30/11/1944 – uma quinta-feira, há completar 78 anos – Festejando a oficialização da “Emancipação Política e Administrativa de Cosmópolis, Dr. Moacir do Amaral e Caetano Achiles Avancini comemoram suas nomeações como os primeiros prefeito e vice-prefeito do novo município.
Eleitos em votação fechada pelo ‘Grupo dos Emancipalistas’, formado por representantes de vários setores cosmopolenses, os futuros prefeitos celebram suas nomeações no extinto ‘Bar Ideal’, localizado na esquina da Avenida Ester com a Rua Campinas. O histórico estabelecimento foi marcante nas ações do grupo, devido sua ampla estrutura comercial (uma das maiores da época), os emancipalistas utilizavam o espaço para receber políticos, autoridades judiciais e apoiadores do movimento pró-município. Outras reuniões, estratégicas políticas e jurídicas, eram realizadas em outros endereços, sempre diferentes em cada agrupamento, devido às leis decretadas pelo Ditador Getúlio Vargas, as quais impediam reuniões políticas reservadas, principalmente não autorizadas e acompanhadas pelos censores militares.
Na direita da foto, simbolicamente, o vice-prefeito Caetano Achiles Avancini entrega a ‘chave da cidade de Cosmópolis’ ao primeiro prefeito Dr. Moacir do Amaral. Na esquerda, Moacir do Amaral filho e um amigo (você reconhece quem é?).
O decreto-lei nº 14.334, de 30 de novembro de 1944, assinado pelo interventor federal no Estado de São Paulo, nomeado pelo Ditador Getúlio Vargas, governador Fernando de Souza Costa, criava oficialmente o município de Cosmópolis.
A entrega das ‘chaves de Cosmópolis’ perduraria durante décadas entre os novos prefeitos eleitos, seguindo uma tradição semelhante a passagem da faixa presidencial, um momento marcante na história pública municipal. Uma chave semelhante à original, registrada na foto é preservada no acervo da Câmara Municipal de Cosmópolis, fundida em bronze e enaltecendo sua importância simbólica ao seu guardião.
Foram anos de lutas, enfrentando o sistema político, judiciário e poderes regionais, batalhas iniciadas no início dos anos 1930, somente arregimentadas em 1938, período turbulento da Ditadura Vargas e Segunda Guerra Mundial.
Seguindo as exigências do regime ditatorial de Vargas, não houve eleições para prefeito de Cosmópolis, não existindo vereadores, ou a possibilidade da criação de uma Câmara Municipal.
O Grupo de Emancipalistas escolhia em votação fechada os possíveis candidatos, encaminhando os nomes aos censores do regime ditatorial, formado por delegados e juristas da região. Após investigação do passado político e pessoal dos escolhidos, aprovados os nomes pelos censores de Vargas, iniciavam as votações para as nomeações de prefeito e vice-prefeito. Eleitos pela comissão em maio, Dr. Moacir do Amaral e Caetano Achiles Avancini assumiram as nomeações em 30/11/1944, quando foi oficializado o decreto lei de criação do município de Cosmópolis.
O primeiro prefeito e vice-prefeito nomeados assumiram oficialmente a prefeitura em 01/01/1945, um ano de mandato, exercido até dezembro de 1945. Sempre em maio, eram realizadas as novas eleições fechadas, seguindo os mesmos trâmites ditatoriais exigidos.
Somente em 1947, após a destituição do Ditador Getúlio Vargas pelo Exército, com o Marechal Eurico Gaspar Dutra iniciando os processos de redemocratização, as eleições para prefeito e vereadores foram realizadas em Cosmópolis e demais cidades.
“SALVE” Cosmópolis! Dia 30 de novembro, marco do nascimento de Cosmópolis como cidade, dia do cosmopolense. Data consagrada por seu povo, nas batalhas por ser cidadão de sua própria cidade.
No dia 27/11/1906, há completar 116 anos neste domingo, a lei estadual nº 1.024 criava o distrito de Cosmópolis em Campinas. A ‘Villa de Cosmópolis’ oficialmente fundada em 1902, ao ser estabelecida como distrito, recebia um novo sistema administrativo de Campinas, com as nomeações de prefeitos distritais, chefes de polícia, fiscais locais de conduta e serviços públicos, e as edificações dos prédios públicos da ‘Subprefeitura’ (atual Prefeitura), ‘Chefatura de Polícia’ (Delegacia Civil Municipal). A lei foi assinada pelo governador Jorge Tibiriça, ilustre político e capitalista paulista, o qual inúmeras vezes visitou Cosmópolis.
Texto Adriano da Rocha (Curta e siga @AcervoCosmopolense) / Foto Filhos da Terra
