Lidar com sentimentos desagradáveis pode ser uma tarefa complicada e árdua. A mágoa, ressentimento e raiva são sentimentos comuns, mas, caso não sejam trabalhados, podem fazer com que tenhamos diversos problemas em diferentes áreas da vida. Entenda esses sentimentos:
“Ao ler o título, tenho certeza de que a primeira coisa que passou pela sua cabeça foi de que o texto seria sobre o cenário político atual, não é mesmo? Afinal, é quase impossível não pensar sobre isso.
Mas, não… deixemos esse assunto de lado. Na verdade, a ideia, hoje, é falarmos sobre as guerras que acabamos travando conosco todos os dias e que vão minando nossa alegria e nossa vontade de viver.
Todos os dias, nos deparamos com situações que provocam sentimentos desagradáveis, como mágoa, ressentimento ou raiva, os quais, quando mal trabalhados, podem nos conduzir ao desgaste emocional, problemas de relacionamento, entre outros. Vale destacar que estudos apontam que a mágoa e a raiva estão associadas a problemas de aumento da pressão arterial.
A mágoa vem do latim macula que quer dizer desgosto, pesar, amargura. Já o ressentimento (re-sentir), refere-se a uma mágoa que não se consegue superar. A raiva, geralmente, aparece quando nos sentimos injustiçados.
Não é por acaso que os três apareceram juntos. Quem nunca experimentou uma situação na qual tenha se sentido injustiçado (raiva), mas preferiu não expressar ou agir no momento se sentindo mal (amargura) e ficou angustiado por dias, semanas, meses, anos a fio (ressentimento)? Quem nunca travou essa guerra consigo mesmo?
Em nossa cultura, a raiva é muito mal vista, embora seja um sentimento extremamente útil para a sobrevivência. É comum ouvirmos que não se deve sentir raiva ou que é feio senti-la. A raiva é uma emoção muito importante, pois, nos guia até nossos direitos quando bem utilizada.
Sabrina Fernandes
Tanajura
Psicóloga Clínica Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental
Contato: (19) 98184-6878 / 3827-1227
A raiva não precisa ser uma emoção explosiva; se bem conduzida, pode nos ajudar a resolver as situações e impedir que fiquemos ressentidos.
Curiosamente, também em nossa cultura, sentir “raiva para dentro” ou estar magoado vem acompanhado de um sentimento de nobreza. Mas, a mágoa, quando não compreendida, pode causar tanto estrago quanto a raiva descontrolada. A mágoa também pode destruir relações, consumir energia e trazer sofrimento para quem sente e para quem é alvo dela.
É preciso cuidado com ela, pois, tem como características chegar de mansinho, ganhar espaço e dar a falsa sensação de estar em vantagem.
A primeira coisa a fazer para lidar com esse trio, em especial a mágoa, é não deixá-lo se avolumar em tamanho ou tempo. O outro caminho seria trabalhar o perdão.
Por um caminho ou por outro, é importante saber que é possível aprender a lidar com cada uma das emoções. E se você se sente vivendo essas batalhas, procure um profissional de saúde mental. Não é necessário viver essa guerra”.
Por Sabrina Fernandes Tanajura
