Defesa Civil de Cosmópolis recomenda dicas para um réveillon sem tragédia

Veja os principais cuidados em relação às crianças, piscina e fogos de artifício

É comum a espera pelo réveillon e a celebração do novo ano que chega, com isso, as confraternizações rendem espaços com piscinas, festas, fogos de artifício e muita festa em família. Contudo, para que não haja sustos ou acidentes, Reginaldo André Risonho, coordenador da Defesa Civil de Cosmópolis, ofereceu um manual, principalmente em relação às crianças e às piscinas e fogos de artifício. Acompanhe, na íntegra, os cuidados para um começo de ano ainda mais seguro, visto que as orientações podem render para todo o período de férias das crianças:

Quais os cuidados com crianças na piscina?
É preciso ter atenção com as crianças na piscina. Segundo o Boletim Epidemiológico da SOBRASA (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático), divulgado em 2019, todos os dias, 16 pessoas morrem afogadas no Brasil. O afogamento é uma das principais causas de morte entre crianças, ficando em 2º lugar na faixa etária de 1 a 4 anos e em 3º, de 5 a 14 anos.
Os casos acendem um grande alerta: menores de 9 anos se afogam mais em piscinas e em casa. Segundo esse mesmo boletim, esses casos somam 52% do total, e os pequenos de 4 a 12 anos que sabem nadar, se afogam mais por conta da sucção da bomba.
A cada 2 dias, uma criança morre em sua casa dentro da piscina. Portanto, todo cuidado é pouco para que essa triste estatística não faça parte da sua família, mas, você pode evitar que isso aconteça. Veja, a seguir, quais medidas adotar para evitar acidentes com as crianças na piscina.

Nunca deixe a criança sozinha
Mesmo que a criança saiba nadar, nunca a deixe sozinha na área da piscina ou dentro dela. Muitos acidentes acontecem até mesmo em tanques rasos, em função da sucção dos cabelos ou roupas e contusões durante os mergulhos.
Os menores de 4 anos devem ser acompanhados pelos pais com a distância de, pelo menos, um braço esticado de um adulto. Essa é a atitude mais segura para o caso de um desequilíbrio ou um escorregão na borda da piscina.

Esteja atento à profundidade
Em alguns lugares, como clubes, academias, hotéis e parques, fique atento à profundidade da piscina. Ela deve estar indicada em uma placa no próprio local. Se não estiver, teste o espaço antes de deixar a criança entrar na água.
Já as piscinas residenciais devem ter, em média, de 0,60 cm a 1,40 m de profundidade. Porém, no caso do uso exclusivo por crianças, recomenda-se uma altura menor, a fim de que deem pé para a maior parte dos pequenos.
No entanto, piscinas rasas não afastam o risco de acidentes, conforme explicamos, pois, a criança pode ter uma cãibra ou torcer o pé, o que afeta a sua capacidade de nadar ou de se manter acima do nível da água.
Cerque a área
A área da piscina deve ser cercada para evitar que as crianças pequenas se aproximem sem supervisão. Use grades, portão com fechamento automático e alarme sonoro para garantir a segurança.
Caso queira colocar outro tipo de cercamento, é importante que ele seja transparente. Assim, se as crianças “furarem” o bloqueio, você pode enxergar rapidamente o que está acontecendo do outro lado, ou seja, na piscina.

Não confie em boias
e acessórios
Boias são divertidas, mas não são muito confiáveis. As redondas, por exemplo, podem virar dentro d’água, causando acidentes, principalmente, em bebês, que ainda não têm a habilidade de se desvirar.
As boias de braço podem ser usadas, mas devem estar bem cheias e sem furos. Mesmo assim, é preciso cuidado, pois, elas podem esvaziar. Somente coletes salva-vidas certificados e no tamanho adequado são seguros. De qualquer forma, não tire os olhos das crianças na piscina.
Outros acessórios também são perigosos, como fantasias de sereias, de peixes e nadadeiras. As crianças adoram, mas essas roupas costumam prender as pernas, atrapalhando a natação. Por isso, convença seus filhos a usarem a imaginação, imitando os movimentos desses personagens sem que seja preciso usar esses itens.

Evite brincadeiras
na beira da piscina
As crianças adoram brincar na piscina e fora dela, mas isso pode ser perigoso, pois há a possibilidade de escorregarem, caírem e baterem a cabeça. É claro que os pequenos podem se divertir, mas devem evitar a correria e outras atitudes arriscadas ao redor do tanque.
Algumas brincadeiras dentro d’água também podem ser perigosas, como “cavalinho” (quando uma pessoa sobe nas costas da outra), “caldos” (empurrar a cabeça de alguém para dentro da água) e lutas. Converse com os pequenos e ofereça opções mais seguras.
Monitore as brincadeiras
com baldes
É comum que as crianças queiram brincar com baldes ou baldinhos à beira da piscina. O brinquedo, porém, pode ser perigoso para os bebês. Não são raros os casos de acidentes em que os pequenos caem de cabeça dentro do recipiente com água e acabam se afogando por não conseguirem sair dali.
Portanto, não tire os olhos da criança enquanto ela estiver brincando com esses acessórios. Mesmo uma saída rápida para atender a porta ou o telefone pode ser fatal. Prefira levar o pequeno com você ou, se possível, peça a alguém que realize essas tarefas por você.

Preste atenção
nos equipamentos de sucção
Como dissemos, uma das maiores causas de acidentes com crianças na piscina são os equipamentos de sucção. Por isso, oriente-as para que fiquem longe de ralos e pontos como esses. Em casa, verifique o funcionamento desses itens diariamente e tampe-os com tampas antiaprisionamento.
Também é interessante optar pelo dispositivo antissucção. Esse sistema facilita o desligamento da bomba caso seja necessário. Além disso, quando for instalar os equipamentos, é importante seguir algumas recomendações, como:
•coloque mais de um ralo, pois quanto maior a quantidade, menor a força de sucção e mais segurança;
•use ralos do tipo antiaprisionamento;
•faça a filtragem em um horário no qual a piscina não esteja sendo usada;
•use revestimentos claros na piscina, para que fique mais fácil identificar onde estão os ralos.

Cuidado com produtos
químicos na água
A aplicação de produtos químicos é essencial para manter os parâmetros da água em equilíbrio, como pH, alcalinidade e cloro livre. No entanto, eles devem ser utilizados conforme instrução do fabricante, nem mais, nem menos.
Quando em excesso, os produtos químicos podem causar irritação nos olhos ou problemas respiratórios, muito comuns nas crianças. Mas quando em falta, não cumprem o seu papel e isso pode disseminar doenças, então, aplique na medida certa.
Também não se esqueça de que, ao fazer o tratamento da piscina, dependendo do produto que foi aplicado, é preciso esperar um tempo para liberar os mergulhos. Esteja atento a esse detalhe e respeite o período de descanso da água para que não haja comprometimento da saúde.

Recomende que as
crianças usem a escada
A melhor forma de entrar e sair da piscina é pela escada. Ela oferece muito mais firmeza aos passos e dá apoio para as mãos, reduzindo o risco de escorregões. Sendo assim, é fundamental que você ensine as crianças a utilizarem esse acessório.
Entrar no tanque pelas bordas aumenta as chances de queda, tanto no entorno quanto para dentro da água. Converse com os pequenos explicando que é mais fácil e mais seguro usar a escada e ensine o jeito correto de se posicionar nela para aumentar ainda mais a posição proteção.
Caso sua piscina não tenha uma escada, procure fazer a instalação desse item. Dê preferência para aquelas com corrimão e degraus antiderrapantes, justamente para que a criança tenha onde se apoiar caso desequilibre ou escorregue.

Tenha atenção com
mergulhos em piscinas rasas
Já falamos um pouco sobre as piscinas rasas e o fato de que elas também podem oferecer risco para as crianças. Um deles se relaciona com a forma como elas entram no tanque. Nesse caso, os mergulhos são muito perigosos porque a linha da água é pequena.
Ao mergulhar, a velocidade do corpo é reduzida porque a água amortece a queda. No entanto, é preciso que ela esteja em quantidade suficiente para isso, o que não acontece nas piscinas rasas. Então, não deixe que a criança pule nesse tipo de tanque, pois ela poderia impactar com fundo e sofrer lesões sérias.

Faça a manutenção
das bordas e entorno
Não é somente a água que precisa de manutenção. Também é importante ter muito cuidado com áreas danificadas na piscina, como bordas com acabamentos quebrados, azulejos em falta ou soltos, peças danificadas, entre outros problemas estruturais.
Eles oferecem o risco de cortes na pele, lacerações e aumentam as chances de ocorrerem quedas por desequilíbrio ou tropeços. Portanto, procure providenciar o conserto o mais rápido possível e prefira restringir o acesso à região que precisa de reparos.

Converse com a criança
Outra forma de garantir a segurança das crianças na piscina é conversando com elas sobre como desfrutar desse espaço de lazer da melhor forma possível. Mesmo aquelas menorzinhas podem compreender que a piscina, apesar de divertida, oferece riscos.

Evite fazer restrições sem explicar por que. Esclareça o que pode acontecer se a criança agir de determinada forma e o que ela mesma deve fazer para se manter segura. Utilize uma linguagem adequada de acordo com a faixa etária dela. Seja sincero e mostre-se à disposição para o que for preciso, a fim de cativar a confiança do pequeno.

Outros cuidados válidos
Outros cuidados também são fundamentais para evitar acidentes não só com crianças na piscina, mas também com adultos:
•não deixe produtos eletrônicos próximos à água, pois, quando molhados, eles podem causar choques;
•cubra completamente a piscina quando ela não estiver sendo utilizada. Além disso, procure uma cobertura resistente e segura;
•instale piso antiderrapante para reduzir os riscos de queda;
•saia da piscina em sinal de mau tempo;
•retire os brinquedos da área da piscina, como bicicletas e triciclos, que podem atrair as crianças para a beirada.

Uso de fogos de artifício
requer cuidados para
evitar acidentes
O uso de fogos de artifício na virada do ano é uma tradição admirada por muitas pessoas em todo o mundo. Mas, a prática requer cuidados para evitar acidentes que podem causar queimaduras, mutilações e até a morte.
Os fogos de artifício são bonitos para os olhos, mas um perigo para as mãos. A recomendação é que os artefatos sejam acionados com o uso de suportes, e nunca sejam segurados diretamente nas mãos.
Os fogos devem ser acionados em locais afastados das pessoas, em áreas abertas e sem fiação elétrica.
Os fogos podem provocar lesões leves como queimaduras, mas, dependendo da potência, podem provocar a amputação de dedos e até da própria mão, alerta. Além disso, apesar de terem uma admiração grande pelos fogos, as crianças devem ser mantidas longe, no momento do acionamento, e não devem manipular os artefatos de forma alguma.

Compra segura
Os cuidados devem começar já na aquisição dos fogos, que deve ser feita em comércio certificado pelo Corpo de Bombeiros. Algumas pessoas acabam comprando em barracas e semáforos, de forma irregular. Também é importante não comprar de forma fracionada, apenas na embalagem, verificar se ela está intacta e se contém as orientações sobre o manuseio do material.
Os fogos devem ser acionados em locais afastados das pessoas, em áreas abertas e sem fiação elétrica. Outra recomendação é evitar o uso de bebida alcoólica por quem for manusear os fogos. A bebida alcoólica deixa a pessoa com a atenção debilitada, e pode vir a causar algum acidente na hora do manuseio.

Primeiros socorros
No caso de acidentes, as lesões mais leves, como queimaduras, devem ser colocadas na água fria e limpas para esfriar a região, e o local queimado deve ser coberto depois com um pano limpo. Deve-se evitar colocar produtos caseiros, como manteiga, café, pasta de dente.
Se tiver sangramento, a pessoa deve levantar a mão para diminuir a sangria e evitar amarrar o local. Em seguida, a recomendação é procurar o atendimento médico mais próximo possível, onde será avaliada a necessidade de um atendimento mais especializado.

Cuidados no uso
– A aquisição dos fogos deve ser feita em comércio certificado pelo Corpo de Bombeiros.
– Sempre utilizar em local afastado das pessoas, em áreas abertas e sem fiação elétrica.
– Os rojões devem ser usados com um suporte e não segurados diretamente na mão.
– Os fogos não devem ser utilizados por crianças.
– Se a pessoa vai ingerir bebida alcoólica, não deve fazer uso de fogos de artifício.
Em caso de acidentes:
– As queimaduras leves devem ser lavadas com água fria e cobertas por um pano limpo, até chegar a um atendimento médico.
– No caso de sangramentos, a mão deve ser elevada para cima, evitando também fazer garrote.

Por Reginaldo André Risonho
Coordenador da Defesa Civil