Junho e Julho são meses repletos de quermesses, festas juninas e comemorações no estilo ‘caipira’, além de muitas comemorações de devotos a santos e padroeiros. Típica destas festividades está a alimentação, incluindo doces e caldos, as danças, brincadeiras e uma tradição que, apesar de parecer inofensiva, é muito perigosa: a queima de fogos e o estouro de rojões e bombas.
Ronan Souza é um dos socorristas da equipe de resgate das ambulâncias da cidade de Cosmópolis e afirma que, nesta época, o número de acidentes com queimaduras aumenta significativamente. “Realmente, nesta época de festa junina, acontecem mais acidentes relacionados a queima de fogos e intercorrências neste sentido. As pessoas aproveitam as festas juninas e julinas nos meses de junho e julho e acabam tendo muito contato com o fogo.
Infelizmente, elas acabam exagerando também na bebida alcoólica e, no embalo do divertimento, aproveitam para soltar esses tipos de fogos. O problema é que, em grande parte das vezes, não estão conscientes para fazerem esse tipo de atividade e acabam se queimando. Além disso, esquecem ainda da vigilância com as crianças, com moradores com parte de rede elétrica e até empresas que possivelmente podem trabalhar com gases e poços de combustível”, alertou o profissional.
Bebidas alcoólicas
“Apesar do atrativo quentão, vinho quente e demais bebidas alcoólicas nestes meses de festividade, alerto que deveriam tomar cuidado e não ingerir bebida para efetuar esse tipo de procedimento. Se for executar esse tipo de ação, procurar por locais mais afastados para não ter problemas”.
Local
“Outra recomendação muito importante é não ter contato direto com o fogo de artifício e procurar sempre, uma estrutura ou uma base para não ficar segurando direto e não ter contato com o rojão. Além disso, como já foi mencionado, cuidado com redes elétricas e evitar proximidade com empresas que possivelmente trabalham com produtos inflamáveis”.
Riscos
“Entre os riscos com esse tipo de brincadeira, estão queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau. Além disso, em alguns casos, pode ocorrer até a amputação do membro devido ao impacto. No ano passado, tivemos dois casos de acidente com fogos de artifício, onde as vítimas se feriram com os artefatos porque não tomaram os devidos cuidados. Chegamos ao local para atendimento e realmente foi constatada falha humana, falta de conhecimento ao manusear esse tipo de produto para efetuar o disparo”.
Crianças
“Nessas brincadeiras, os adultos também costumam esquecer dos cuidados com as crianças. A faixa etária de 6 a 14 anos é muito agitada. Para eles, ‘tudo é festa e brincadeiras com o fogo acabam sendo muito bonitas’. Mesmo fora dessas épocas, apesar de nesta o índice ser maior, os adultos acabam esquecendo-se deles ou permitindo o manuseio de artefatos não compatíveis com a idade dessas crianças e é aí que começam os acidentes. Crianças colocam fogo no local e não possuem o monitoramento do adulto. Além disso, o material pode possuir material para grande impacto”.
Perigo
Traques – “Mesmo parecendo inofensivos, para que essa brincadeira se inicie é necessário o fogo, é preciso uma temperatura para que ele se incendeie e cause o impacto que traz o divertimento. Então, por mais que pareça de baixo impacto, em um ambiente fechado, esse tipo de material pode trazer danos para a saúde, principalmente, auditivos. É importante lembrar que a criança ainda está em fase de crescimento e começar ter contato com essas explosões acaba até dificultando a parte auditiva da criança.
Palha de Aço – Queimar ‘Bombril’ é bonito, mas é perigoso! Aquilo é um material em chamas. As crianças costumam colocar fogo e começam a rodar… Essa brincadeira é arriscada, queima, se pegar no cabelo queima, pode causar queimaduras, inclusive, de primeiro grau.
Estalos – Este material que joga no chão e estrala não aparenta tantos riscos. Isso por não possuir um alto grau de periculosidade, além de ser especificado pelo Inmetro. Então, acompanhado de um adulto e sabendo que é para jogar no chão e não jogar em ninguém, não haverá maiores problemas”.
Primeiros Socorros
“Em casos de acidente, de imediato, se for caso de queimadura de primeiro, segundo ou terceiro grau, é necessário usar água corrente até a chegada da equipe de resgate para atendimento no local.
Basta ligar no número de emergência 192 que deslocamos até o local, levamos ao hospital e, se for necessário, fazemos a transferência para um hospital mais especializado em queimaduras. No nosso caso, um dos mais próximos é o hospital da cidade de Limeira”.