Foi criada em 1897, para atrair imigrantes, principalmente suíços
O Núcleo Colonial Campos Salles foi criado em 1897 para atrair principalmente imigrantes suíços, porém, ao longo do tempo, passou a acolher colonos de outras nacionalidades, como alemães, austríacos e italianos.
Esse núcleo havia sido dividido em sede e lotes urbanos e rurais. Logo, muitos desses lotes foram abandonados pela maioria dos suíços, que não se adaptaram ao lugar; o principal motivo foi por não conseguir se adaptar ao clima da região, úmido e quente, ao tipo de terra e ao tipo de cultura produzida nos lotes, bem diferentes da Europa.
Em meados de 1900, o Núcleo Colonial Campos Salles tem aumento significativo no número de famílias alemãs. Nesse período, a Escola Alemã foi criada por iniciativa desses colonos alemães e também dos suíços que permaneceram no núcleo para atender aos seus moradores e tinha como objetivo principal a preservação da língua alemã, para que a mesma não caísse em desuso.
Um dos lotes do núcleo foi reservado para esse fim. Construíram a escola, a casa do professor e uma igreja Luterana. Mais tarde, construíram um salão social, onde eram realizados bailes, apresentações musicais, encontros recreativos, festas. Esse salão permanece preservado e atualmente é conhecido como a Escola Alemã.
Havia tanto o ensino da língua portuguesa quanto da língua alemã, essa última, obrigatória, além de outras matérias, como escrita, leitura, geografia, contas, história, canto e ginástica. Era uma escola particular e tinha cerca de 50 alunos de ambos os sexos.
Com o passar dos anos, a antiga escola foi demolida, outra foi construída no lugar e o salão social foi mantido. Porém, a associação se dissolveu, a escola foi vendida e estava sendo depredada. Por ter grande importância para a história da cidade, a iniciativa pública desapropriou o edifício e convidou membros das antigas famílias responsáveis pela escola para zelar pelo prédio, sendo constituída a “Associação dos Amigos da Escola Alemã”.
Através de um contrato que é atualizado de dois em dois anos, ficou acordado que o local pode ser utilizado pela prefeitura para realização de eventos, cursos ou exposições e a associação pode utilizar apenas para fins próprios, não sendo permitida a locação para terceiros.
Com a necessidade de angariar fundos, foi criada a já tradicional Festa Alemã, que é realizada anualmente no mês de Setembro. É um evento esperado por muitos. A festa traz conjuntos que tocam músicas típicas, servem almoço típico alemão, Chopp e as sobremesas também típicas. A festa ganhou tamanha dimensão que atrai muitas pessoas, tanto de Cosmópolis quanto de fora da cidade.
Os membros da associação é que mantêm a limpeza e a manutenção da Escola Alemã. Em conversa com dois membros da associação, é possível perceber que o trabalho é feito com muita dedicação e amor.
“Estimo como se fosse meu. Cuido com gosto, meu avô, Carl Kadow, ajudou a construir aqui e o meu pai, Bruno Alberto Kadow participou da diretoria. A gente luta, trabalha e as pessoas me perguntam o que eu ganho com isso. Eu faço por prazer e nunca ganhei nada por isso, apenas faço porque gosto daqui.”, declara Karl Kadow, que carrega o nome de seu avô.
Já Alcides Rolfsen nos diz que aceitou trabalhar na associação por fazer lembrar de seus antepassados, disse que está aqui por eles. “Trabalho com amor para a preservação da história que muitos cosmopolenses desconhecem”, comenta. Ele também diz que a associação é um grupo de pessoas que está sempre animado e disposto.
Com dedicação e carinho, a Associação dos Amigos da Escola Alemã segue trabalhando para manter a história da nossa cidade viva.
A Escola Alemã mantinha um curso de Língua Alemã que era oferecido às quartas feiras à noite. Contudo, devido à pandemia, esse curso no ano passado foi on-line.
Todas as atividades realizadas pela associação estão paradas aguardando um momento seguro para que possam ser retomadas.
Agradecemos ao Sr. Alcides Rolfsen e ao Sr. Karl Kadow pela disponibilidade e prontidão em nos atender
Texto produzido pela Secretaria de Cultura e Turismo de Cosmópolis por Letícia Frungilo
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