A vida a dois reserva muitos obstáculos para os apaixonados, principalmente, no que se diz respeito às contas. “Quem paga as contas?”, “Como dividir?”, “Como não se desesperar diante de problemas financeiros?”, “E quem ganha menos, tem que pagar?” são os principais questionamentos de quem está iniciando ou já está na vida a dois.
Samuel Aparecido Gonzaga dos Santos tem 35 anos, é empresário e ex-bancário por 12 anos; é formado em Direito com mestrado em Gestão Financeira. Sua experiência e convívio direto com a área financeira atribuiu para aumentar seus conhecimentos sobre finanças. “O que acho importante para o casal, antes de qualquer coisa, é conhecer bem quem é o outro: o que faz, como vive, perceber qual é a cultura e, principalmente, o que pretende daqui a 10, 20, 30 anos. Antes de ter filhos e de morar junto, o essencial é saber qual é a necessidade de cada um”, inicia.
Segundo o especialista, não adianta só amar. “Nenhum relacionamento vive só de amor; vive-se também de companheirismo, confiabilidade etc., e isso é fundamental para os relacionamentos. Atrelada a isso, surge a questão das contas da casa”, indica ele.
Há casais que não gostam de se envolver na vida financeira do outro, porém, Samuel diz que isso é importante. “Para ter um planejamento financeiro, o casal deve se sentar, colocar todas as contas na mesa e discutir o quanto cada um ganha, se existem dívidas e se dá para pagar o planejado. Às vezes, uma das partes não tem condições de arcar com as despesas; se a outra tem, ela deve ajudar, porém, descobrir quais são as intenções da outra parte em procurar reverter este quadro. Afinal, não adianta somente cobrar e colocar tudo nas mãos do outro”, revela.
É claro que, quem ganha mais, pode assumir uma parcela maior das contas; o que não significa que quem ganha menos pode ficar sem nenhuma responsabilidade. “Se não houver esforço de um dos membros do casal, ele não dará valor ao que entra na casa, fazendo com que o relacionamento se desestruture”, adverte o empresário.
A respeito da conta-conjunta, Samuel afirma que há muitas vantagens, mas que o casal não pode prender-se a isso. “Se há um objetivo em comum entre o casal, como viajar, por exemplo, cada um ajuda mensalmente na conta-poupança. Porém, o indivíduo também tem seus objetivos pessoais, como a aquisição de um carro; dessa forma, ele deve ter um planejamento financeiro sozinho”, esclarece o especialista. Além disso, ele acrescenta que, de tudo que você ganha, deve guardar no mínimo 10%.