Dori Garcia é a personagem do “Minha Vida, Uma História” desta semana

A cabeleireira, de 48 anos, conta que sempre morou em Cosmópolis e que nunca sequer saiu daqui.
“Nasci em Cosmópolis, meus pais e todos os meus irmãos também, mas, ao contrário de muita gente e deles, não tive a oportunidade de morar na Usina Ester. Todos – até hoje – falam que aquele lugar era maravilhoso para se viver. Meus pais contam que, assim que eu nasci, sendo mais específica (risos), depois de 3 dias do parto da minha mãe, eles resolveram se mudar da Usina porque meu pai havia se aposentado e a Usina não podia ficar com aposentados lá. Foi assim que viemos para a cidade, que foi onde eu cresci”, começa Dori.
A cabeleireira conta que, desde pequena, brincava com suas vizinhas, pois sua mãe não permitia que ela e os irmãos, brincassem lá fora. “Mesmo a cidade tendo fama de ‘segura’, minha mãe não nos deixava brincar na rua. Ela achava perigoso e preferia que eu fosse brincar na casa de minhas vizinhas e elas na minha. Desde pequena, minha mãe notou que eu tinha um diferencial em meu gênero, por isso, eu preferia brincar com as meninas”, esclarece.
Dori ainda acrescenta que “com 21 anos, eu me assumi como homossexual. Fui a primeira a se assumir publicamente, a pegar um vestido e sair na rua. Acredite ou não, antes, as pessoas eram menos preconceituosas que hoje. Antes, não existia essa de bater, xingar, etc., as pessoas só pensavam e respeitavam, mas, hoje é ao contrário. Mudei de gênero, agora eu sou oficialmente do sexo feminino. Me casei com um homem espetacular e estou feliz com minha vida. Não tenho nada a reclamar”.