Economizar se tornou a principal rota de fuga da grande recessão econômica que atinge todo o país há um bom tempo. Desta forma, pequenos detalhes acabam fazendo consideráveis diferenças no orçamento familiar, cada vez mais apertado.
Um dos setores que confirma isso é o das costureiras. O trabalho das profissionais está em alta diante da dificuldade dos brasileiros em investir em roupas novas e, assim, as reformas vêm ganhando mais espaço no cotidiano. Reformar antigas peças e ‘recauchutar’ o guarda-roupa virou necessidade.
Luci Helena Baron trabalha há muitos anos nesse ramo de atividade e confirma. “É muito conserto, aumentou muito a procura, muito, muito. Principalmente, os adolescentes e jovens que compram roupas de marca e não vão jogar fora… Acredito que se é uma calça barata até jogam fora, mas quando é uma roupa mais cara, acabam reformando, consertando”.
Luci, apesar de estar há 15 anos firme na profissão, possui o conhecimento desde a adolescência, quando aprendeu com a mãe. “Primeiro, eu só costurava. Depois, eu parei, devido a situação financeira do povo, a inadimplência era alta; então, parei e comecei trabalhar em outras funções até me aposentar. Agora, resolvi voltar ao ramo e me surpreendi com tamanha procura pela reforma das roupas”.
Aos 64 anos de idade, a profissional ainda ressaltou que os serviços mais procurados pela clientela são diversos. “Cortar o comprimento, fazer a barra outra vez, colocar a mesma barra, troca de zíper, apertar camisa, cortar manga de camisa… Entre a crise, ainda está o calor severo que traz os clientes para cortarem as roupas: calças para fazer bermuda, camisas para fazer camisetas. Ainda tem o furo que as pessoas querem cerzir e outras recuperações diversas das peças!”.
Luci, mesmo em tamanha crise, já precisou, inclusive, dispensar serviço para não acumular diante de tamanha demanda. “Na semana passada, eu tinha dez calças de uma pessoa só. Agora, já tenho três camisas da famosa marca Dudalina como responsabilidade de reformar. A pessoa emagreceu e precisa apertar todas elas. É muita roupa. Ainda dispensei duas sacolas enormes, pois não dava conta de terminar. Fico nervosa, pois, as pessoas possuem prazo Aí combinei com o cliente de fazer o seguinte: trazer de duas em duas peças!”.
Em Cosmópolis, a procura não é só local. “São pessoas de várias cidades da região, inclusive, Paulínia, Artur Nogueira, Holambra. Não são apenas daqui”.
Mesmo assim, é importante saber que não é qualquer profissional que consegue realizar um bom trabalho. “As pessoas vêm de outra cidade porque confiam no meu trabalho. Troco zíper, faço a barra tradicional da calça jeans, aperto camisas, faço costura dupla… São serviços que não é qualquer um que faz. Confiança no trabalho é fundamental. É gostoso receber a confiança das pessoas!”,contou Luci, que ainda finalizou grata à mãe pelo ofício ensinado. “Ela deixou um legado muito importante em minha vida, tenho muito orgulho do que a minha mãe fazia!”.
Diante da crise, aumenta a procura por reformas de roupas em Cosmópolis
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