Drag Queen: conheça mais sobre esse movimento artístico

Heloysa Summer e Lulyta Pierrot já têm anos de muito close

Heloysa Summer e Lulyta Pierrot são Drag Queens e, há alguns anos, já performam em diversos eventos. Aqui, elas falam sobre essa arte, como funciona, onde surgiu, dão exemplos de Drags que são referências da cultura nacional e, além de tudo, falam de suas trajetórias nesse universo. Confira.

O termo Drag Queen
“Somos Heloysa Summer e Lulyta Pierrot! Vamos falar um pouquinho sobre a nossa arte… Você já ouviu a palavra Drag Queen? Provavelmente, você já escutou PablloVittar e Gloria Groove, assistiu a Vovó Mafalda no SBT e já riu com a Vera Verão na ‘Praça é nossa’, talvez tenha visto o programa Rupaul’sDragRace (Reality onde Drag Queens participam de uma competição com vários desafios como: costura, teatro, desfile e muita maquiagem competindo pelo título de ‘Next Drag Superstar’).
De modo geral, o termo ‘’Drag Queen’’, ao longo do tempo, teve vários significados e não se sabe ao certo sua real origem (tem muuuuiita história). Uma das teorias mais bem aceitas define ‘Drag’ como ‘’dressed as a girl’’ ou ‘’vestido como uma menina’’ em português. Vem das peças de teatro shakespeariano onde as mulheres não podiam se apresentar e os homens encenavam todos os papéis (por volta de 1599). Já o termo ‘’Queen’’ viria de ‘’Queenie’’, diminutivo de rainha, datado também no período Elizabetano para definir pessoas afeminadas na época. Totalmente pejorativo. Nada como o tempo né? O que era usado como ofensa, hoje, tem outro contexto e muita coisa mudou desde então”.

Ser Drag Queen
“Ser drag queen é muito plural. Existe essa definição do feminino, mas você pode ser qualquer coisa: uma borboleta, um alien, algum personagem da cultura pop, um alter ego, um personagem; assim como nós. Sabe a tal RuPaul que mencionamos logo no começo do texto? Ela é uma referência no mundo da cultura pop. Uma das primeiras drags americanas a atingir o mainstream com sua música por volta dos anos 90. A primeira a protagonizar uma campanha publicitária para uma marca de maquiagem com alto engajamento, Rupaul fez história.
Foi assistindo o seu programa ‘’RupaulsDragRace’’ que nos inspiramos e nos questionamos: por que não tentar? Afinal de contas, essa veia artística sempre foi um traço caricato nosso através da dança, maquiagem, diva pop e muito carão”.

Surgimento
“Foi no carnaval de 2016 que surgimos, através de uma brincadeira entre amigos (no bloco da vaca de Artur Nogueira). Heloysa já sabia seu nome e se inspirou na cantora dos anos 70 Donna Summer para seu sobrenome. Já LulytaPierrot vem de ‘Luly’, apelido carinhoso do ensino médio ressignificado para ela e Pierrot porque soa francês (risos). Além das duas que vos falam, nesse mesmo carnaval surge Lehda e Nina Toxic, nossas amicíssimas de longa data!
Helo e Lulyta se conhecem desde o Gepan. São anos (não muitos, porque somos novinhas rsrsrs) de muito close! Desde aquela época, não faltou purpurina para a arte e coragem para botar em jogo. Chamamos de montação o processo onde ocorre a transformação para, no final, elas chegarem de salto, peruca e meia calça fio 80.
É tudo truque, é a arte da transformação, criação! Começamos com a maquiagem (um dos processos mais demorados), não pode faltar a picumã (peruca), unhas e um bom e velho Scarpin. A etapa de criação e customização dos looks também é super divertida… trabalhosa, porém, muito gratificante. Ah! Aqui na cidade existem muitas outras artistas talentosíssimas! Nesse céu cosmopolense, todas as estrelas podem brilhar”.

Apresentações
“Lulyta e Helô optam por apresentações mais intimistas… Geralmente, frequentamos baladas e festas particulares onde fazemos nosso show acontecer. No espetáculo, fazemos o ‘’LIPSYNC’’, que consiste no ato performático de dublagem musical. Muita dança, drama e coreografias também estão presentes. Na nossa playlist não podem faltar as famosas divas dos anos 70, 80 e 90 (Flashback no Cosmopolitano??? ADOROOO!). Sinceramente, é indescritível a sensação de ser a Whitney Houston durante algumas horas, uma música e por que não uma noite?”

Todos podem ser Drag
“Vale frisar que DRAG é um movimento puramente artístico. Não tem nada a ver com identidade de gênero ou orientação sexual… Por mais que essa expressão artística sempre esteja muito presente na comunidade LGBTQIA+, QUALQUER UM PODE FAZER DRAG!!! Todos merecem a arte, todos merecem seus espaços de expressão, um momento para conhecer uma outra versão de si mesmo sem esquecer de quem você é. Drag é alegoria, exala alegria e estimula a autoestima!”

Para conhecer mais
“Esse foi só um breve resumo do ‘TRAA’ desse leque gigantesco que é a arte drag. Existe muito material interessantíssimo que gira em torno desse assunto. Caso tenha interesse em se aprofundar e conhecer mais sobre essa arte, recomendamos alguns filmes como: ‘Priscilla, a Rainha do Deserto’; ‘Para Wong Foo, obrigado por Tudo’; ‘Paris is Burning’; séries como POSE (Esta retrata o cenário dos famosos ballls, ou bailes traduzindo para o português, do subúrbio de Nova Iorque no finalzinho dos anos 80. Os figurinos são um espetáculo à parte e a trilha sonora é maravilhosa!!!). Temos também ‘Academia de Drags’, reality brasileiríssimo e totalmente disponível no youtube onde queens brasileiras disputam pela coroa. Vale muito a pena!”

Contatos
“Se você leu até aqui, fica o nosso muito obrigado!!!! Felizmente, estamos caminhando para dias melhores no que diz respeito a pandemia e não vemos a hora de voltar aos palcos. Nossa missão enquanto artistas é essa: entreter, deixar memórias, exaltar as melhores sensações e gargalhadas! Dê sempre um suporte para os seus artistas locais! Vivam a vida leve. Beijinhos da LulytaPierrot e Helô. Se quiserem nos acompanhar nas redes socias, fica aqui nosso instagram: @lulytapierrot e @theonlyhelo”.