Dentista fala sobre cuidados bucais na infância

“As principais dicas que devemos dar aos pais são: desde muito cedo, praticarem junto com a criança a escovação e o uso do fio dental diariamente”

Em entrevista, o dentista Dr. Paulo Cezar, Clínico Geral e especialista em Ortodontia, conta um pouco sobre algumas dificuldades na hora de consultar algumas crianças e, principalmente, faz um alerta aos pais sobre os cuidados que devem ser tomados com a saúde bucal, além de dar dicas para que tenham experiências mais tranquilas no consultório, principalmente, com aquelas crianças que têm medo de dentista. Acompanhe.
O Doutor sempre atendeu crianças? Qual é a maior dificuldade?
“Sim, desde minha formação, em 2011, atendo as crianças normalmente. A maior dificuldade que encontro no atendimento às crianças é em relação ao medo e insegurança que elas sentem”.
Quais dicas daria aos pais a fim de estimularem desde cedo as práticas de higiene bucal?
“As principais dicas que devemos dar aos pais são: desde muito cedo, praticarem, junto com a criança, a escovação e o uso do fio dental diariamente. Explicarem aos filhos a necessidade de praticar a higienização para não dar cáries. Isso deve ser feito sistematicamente para a criança se conscientizar e aprender a praticar a higienização diariamente. Dessa forma, cria-se o hábito que se estende por toda a vida”.
Caso uma criança não faça um tratamento desde cedo, quais consequências podem ter futuramente? E uma criança que faz o tratamento, o que a diferenciará das outras?
“A doença mais comum na dentição decídua, que são os dentes de leite, é a cárie. Quando as cáries estão presentes e não são tratadas, elas evoluem para situações mais criticas em que, muitas vezes, há um envolvimento pulpar do dente, ou seja, o nervo do dente começa necrosar, formando lesões com pus, que podem gerar até mesmo a perda do elemento dental.
O que diferencia uma criança que faz acompanhamento a cada 4 ou 6 meses com o profissional da área em relação às crianças que infelizmente não fazem o acompanhamento é que essa criança vai estar protegida de quaisquer danos à saúde dos dentes, principalmente, aos relacionados às lesões cariosas, que é a doença mais comum nessa idade”.
Tem muito trabalho para as crianças se comportarem nas consultas?
“A maior parte das crianças não dá trabalho para ser atendida; infelizmente, algumass já chegam traumatizadas por atendimentos anteriores, ou até mesmo por frases que ouviram, como, por exemplo, vou te levar ao dentista para tomar uma injeção, ou até mesmo imaginarem alguma situação. Quando isso acontece, nós profissionais temos que ter a atenção e um carinho especial de, nas primeiras consultas ,serem consultas mais educativas para conscientização da criança, fazer o manejo da criança. Quando isso acontece, não podemos de imediato iniciar um tratamento porque, dessa forma, podemos traumatizar ainda mais e acabar não conseguindo realizá-lo. Por isso, os pais, dentro de casa mesmo, já devem tranquilizar seus filhos, tentar ao máximo passar confiança de que o tratamento será bem realizado e jamais pronunciar algumas frases que podem gerar medo.”.

Dr. Paulo Cézar
Clínico geral e Especialista em Ortodontia
CROSP 102821