Em 2025 mais de 700 milhões de pessoas serão obesas, segundo previsão da OMS

O excesso de peso é um dos fatores de risco reconhecido por desenvolver outros tipos de doenças que afetam crianças, jovens e adultos. Por ser um tema importante, o dia 11 de outubro é conhecido como Dia Nacional de Prevenção da Obesidade.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estarão com sobrepeso, e mais de 700 milhões, obesos. O número de crianças com sobrepeso e obesidade no mundo poderá chegar a 75 milhões.
Na região Sudeste do Brasil, os números indicam: 38% de crianças de cinco a nove anos e 22,8% de crianças de 10 a 19 anos estão com excesso de peso. Nos adultos, esse índice é de 50,45%.

Valéria Peixoto Meira
Endocrinologista
CRM: 106903
Atende na Clinesp e Previna

A endocrinologista Valéria Peixoto Meira explica que “a obesidade é uma doença multidisciplinar, endêmica e crônica, que tem fatores causais que vão da hereditariedade aos psicossomáticos, passando, obviamente, pelos hábitos de vida”.
A obesidade é classificada da seguinte maneira: de 25 a 30kg/m² de massa corpórea é sobrepeso, de 30 a 35 é grau I. De 35 a 40 grau II e acima grau III.
Uma Pesquisa Nacional de Saúde Escolar indicou que o índice de consumo de guloseimas em São Paulo (47,7%) é maior que a média nacional (41,6%). O hábito de consumir refrigerantes no Sudeste (30%) também é maior que no país inteiro (26,7%). O consumo de salgados ultraprocessados é relevante: o Sudeste (32,9%) fica perto da média nacional (31,3%).
A médica esclarece que a obesidade vem crescendo devido ao acesso maior de alimentos industrializados e ao sedentarismo, como por exemplo. “No nosso país, além dos fatores econômicos que permitiram um maior acesso a alimentos industrializados, o desenvolvimento social trouxe mais sedentarismo e reclusão doméstica devido à violência urbana e à falta de tempo para atividade ao ar livre. Além disso, a propaganda de fast food e o baixo custo de carboidratos e a rapidez do preparo dos mesmos contribuíram para o ‘boom’ da obesidade”.
Segundo a médica Valéria, a adoção de hábitos alimentares saudáveis é essencial para combater a obesidade.
Além de ser uma patologia crônica, a obesidade está associada a doenças como diabetes, hipertensão arterial, problemas ortopédicos, depressão, aumento de colesterol, triglicérides e também pode estar associada ao câncer.
O excesso de peso também altera diversos processos corporais. “O aumento da gordura ocorre nas vísceras, especialmente o fígado. Pode estar associado a síndromes androgenizantes e ovários policísticos, aumentando de aterosclerose e alterações importantes no metabolismo em geral”.

Impactos na vida
A doença impacta não apenas o corpo do indivíduo, mas também, fatores psicológicos e sociais.
Segundo a endocrinologista, a obesidade tem impacto nas rotinas domésticas, sociais e profissionais. “Pode ser limitante ou agravante de risco e sempre se faz acompanhar de um perfil de depressão, especialmente nos casos mais graves”.
Além disso, ainda há o preconceito e os rótulos sociais e as alterações hormonais que podem comprometer a sexualidade e a reprodução.

Tratamento
O tratamento da obesidade é complexo e demanda uma ação conjunta dos profissionais das áreas de nutrição, educação física, psicologia, endocrinologia e, muitas vezes, da área cirúrgica, cardiológica, ortopédica e cirúrgica.
A endocrinologista Valéria também lembra que os profissionais que atuam em programas de saúde da comunidade também são essenciais.