A lei do farol baixo nos veículos para transitar por rodovias durante o dia está valendo desde o dia 8 de junho e já multou muitos distraídos. Quem comete a infração recebe uma multa no valor de R$85,13 e quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação. Por essa razão, nenhum deslize e falta de atenção é permitido.
Para ajudar atender a nova legislação, o mercado automotivo lançou um dispositivo que é capaz de acionar e desligar o farol baixo automaticamente. De acordo com o especialista Ramon de Queiroz, esse módulo recebe o nome de “temporizador de acionamento de faróis”. “É um relê temporizado, que, assim que o motorista dá partida no carro, ele aciona o farol baixo depois de cinco a sete segundos, automaticamente”, explica.
Vale ressaltar que esse módulo só pode ser instalado nos carros convencionais. “Os modelos de carros que têm o sistema Rede CAN, que é o sistema eletrônico do automóvel, não podem ter este módulo específico instalado”, alerta Ramon. Ele explica que o carro tem um “cérebro” que monitora todo o veículo através de pulsos. Se este temporizador for instalado, ele atrapalha na comunicação desse cérebro e é perigoso ocasionar problemas em outros sistemas.
Porém, se o motorista instalar esse dispositivo e, um dia, for andar somente dentro da cidade durante o dia e não quiser o farol baixo ligado, ele pode optar por isso. “Se você ligar a lanterna, ele apaga o farol; e, depois, você decide o que quer ficar no momento, se ligado ou desligado”, observa o profissional.
O especialista explica que o temporizador é instalado na parte elétrica do veículo, ligado no sistema da chave de farol. “É um item muito interessante não somente para o motorista não correr o risco de esquecer de ligar o farol, mas também de desligar. Se ele esquecer o farol ligado, descarrega a bateria e corre o risco de precisar chamar um guincho!”, adverte ele.
Alguns modelos de carros, como os da Fiat, por exemplo, já desligam automaticamente os faróis quando a chave do veículo é desligada.
Lâmpadas
A luz halógena é aquela presente na lâmpada dos faróis convencionais, de luz amarela. “Sua lâmpada é composta por um cristal, que parece vidro. Por essa razão, não se pode colocar a mão, porque com a gordura natural das mãos, ela ‘frita’ e estraga”, alerta Ramon. Ele explica que há um vácuo, filamento lá dentro, e uma resistência em cima. E é isso que faz a lâmpada acender.
Já os faróis de xenon, como abordamos na semana passada, são aquela luz mais azulada que só é permitida se vier de fábrica, e funcionam de forma diferente do farol convencional. “Dentro do vidro tem uma ‘bolinha’, que é onde fica o gás xenônio. A alimentação dessa luz começa de dentro do sistema, onde tem um reator de 12 volts; ele solta alta freqüência e alta tensão, fazendo com que o gás se movimente e gere luminosidade. O que diferencia da luz amarela é a temperatura da cor, e também a potência, que é mais forte na luz de xenon”, esclarece.
Segundo Ramon, os faróis de xenon costumam ter uma durabilidade maior que os convencionais por se tratar de um equipamento eletrônico, que tem inúmeras qualidades. “Não podemos dizer, porém, que a lâmpada amarela convencional tem uma vida-útil menor, porque isso vai depender do tipo e da qualidade da lâmpada. Além disso, sua durabilidade depende do uso. Podemos compará-la a uma lâmpada caseira: quanto mais se usa, mais desgastada ela vai ficando”, explica.
O profissional informa que agora, no mercado automotivo, existe a luz super LED, a qual é chamada popularmente de xenon super LED. “Os faróis de LED originais vêm em modelos como Audi e Mercedes. Assim como todos os outros faróis, eles devem vir direto de fábrica, porque o carro já é desenvolvido especialmente para aquele tipo de lâmpada. A luminosidade dela é branca, e é um pouco mais fraca que as de xenon. E também, as de LED têm consumo menor, então têm uma durabilidade um pouco maior”, afirma Ramon.
Existem, em carros mais modernos, o farol DLR, de rodagem diurna. Nesse caso, o Detran informa, em nota, que esses veículos não precisam acionar o farol convencional durante o dia em rodovias.
A fim de preservar os faróis, o especialista afirma que não há muito o que fazer, mas existem alguns cuidados básicos que podem ser adotados diariamente. “Primeiramente: não encostar as mãos nos faróis. Depois, é interessante usar o farol apenas quando necessário: por exemplo, durante o dia, os carros não precisam andar com eles acesos dentro da cidade, apenas quando pega pista”, aconselha.
Além disso, é importante, sempre antes de percorrer longos caminhos na estrada, verificar se os faróis estão funcionando e se todas as outras luzes de segurança do veículo estão em boas condições antes de sair de casa. Isso pode evitar uma multa e garantir a segurança de todos.