Dia Mundial de Combate ao Câncer: a importância da conscientização

Conheça a história de mulheres que foram diagnosticadas com câncer e hoje enxergam a vida com outros olhos

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Em 8 de abril, comemora-se o Dia Mundial do Câncer, uma data que visa conscientizar a população sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado contra essa doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

Este ano, veio a público o caso da princesa Kate Middleton, duquesa de Cambridge, que, em 2013, enfrentou a hiperemese gravídica durante a gestação de seu primeiro filho. E neste ano, revelou a descoberta do câncer durante uma cirurgia abdominal. A princesa optou por manter o tratamento em sigilo, uma escolha que gerou debates sobre a privacidade da família real, mas que evidenciou a diversidade de formas de lidar com a doença.

Segundo a psicóloga clínica Maristela Ramos, é importante respeitar a maneira como cada pessoa enfrenta o câncer. “Não é

Maristela T. Lopes Ramos
CRP: 06/136159
Tel. 19 98171-8591
Rua Santa Gertrudes 2063 – fundos

possível prever como a pessoa irá reagir diante desse diagnóstico; a angústia e o medo, muitas vezes, tomam conta, e algumas pessoas podem decidir não falar e não expor sobre a doença ou sobre o que está passando, talvez ela fique mais tranquila se ocupando com outros pensamentos e assuntos, acreditando que é uma situação difícil da sua vida e que passará junto apenas das pessoas mais próximas”, explica a especialista.

“Não se trata de uma negação ou fuga, trata-se de uma defesa psíquica interna; a subjetividade de cada um é que determinará como a pessoa enfrenta ou encara problemas, conflitos, momentos complicados. Algumas pessoas sentirão maior necessidade de compartilhar, falar o que estão sentindo e passando, isso pode lhes trazer alívio, se sentirão até mais fortes ao receber visitas e palavras de apoio e motivação das pessoas. Importante saber que a doença atinge não apenas o corpo físico, o psicológico também adoece. O tratamento psicológico também pode ser um dos pilares na ajuda da cura do câncer”, complementa.

Grupo de apoio

O câncer é uma doença que não afeta apenas o corpo, mas também a mente e o espírito. Cada indivíduo tem sua forma única de enfrentamento. O Grupo Cosmopolense “De repente rosa” surgiu com o intuito de ser um refugio para mulheres que enfrentaram o diagnóstico do câncer.

Conheça algumas mulheres que enfrentaram o câncer

Simone Zanelatto recebeu seu diagnóstico de câncer há cinco anos, em 26 de março de 2019. Ela enfrentou o desafio com

Simone Cristina Zanelatto

Simone Cristina Zanelatto

aceitação e preparação. Sua família foi fundamental como alicerce durante sua jornada, e ela encontrou na escrita uma forma de expressar suas emoções e encontrar forças para seguir em frente. “A partir do momento que se confirmou e eu tive todo o carinho e atenção da mastologista, aceitar foi questão de tempo. Minha família foi minha base nesta jornada. Meus amigos próximos também foram fundamentais nesta luta. Eu encontrei na escrita a maneira de expressar tudo o que eu passava e encontrei forças para seguir”, conta.

Simone destaca a importância da aceitação como o primeiro obstáculo a ser superado e ressalta que, apesar da dor profunda de enfrentar a doença, é fundamental lembrar que existe cura. Ela foi idealizadora do grupo “De repente rosa”, que tem como objetivo auxiliar outras mulheres a enfrentarem o câncer, buscando também ajudar familiares e amigos a entender a situação e a importância de estarem presentes e serem compreensivos durante todo o processo.

Aline Martins Garcia

Aline Martins Garcia

Aline Martins Garcia, 43 anos, foi diagnosticada com câncer de ovário e câncer de mama aos 40 anos, com metástase em vários órgãos. Apesar do choque inicial, ela decidiu enfrentar a doença com determinação e positividade, contando com o apoio crucial da família e de novas amizades, incluindo o grupo de apoio “Estou bem, ainda em tratamento, tomando comprimidos. Meu tratamento é de dois anos; já completou dois anos e está quase acabando. Quero deixar uma mensagem para quem um dia passar por isso: não desespere, mantenha a calma e o pensamento positivo, tudo se resolve”, relata.

Caroline Soares

Caroline Soares

Caroline Soares, conta que o câncer foi descoberto após um acidente, em que um pequeno nódulo surgiu após o impacto na região “A espera pelo resultado dos exames foi angustiante, um verdadeiro abismo de medo. Ao receber a confirmação do diagnóstico, o medo da morte se tornou mais intenso, mas compartilhar essa notícia com a família trouxe alívio e apoio. Ao longo do tratamento, encontrei profissionais e um grupo de apoio incríveis, que me fizeram perceber que não estava sozinha nessa jornada, fortalecendo-me para enfrentar cada etapa e vitória ao lado de outras mulheres que passam por situações semelhantes”, explica Carolina.

Bernadete Eduardo, enfermeira de 72 anos, descobriu um nódulo na mama direita em março de 2019, após um trauma na região. O susto foi grande, pois nunca se preocupou com o autoexame, achando que estava fora da faixa etária de risco. Após uma peregrinação por exames, recebeu o diagnóstico de carcinoma triplo negativo, um tumor agressivo. Com 36 anos de experiência na enfermagem, Bernadete comunicou sua família de forma preparada para a batalha à frente “Não tive dificuldade

Bernadete M.C.Eduardo

de comunicar minha família, porque de uma certa forma já os deixei preparados. E claro que é um momento difícil, a gente tem medo, tudo é desconhecido, muitos projetos são interrompidos, mas nesse momento só temos dois caminhos: ou você enfrenta o tratamento e vence esse vilão, ou não faz o tratamento e o vilão vence você… O diagnóstico precoce é seu aliado e pode salvar sua vida, portanto faça o autoexame mensalmente”, relata. A profissional destaca a importância do diagnóstico precoce e do apoio familiar durante o tratamento, ressaltando que enfrentar o tratamento é a melhor opção contra o câncer.