Doula: a profissional que cuida da gestante

A doula vai servir a mãe que está gestando um bebê

Bruna Genaro Doula, consultora em aleitamento materno e jornalista Me siga no Instagram: @partodescomplicado Meu whatsapp: 99859-6801 E-mail: brunagenarodoula@gmail.com

Ser doula é mais que uma profissão, é um propósito de vida. Claro que você deve estar se perguntando, mas o que é “doula” afinal? A palavra vem do grego: “a mulher que serve”, e é exatamente isso. A doula vai servir a mãe que está gestando um bebê. Como? Auxiliando-a durante a gestação, parto e amamentação.
Com certeza, você ou alguém próximo já tiveram alguma destas dúvidas: será que o meu leite é fraco? Cesárea é mais seguro que parto normal? Como aliviar a dor do parto? O que fazer em determinada situação na gestação? Todas essas perguntas vêm por um motivo: a falta de preparação da mulher para ser mãe. Infelizmente, isso não é ensinado nas escolas, e quando ouvimos histórias são aquelas de dar arrepios.
Como eu posso tomar decisões informadas, assertivas e conscientes sobre o nascimento do meu bebê? Se informando, se preparando, começando a parir primeiro “entre suas orelhas” e, depois, “entre suas pernas”. E é a doula a profissional que vai te ajudar a iluminar os caminhos por onde você pode passar.
Qual hospital devo ter meu bebê? Quais intervenções podem acontecer comigo e meu bebê? O que é violência obstétrica? O que é plano de parto? Como o parto acontece em si? Quais são as fases do trabalho de parto? Qual é o momento certo de ir para o hospital? E se a bolsa romper? Como vou me sentir nesse processo? Como amamentar sem dor? Como fazer a pega correta? Essas e tantas outras dúvidas, quem vai te ajudar a sanar é a doula.
A maternidade em si já é algo desafiador e novo para as mulheres, mas não precisa ser solitário. Acontecem transformações no corpo, na mente e no espírito. Para criar um bebê é preciso da ajuda de uma aldeia inteira. Para isso, as doulas estão aqui. Auxiliar durante a gestação com encontros de preparação para o parto, explicando passo a passo como será. Também há o preparo para amamentar, que é baseado na informação.

Parir no Brasil
O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em número de cesáreas, com uma taxa acima de 55% do total de partos na rede pública. Já na rede privada, a taxa chega a ser 85% dos partos, de acordo com a OMS. Isso é extremamente alarmante e perigoso. O direito de parir tem sido roubado das mulheres, e lhes é tirada essa experiência extraordinária que é dar à luz.
E mesmo as mães que têm seus bebês via vaginal, ainda assim, muitas saem com sequelas e más experiências. Por quê? Porque o nosso País ainda não entendeu a importância da humanização do parto. Uma em cada quatro mulheres sofre algum tipo de violência durante o parto, o que é lamentável. Alguns exemplos de violência obstétrica são: inibição de movimentação da mulher durante o trabalho de parto, omissão de informações importantes, execução de procedimentos sem consentimento da gestante, realização de intervenções desnecessárias, desrespeito às escolhas da mulher, proibir alimentos e líquidos, obrigar que a mulher fique em determinada posição, dizer como a mulher deve empurrar o bebê, impedir que ela tenha acesso aos métodos naturais de alívio da dor, maus tratos e abuso de poder.
Como mudamos isso? Mudando o processo, entendendo que humanização nada mais é que tornar o parto mais humano. Os pilares do parto humanizado são: mulher como protagonista desse momento, equipe multidisciplinar (doula, enfermeira, médico, fisioterapeuta, psicóloga), e todos baseados nas evidências científicas mais atuais. Quais são elas? Que a mulher tenha liberdade para escolher o acompanhante que desejar, comer, beber, se movimentar, usar do chuveiro, bola de pilates, exercícios, massagens para aliviar a dor. Que ela possa escolher a posição que deseja parir, escolher como o ambiente vai estar, como ela vai empurrar esse bebê e poder recepcioná-lo da maneira mais calorosa, assim como pede a situação. Parece sonho, né? Mas é possível! Eu posso ajudar para que seu processo de se tornar mãe seja mais leve e consciente.