As doenças não cariosas variam de acordo com o estilo de vida do paciente
Antigamente, a cárie era a doença de maior incidência bucal; hoje, é a doença não cariosa ou doença bucal da novageração. E, sabe por quê? Porque está diretamente ligada ao estilo de vida do paciente.
Vários são os tipos de doenças não cariosas dependentes do estilo de vida: hipersensibilidade dental (dor nos dentes ao receber estímulo térmico gelado ou quente, retrações gengivais, grandes desgastes dentais entre outros.
A população, de uma forma geral, está sofrendo as consequências de uma vida agitada e estressante. O resultado disto está se apresentando no aumento do índice de pessoas com elevados níveis de ansiedade. E esta ansiedade gera sequelas bucais, como, por exemplo, o bruxismo que, consequentemente, resulta num intenso desgaste dental aparente na grande maioria dos pacientes. Todos estes problemas associados a alguns hábitos comuns da geração atual, como a prática de esportes de alta performance e dieta ácida, entre outros, estão acarretando um quadro bucal caótico com envelhecimento precoce dos dentes (desgaste acentuado), presença de retrações gengivais associadas ou não à hipersensibilidade dental.
E por que alguns pacientes possuem retrações gengivais diante de um bruxismo intenso e outros não? E por que um indivíduo pode apresentar dentes com essas perdas gengivais e outros não?
Isto acontece devido à existência de vários tipos de gengiva, ou melhor, biótipo gengival I, II, III e IV, variando, assim, de acordo com a qualidade e quantidade de tecido gengival e ósseo, que é particular de cada pessoa, além dos fatores que podem estar associados, como podemos citar um trauma de mordida.
Sendo assim, as doenças não cariosas podem ser prevenidas diante de uma criteriosa anamnese exame clínico.
O dentista precisa diagnosticar, primeiramente, o fenótipo gengival, ou seja, se o tipo gengival é fino, médio ou grosso. Em pacientes que apresentam biótipo gengival mais fino (alto risco para desenvolver retrações gengivais, os cuidados têm que ser redobrados em relação à quase todos os tipos de tratamento: aparelhos ortodônticos, implantes, próteses, etc.
Também existe toda uma orientação visando a prevenção das retrações gengivais quanto à forma de escovação, como agir no caso de ansiedade associada a bruxismo e/ou apertamento diurno e em situações de refluxo gastro-esofágico, uso de medicação de forma crônica ou drogas ilícitas e dietas muito ácidas. Ainda devemos considerar que as raízes com retrações gengivais associadas à todas estas situações apresentadas acima, são drasticamente, cada vez mais expostas e corroídas. Afinal, doenças não cariosas são doenças multifatoriais.
E, assim, a prevenção destas doenças, exige um vasto conhecimento. Trata-se de uma prevenção contemporânea, sendo que, muitas vezes, torna-se necessária uma cirurgia de enxerto gengivalantes de um tratamento ortodôntico ou durante a instalação de um implante em pacientes com biótipo gengival fino, visando uma prevenção em excelência quanto às retrações gengivais.