Diretoria do Hospital recorre ao Prefeito, que garante repasse em alguns dias

Na última quarta-feira, 11 de Janeiro, o Presidente do Hospital Beneficente Santa Gertrudes (HBSG), junto do diretor clínico da instituição, Dr. Mario Marchesan Rodrigues, procuraram pelo Prefeito Municipal, José Pivatto, em busca de soluções. Após sérias dificuldades financeiras e os consequentes problemas do Hospital, a entidade passa por um momento difícil. Na ocasião, foram discutidos vários detalhes entre a direção do Hospital e o Prefeito, que prontamente os atendeu. Acompanhe:

Providências
O prefeito José Pivatto comentou: “Estávamos exatamente discutindo a questão do Hospital. Junto do Dr. Gustavo Adolfo Andretto da Silva, nosso diretor jurídico; Célia Crivellaro, nossa secretária de finanças; que também estão nos ajudando a entender esse novo emaranhado de leis que mudaram. A nova lei não permite, daqui para frente, a subvenção sem o chamamento público, sem a chamada concorrência. Diante disso, estamos tentando firmar esse contrato com o prazo mínimo de 90 dias, até porque o Hospital é o único da cidade. Mesmo assim, precisamos de tempo para que o hospital e as outras entidades, que são mais sete, nesta condição de subvenção, tenham condições de se prepararem para participar do chamamento público”.
Pivatto ainda solicitou uma sessão extraordinária, a fim de solucionar o problema. “Também percebemos que a prorrogação das leis deveria ter sido feita no ano passado e não foi feita. A Câmara Municipal de Cosmópolis já foi contatada, falei com o presidente [André Barbosa Franco] para convocar uma sessão extraordinária por conta desta subvenção, para que possamos renovar o contrato e fazer o chamamento para tudo ficar em ordem”.
É importante lembrar que a subvenção tem o valor de R$ 250 mil. Já o MAC, verba com que a Prefeitura contrata serviços de saúde do hospital, tem o valor de R$ 344 mil. O contrato de prestação de serviços, vencido no dia 31 de dezembro, também precisa ser renovado para que o repasse do MAC (R$ 344 mil) seja efetuado à instituição.

Presidente do HBSG procura solução – “Não tinha médico, eu procurei o diretor clínico, a mesa administrativa e todo mundo. O que eu faço? Eu não sou médico, eu não entendo de medicina e preciso tomar decisões. Hoje, é quarta-feira e está chegando o fim de semana. Nós estamos desfalcados de muita coisa no Hospital”.

Pivatto garante repasse e exige prestação de contas – “Estamos com tudo pronto para o repasse e vamos ajudar o Hospital, mas, nós também precisamos que vocês nos oficiem no que serão gastos esses recursos”.
Um dos advogados da Prefeitura ainda complementou: “Para todas essas entidades, deverá ser feito o ofício de onde serão gastos esses recursos, para que, na prestação de contas, coincidam as informações do que foi pedido e onde foi aplicado. Este é o sistema que dá para fazer”.
A antiga subvenção irá continuar até que se normatize essa lei e ela é muito clara, define que, a partir do dia 31 de janeiro de 2017, a cada subvenção, que seja feita a contratualização.
O direto clínico, Dr. Mario, ainda opinou. “O SUS preconiza para uma cidade: em primeiro lugar, um contrato de hospital público; em segundo, um filantrópico; e a terceira possibilidade, quando não se tem os outros dois, é um privado. Se você tiver na mesma cidade as três entidades, se faz preferência ao público e, se não tem o público, vai nos outros dois. Mas, Cosmópolis só tem um Hospital, então, o contrato anual está errado. O SUS preconiza um contrato de 60 meses para evitar esse tipo de transtorno e faz, durante esse contrato, ajustes de valores, porque realmente há mudanças. Cria-se uma crise todo ano”.
Dr. Marchesan também solicitou uma proximidade maior entre a Secretaria de Saúde e o HBSG. “O prefeito e o secretário de saúde possuem uma secretaria e ela não pode deixar o hospital como algo à parte. Há várias necessidades de atendimento de saúde e o Hospital é um ponto fundamental da história. É preciso ter uma inter-relação entre Prefeitura, Secretaria de Saúde e Hospital muito maior. O Hospital foi relegado por muito tempo e não é assim, porque nós somos a porta de tudo que não dá certo no atendimento de saúde.
Na verdade, a secretaria deveria sentar frequentemente conosco e perguntar o que precisamos para melhorar. Acontecem muitas mudanças. Posso dar um exemplo disso: Tivemos casos de Tuberculose, três pacientes em 30 dias. Liguei para a Vigilância Sanitária pedindo a lista de tuberculosos que passaram no sistema e se estão sendo tratados ou não. Explico: São três com caverna. Enquanto o adoecido está sentado aguardando no PS, ele tosse e pode contaminar mais pessoas. Quem corre risco? População, funcionários do Hospital e médicos, ou seja, todo mundo, tudo porque não há uma organização.
Eu queria a lista, ver nome por nome e ver quando foi a última vez que veio até o PS. Identificamos três. E os outros? Devemos saber quem são os pacientes que precisam ser tratados, precisamos de dados e isso exige comunicação entre a secretaria de saúde e o Hospital, o que não acontece há anos. Os casos de tuberculose me deixaram espantado, e o que pedi foi algo simples – as pessoas que estão em tratamento na rede.
Infelizmente, alguns agem mal; o paciente sabe que está doente, não se trata, recebe o remédio e abandona… Então, nós não podemos contar que todos são corretos, mas, precisamos tomar cuidado para que este cidadão que não está agindo corretamente não contamine outra pessoa. A quantidade de pessoas que possuem algumas patologias que nós, no hospital, temos que saber, é grande. Essa relação é algo que precisa ser casado. A população é a mesma, nós temos que conversar, não tem jeito.
A situação do hospital é muito grave. A ideia é preparar uma estrutura não para quatro anos, mas para vinte anos; essa relação precisa durar muito tempo. Temos uma série de pacientes terminais, doenças graves e, hoje, temos um tratamento paliativo que já é aceito. As famílias, muitas vezes, esquecem muitas informações. Vamos montar um papel, uma pastinha para cada doente e já acertar.
Pessoas com tratamentos na UNICAMP, que já passaram pela rede… O paciente já vem documentado e facilita para o médico que atendeu, facilita quando há internação, o que será conversado com a família”.

Presidente do Hospital admite que entidade ainda corre risco de fechar
Pivatto providenciou os documentos necessários para o repasse ao Hospital e ainda solicitou à Câmara uma lei de urgência para autorização dos repasses. Porém, cobrou a prestação de contas para que tudo ande em conformidade com a lei.
Apesar da ajuda, segundo Pacheco, ainda há riscos de fechar o Hospital. “Há riscos de fechar novamente. Os salários estão atrasados e não posso ficar com o hospital aberto sem ninguém para atender ou eu vou cometer ainda mais erros”, finalizou.
Na reunião estiveram presentes, além do Prefeito e os advogados da Prefeitura, a direção do Hospital composta pelo Presidente, Vice-presidente e diretor clínico do HBSG e também a presidente do sindicato dos funcionários do Hospital.