Está cada vez mais comum eletrodomésticos e eletrônicos apresentarem defeitos com um tempo curto de uso. Em alguns casos, o problema é solucionado pela garantia, em outros, não. Existe também outro problema, a garantia. Na maioria das vezes, ela é curta e o consumidor não tem outra opção a não ser procurar assistência e consertar, ou então, simplesmente, se desfazer do produto.
Patrícia Wargas, sócia proprietária loja Elétrica e Chaveiro Wargas, autorizada Arno, Black&Decker, DeWalt e Karcher, explica que a razão dos defeitos da maioria dos eletrodomésticos se dá pelo modo de fabricação. “Muita coisa passou a ser fabricada com produtos importados, justamente para baratear o custo”. Segundo ela, por causa disso, a qualidade dos produtos diminui.
Flávio Camargo Torquato
Sendo assim, o consumidor passou a recorrer à garantia com mais frequência. Entretanto, às vezes, nem isso é suficiente, o problema não é resolvido. Patrícia afirma que há casos de consertos de produtos que ainda estão na garantia justamente porque o processo é menos burocrático e mais rápido. Ela diz que o consumidor procura a garantia quando o valor do produto é maior. “Geralmente, quando é alguma coisa mais barata, trazem para conserto; em casos de produtos mais caros, recorrem à garantia”, explica.
Produtos que apresentam mais defeitos variam de acordo com a estação do ano. “No calor, é bastante secador de cabelos”, alega Patrícia.
Ela ainda ressalta que a garantia cobre defeitos e a maioria dos consumidores não sabe como funciona isso. “A garantia não cobre mau uso. Às vezes, o próprio consumidor é responsável pelo defeito”. Ela ressalta que falta esclarecimento das lojas e manuais sobre o uso correto dos produtos. “Também acontece de trazerem produtos aqui para serem consertados sem que estes apresentem defeito algum” – fato que ela atribui a falta de explicação de uso.
Patrícia Wargas
Flavio Camargo Torquato, Técnico em Informática, afirma que, com relação aos eletrônicos, o tempo de duração também diminuiu bastante e ele explica que a razão está relacionada à tecnologia. “Quanto mais tecnologia, mais funções no eletrônico. Como há mais funções, a chance de dar problema em um ou outro recurso aumenta”. Segundo ele, como o foco é produzir cada vez mais, em menos tempo e em menor custo, os produtos têm um tempo de vida útil muito pequeno.
Com relação à garantia dos problemas com que trabalha, ele afirma que, muitas vezes, ela não resolve. “Vários clientes comentam que o aparelho foi para a garantia e voltou com o mesmo problema”. A eficiência do conserto pela garantia varia de fabricante para fabricante.
Existe a opção da garantia estendida. Ela prolonga o tempo de manutenção do produto adquirido após o vencimento da garantia convencional. É uma espécie de seguro pago pelo consumidor. Mas, há termos de conserto, nem sempre este tipo de garantia é sobre todos os defeitos e o consumidor também deve ficar atento. Uma das formas de se informar é lendo atentamente o contrato antes de assiná-lo. Flávio aconselha quando usá-la. “Acredito que garantia estendida somente vale a pena caso o produto seja de um valor alto, já que, na maioria das vezes, quando há algum defeito de fábrica, ele é notado nos primeiros meses de uso”, afirma.
