Doenças respiratórias podem ser evitadas com atitudes simples

Com a chegada do outono, é comum que o ar fique mais seco, devido à diminuição da frequência de chuvas. Mesmo que, em Cosmópolis, o outono esteja com cara de verão, é importante que os pais fiquem atentos às doenças respiratórias, de cunho infeccioso e alérgico.

De acordo com o Pediatra Dr. André Arruda, as doenças infecciosas são, em sua grande maioria, virais, e uma parte menor, bacteriana. “As virais são, principalmente, os resfriados, as gripes (quadros mais sérios) e também as afecções respiratórias superiores, como sinusites, faringites; e na via aérea inferior, as pneumonias”, indica.

Já entre as doenças de cunho alérgico se destacam a rinite alérgica e a asma, esta última popularmente chamada de bronquite. “Para os bebês de menos de dois anos de idade, nós, profissionais, não utilizamos o termo ‘asma’; atribuímos um termo geral, ‘síndrome de bebê chiador’, onde os sintomas da asma, nesta faixa etária, pode fazer o bebê apresentar chiado, não necessariamente a asma em si”, explica o especialista.

Na época do ano em que adentramos o outono e, posteriormente, o inverno, quando a média da temperatura cai, nós, geralmente, não ficamos tão ao ar livre, os ambientes ficam mais fechados, o que propicia uma chance de contaminação maior através de vírus e outros germes, e também a um contato maior do indivíduo com fatores alergênicos. “Os principais alérgenos que causam problemas são ligados à sua parte inalatória, destacando o ácaro, fragmentos de insetos mortos misturados à poeira domiciliar, também os pelos de animais, mofo, entre outras condições. As doenças infecciosas também se beneficiam dos lugares fechados para se desenvolverem”, esclarece o profissional.

Lugares abertos e ventilados diminuem os riscos de alergias e de propagação de doenças respiratórias

Lugares abertos e ventilados diminuem os riscos de alergias e de propagação de doenças respiratórias

Ao longo das últimas duas décadas, segundo o Pediatra, tivemos um aumento crescente da oferta de vagas em creches, e cada vez mais as mães têm de trabalhar fora, levando seus filhos às creches cada vez mais cedo. “Isso implica em que um bebê, cuja mãe está acabando de sair da licença maternidade, dos quatro aos seis meses de vida, e que ainda não tem o sistema imunológico pronto, conviva com muitas outras crianças, de seis a oito horas por dia. Isso acarreta em uma maior troca de germes entre elas. Como o sistema imunológico ainda não é formado, a criança pode adoecer entre seis a doze episódios anuais de gripes e resfriados, fora as demais doenças infecciosas”, adverte ele. “Aconselhamos que essas crianças tenham acompanhamento periódico; porém, muitas vezes, mesmo tomando todo cuidado, é praticamente impossível evitar que ocorram as doenças”, acrescenta.

As alergias podem ser percebidas a partir do terceiro/quarto mês de vida, mas é muito difícil especificar, porque os sintomas de gripe e resfriado se confundem com os da alergia. “Porém, via de regra, as alergias não são causadoras de febre. Há situações em que a alergia é um fator que piora o quadro. Por exemplo, em um indivíduo asmático que adquiriu uma gripe ou um resfriado, ele pode ter febre e isso vir a acentuar os sintomas de asma daquele indivíduo”, afirma Dr. André.

A melhor maneira de evitar que essas doenças respiratórias se desenvolvam, é ter um correto controle ambiental. “O ambiente deve estar arejado; deve-se cultivar o hábito de lavar as mãos; as crianças maiores devem ser orientadas a tossir colocando a boca próxima à junção do cotovelo, e não utilizar as mãos na frente da boca; aos adultos, evitar enviar os filhos ao colégio ou à creche se estiverem doentes; e evitar o contágio com pessoas doentes, principalmente, em locais fechados”, recomenda o Pediatra.

Em relação às alergias, é importante manter um ambiente limpo e isento daquilo que pode acumular poeira domiciliar e ácaro, como tapetes, carpetes e cortinas. “Uma dica é usar pano úmido ao invés da vassoura para limpar a casa, para não espalhar a poeira; nos casos em que sabemos que a pessoa realmente é alérgica, aconselha-se encapar colchão e travesseiro com tecido impermeável, e condicionar roupas, à medida que são lavadas, dentro de sacolas plásticas ou capas antes de guardá-las dentro do armário”, aconselha o especialista. “Ao utilizar ventiladores de teto, limpar as pás, assim como limpar os ventiladores comuns também. A utilização de aparelhos de ar condicionado obedece estes preceitos: manter o filtro limpo e fazer a higienização do aparelho, pelo menos, uma vez por ano”, acrescenta.

Além disso, o uso de umidificadores de ar também é aconselhado pelo Pediatra, quando a umidade relativa do ar for inferior a 45%. “Lavar as narinas com soro fisiológico é muito importante também para se evitar as alergias. Contudo, quem orientará essas medidas para cada paciente é o pediatra, que irá averiguar se o paciente possui patologia respiratória, ou não, se a criança está apta a frequentar a creche ou se deverá se afastar por motivo de saúde, assim como cruzar dados do histórico familiar de doenças respiratórias. Os pais devem evitar medicar a criança com receitas antigas ou repetidas. No caso de filhos doentes, deve-se manter a calma e procurar auxílio médico na medida possível”, aconselha ele.

“Cabe ainda lembrar, na época atual, do surto de âmbito nacional de H1N1 que chegou antes da hora. Cerca de 60% do vírus circulante, de acordo com o último Simpósio Internacional de Influenza realizado pela Faculdade de São Paulo, são H1N1, enquanto os outros 40% são do vírus influenza B. Crianças de seis meses a cinco anos devem ser vacinadas; e as que têm doenças crônicas, dos seis meses em diante”, finaliza o Pediatra.

Dr. André Luiz Mathias Arruda, Pediatra CRM-SP 118.967

Dr. André Luiz Mathias Arruda,
Pediatra
CRM-SP 118.967