O estrabismo é uma doença popularmente conhecida como “vesguice”. Ela faz com que os olhos adotem posições diferentes da posição regular; muitas vezes, os dois olhos ou apenas um fica mais próximo ao nariz.
De acordo com o Oftalmologista Dr. Juarez Tavares dos Santos, o estrabismo é a perda do paralelismo, ou o desalinhamento entre os olhos. “Existem três tipos de estrabismo. São eles: estrabismo convergente, que é o mais comum, sendo o desvio para dentro; estrabismo divergente, que é o desvio dos olhos para fora; e o estrabismo vertical, onde um olho fica mais alto ou mais baixo do que o outro”, indica.
O especialista afirma que cerca de 3% da população mundial é estrábica. “Isto indica cerca de 21 milhões de estrábicos no mundo. No Brasil, são cerca de 600 mil acometidos”, informa ele. Além disso, o estrabismo afeta cerca de 4% das crianças com menos de seis anos de idade; um alerta para os pais, que devem procurar orientação a qualquer sinal de diferença dos olhos.
As causas do estrabismo podem ser diversas, tanto genéticas quanto decorrentes de fatores externos:
– Estrabismo congênito: aquele em que o indivíduo nasce com o desvio ou pode aparecer nos primeiros anos de vida;
– Estrabismo secundário: é decorrente de trauma cranioencefálico, onde a musculatura ou inervação pode ser afetada, levando ao desvio.
“Além dessas, ele pode surgir por doença, como diabetes, que compromete os nervos, diminuindo a função e não mantendo o alinhamento; ou por tumor, que comprime nervos e músculos, alterando a posição dos olhos”, esclarece Dr. Juarez.
O Oftalmologista explica que os sinais e sintomas do estrabismo podem ser percebidos tanto externa quanto internamente. “Dentre sinais e sintomas, podemos ter: desvio aparente ou não (alguns casos só com exame podem ser percebidos); diminuição da acuidade visual em um dos olhos; diplopia, ou visão dupla horizontal (uma imagem do lado da outra) ou vertical (uma imagem em cima da outra)”, afirma.
Para diagnosticar a doença, a maioria dos casos é mesmo feita através da observação e aparência externa da posição dos olhos. Porém, o profissional explica que também é possível observar pelo reflexo da luz incidida sobre os olhos, onde o normal é estar bem no centro de ambos os olhos. “Há, inclusive, um teste de motilidade ocular, em que se observa todos os movimentos laterais, superiores e inferiores dos olhos”, informa.
Para os pais que têm crianças estrábicas, o especialista faz um alerta: o tratamento deve ser feito o mais cedo possível. “Com o tratamento prematuro, diminuem as chances dessa criança ter ambliopia, que é o não desenvolvimento visual adequado. Pode ser necessário que a criança use óculos e/ou tampão (onde se cobre o olho bom de melhor visão para forçar o outro). Isto exige muita dedicação e empenho dos pais”, recomenda Dr. Juarez.
O profissional acrescenta que devem ser feitas avaliações frequentes para determinar o grau de melhora do estrabismo. “Em alguns casos, também é necessária correção cirúrgica, onde os músculos são reposicionados para o alinhamento dos olhos”, finaliza ele.