união de terras, o novo município seria um dos maiores do Estado, não somente em território, mas principalmente em arrecadação de impostos, devido às recentes instalações de multinacionais nas ‘villas’, como a Rhodia, inaugurada nos anos 1930, na então ‘Villa José Paulino’.
No passado, as festividades tinham início na semana do dia 15 de novembro, feriado nacional da ‘Proclamação da República’, e data da fundação oficial do ‘Cosmopolitano Futebol Clube’, o ‘alviverde cosmopolense’. O feriado era solenizado com o famoso “Baile de Aniversário”, maior evento social do alviverde, realizado no histórico salão verde e branco, localizado na esquina das ruas Sete de Setembro e Baronesa Geraldo de Rezende. As festividades alviverde iniciavam na semana do dia 15 de novembro, celebrada com festividades sociais no salão, e os acirrados eventos esportivos no ‘Estádio Thelmo de Almeida’, localizado no grandioso quarteirão da ‘Estrada Campinas’, atual Rua Campinas.
O feriado nacional de 15 de novembro era “unido” ao feriado religioso local, seguido pela maioria da população, o “Dia da Padroeira de Cosmópolis”, Santa Gertrudes de Helfta, celebrado dia 16. Eram duas grandes festas seguidas, o “Baile de Aniversário do Cosmopolitano”, reservado aos sócios e convidados, e a grandiosa quermesse de Santa Gertrudes, realizada no ‘Largo da Matriz’, antiga ‘Praça Izabelita Vieira’, atuais praças Dr. Paulo de Almeida Nogueira e Sérgio Rampazzo.
Outras datas memoráveis, expressivas na história de muitas famílias, marcam o mês de novembro em Cosmópolis, como 06/11/1941 e 10/11/1915, dias dos falecimentos de Esther Coutinho Nogueira e Cel. José Paulino Nogueira Ferraz, filha e pai, proprietários e fundadores da Usina Ester. Dias de muita comoção na região, principalmente em Cosmópolis, Esther era considerada como uma mãe para inúmeras famílias, o pai José Paulino, um exemplo de benevolência aos necessitados, especialmente nos períodos da grande epidemia de febre amarela.
Em 27/11/1906, a Prefeitura de Campinas criava o distrito de paz de Cosmópolis, oficializando a “villa” fundada em 17/01/1901, como território urbano campineiro. Há mais de 100 anos, realmente novembro é um mês marcante em Cosmópolis. Datas com raízes históricas, extremamente importantes no surgimento político e administrativo de Cosmópolis, a criação da nossa identidade cultural e social.

OLHAR NA FOTO
30/11/1967 – Desfile do “Dia do Município” na Avenida Ester, marcante pela pavimentação com paralelepípedos e as casas comerciais, com suas calçadas repletas de pessoas no trajeto. Em destaque, a passagem do marcante carro de boizinhos, carreado pelo saudoso Daniel Rosetti, popular ‘Daniel Padeiro’. Tradicionalmente nos desfiles do ‘Dia do Município’, um dos momentos mais aguardados pela criançada e público, atentos pela passagem do inesquecível ‘mini carro’, o qual foi ‘puxado’ em edições por boizinhos e carneiros, criatividade desse querido personagem da nossa história.

Texto: Adriano da Rocha (Curta e siga @AcervoCosmopolense) / Foto: Acervo Centro de Memória Cosmópolis