Dicas e cuidados essenciais com as tosas em cães na época do verão

Na época do verão, as pessoas tendem a levar seus animais de estimação mais vezes para a tosa. Por ser um clima úmido e muito quente, deve-se ficar atento a algumas doenças.
Segundo o veterinário José Francisco da Costa, mais conhecido como Chiquinho, “a tosa é feita no animal de acordo com cada pelagem e raça, respeitando as suas características. Para alguns animais, não recomenda-se a tosa, pois pode causar irregularidades na formação dos pelos, e em casos mais delicados não há o crescimento dos pelos.
Já determinadas raças mais comuns hoje em dia, como Shih Tzu, Lhasa Apso e Pequinês, são as que frequentemente têm problemas de pele. “Se o proprietário não separar um tempo para escovar seu animal, os pelos podem embolar e, assim, acontecer a proliferação de fungos e bactérias na pele. Caso o animal seja acostumado com os pelos longos, se fizer a tosa e ele não estiver adaptado com isso, pode ter dermatites. Além do mais, por conta do calor, é aconselhável controlar a alimentação para evitar gastroenterites (viroses), não o deixando comer nada além de ração e alguns petiscos próprios”, esclarece o veterinário.

Cuidados com as raças peludas no calor

Tosa é essencial em cães peludos

Embora eles não sejam originários do Brasil, os cães da raça Chow Chow já estão adaptados com o clima quente, mas ainda passam mais calor que os outros animais. “A tosa nesse tipo de pelagem pode causar determinados problemas. A tosa recomendada para essa raça é a tosa bebê, que evita o uso de lâminas e opta pela tesoura, diminuindo um pouco e aparando a pelagem, não chegando a raspar, principalmente, na região do pescoço, onde se encontram mais pelos”, aconselha Chiquinho.
Para quem tem raças como Shih Tzu, Lhasa Apso e Pequinês em casa, a tosa é indicada não necessariamente a raspagem de todo o pelo. Atualmente, existem diversos tipos de tosa, com tesouras e vários tipos de lâminas. É essencial escovar os pelos de 2 a 3 vezes por semana para que não embolem e para evitar futuras doenças, pois, se embolados, os pelos grudam na pele e contribuem com a predisposição de fungos, parasitas internos e externos, além da tosa baixa proporcionar uma visão melhor da pele do animal”, comenta o veterinário.

Doenças mais comuns causadas por parasitas:
Os carrapatos e pulgas são os mais comuns nessa época do ano, fazendo com que o cão se coce causando feridas no corpo. Se os pelos estiverem longos, o proprietário terá dificuldades para ver os machucados e só descobrirá o problema na hora de fazer a tosa.
Carrapato – doença do carrapato, as duas mais comuns são Erliquiose e Babesiose, porém, já há relatos de outros tipos de doenças transmitidas pelo carrapato, além das lesões que elas deixam na pele.
Pulga – causa verminose e dermatite. As dermatites podem se potencializar com o calor, devido a umidade. A pulga também pode transmitir vermes aos cães e gatos. Os vermes têm aspecto de grãos de arroz quando encontrados mortos nas fezes ou nos pelos, próximos à região do ânus do animal

Banho

José Francisco da Costa
Veterinário
CRMV-SP 24.666
Atende na Rua Avenida da Saudade, 2419
Clínica Veterinária Colibri
Telefone: 3812-5448

“O banho depende do ambiente em que o animal vive e a sua raça. Em média, um banho por semana é o suficiente. Casos específicos que podem aumentar a frequência de banhos são passeios em que o cachorro se suja e episódios de pulgas e carrapatos. No calor, com a frequência de banhos, há maior predisposição de otites também, pois, se o banho for dado erroneamente, não fizer o uso de algodão como proteção nos ouvidos e não o limpar corretamente, há chances de cair água no ouvido e desenvolver fungos e bactérias, causando a otite. Se o animal estiver tosado, os banhos podem ser dados em casa, de duas a três vezes no mês”, comenta o veterinário.

Banho em cachorros peludos
Secar os pelos do animal é tão essencial quanto o banho em si, devido ao perfil do animal. “Têm shampoos específicos para pelos longos e de acordo com a raça, cor da pelagem e para pelos da face, além de cremes para cada tipo também. Depois do banho, vem a secagem, parte mais importante, pois, o animal pode ficar com a pele úmida gerando dermatites, pode ocorrer de cair água nas orelhas, gerando as doenças já relatadas acima, além de fungos pelo corpo.
A secagem é a maior dificuldade que o proprietário tem em casa, pois o dono do animal consegue passar a toalha secando superficialmente e o secador de cabelo, que ainda sim não são tão eficazes. É primordial o cuidado com os pelos ao redor dos olhos, pois, podem trazer problemas de visão e, inclusive, acarretar úlceras”, finaliza o veterinário.