Empreendedorismo e maternidade: conheça a história de Bruna Laurindo

”Eu achava que fazia muita coisa, mas, me redescobri quando a Lavínia nasceu”

Bruna Laurindo, empreendedora, fala da sua experiência desafiadora de ser mãe de sua filha de 2 anos, a Lavínia Laurindo Silveira, enquanto gerencia dois grandes negócios. Confira.

Rotina

“Minha rotina é intensa e dinâmica, me comunico muito e tenho por hábito conduzir várias atividades ao mesmo tempo e isso me faz uma pessoa muito proativa, objetiva e prática com as minhas demandas e responsabilidades pessoais e profissionais. Depois que a Lavínia nasceu, achei que eu fosse desacelerar um pouco, pois, havia me proposto a cuidar apenas dela no primeiro ano, mas não foi bem assim que as coisas aconteceram, surgiram oportunidades e não pude deixar de abraçar. E ela, a Lavínia, mais do que nunca naquele momento, foi minha fonte de coragem e inspiração para entender, aceitar e encarar o novo que chegava em minha vida. Atualmente, administro dois negócios e, dentro desses dois negócios, há quatro empresas. Eu tenho minha consultoria, que é a BBG Consultoria e Mentoring, que atua na área de Recursos Humanos. Tenho mais dois sócios e cerca de oito projetos ativos. Nesse contexto, tenho reuniões constantes, às vezes viagens e, por vários momentos, pela manhã, antes da Lavínia acordar, eu já estou conectada e em call com clientes ou com meus sócios para alinhamento dos projetos. Depois que ela acorda, eu a preparo para ir para a escola e a levo até lá. Após isso, vou para o escritório da Florare, que é onde eu divido o meu tempo durante a manhã e a tarde, entre demandas do Grupo Florare, que no caso é composto pela empresa de decoração, que é a Florare Eventos; pelo Recanto Florare, que é o espaço de festas; e pela nossa loja online, de presentes, que é a Florare Presentes.

Me divido na gestão dessas empresas diariamente e, ao fim do dia, vou buscar a minha filha na escola. Em meio a tudo isso, a rotina é muito intensa porque, além de tudo, quando chego em casa, me dedico a cuidar da Lavínia, do esposo e da casa, que acaba sendo a melhor parte do dia.

Eu aprendi e venho aprendendo todos os dias com a Lavínia, hoje sei que posso e consigo muito mais por ela. Basta querer, planejar, acreditar e executar, pois, antes de ser mãe, eu tinha plena convicção de que eu trabalhava muito e eu amava aquela rotina louca que eu vivia. Trabalhei por mais de 15 anos em uma grande empresa, atuava como gerente corporativa de RH, gerenciava 09 unidades com mais de mil e duzentos colaboradores, viajava o Brasil todo e minha rotina nesses últimos anos era recheada de muitas demandas. Pensei que, quando eu me tornasse mãe, seria mais ‘fácil’ [risos], mas foi totalmente o contrário. Hoje, eu continuo trabalhando muito, acredito que até mais que antes, mas me dedicando aos meus negócios, porém, podendo usufruir de uma rotina junto da minha filha. Levar e buscá-la na escola, preparar seu lanche diariamente, tudo isso é prazeroso demais. Ser mãe é algo mágico, não tem explicação, eu amo ser mãe, eu aprendo todos os dias com ela.

E ela, vendo essa minha rotina louca, de muito dinamismo, sinto que, mesmo sendo tão pequena, vem comigo nessa também. A Lavínia é muito proativa e tem iniciativa para fazer as coisas. Quando chego em casa, procuro ter o meu tempo com ela, vivenciar momentos muito importantes do dia a dia, dos quais não abro mão”.

Apoio da família

“Sou muito grata por ter o apoio da minha família. Como tenho essa rotina muito pesada durante a semana no escritório e nos fins de semana montando e participando ativamente dos eventos da Florare, ela, às vezes, fica comigo participando dessa rotina aos fins de semana, pedindo inclusive para ‘ver a noiva’ [risos]. No demais, conto com a ajuda da minha mãe, irmã e tias. Todo domingo de manhã, minha irmã leva a Lavínia na escola para participar da escola dominical,  à noite eu ou minha mãe a levamos no culto. Se eu não consigo ir, ela vai com a minha mãe ou irmã.

Com a ajuda da minha família, estou conseguindo introduzir minha filha a uma rotina religiosa. Às vezes, aos sábados, eu trabalho durante a noite e ela acaba indo dormir na casa da minha irmã e sempre tem a oportunidade de se divertir muito com meu sobrinho, o Miguel. É sempre uma farra; ela é apaixonada pelo primo”.

Decisão

“Eu não pensava em ter filhos quando eu era bem jovem, sempre tive muito foco em crescer profissionalmente, conquistar as minhas coisas, porém, ao longo do caminho, entendi que era possível conciliar as duas coisas. Então, eu e meu esposo nos casamos, e ele sempre desejou ter filhos, aí após 10 anos de casados, após estarmos mais estruturados, começamos a planejar. Com 28 anos, comecei a imaginar como seria a vida com filhos nela [risos], mas só com 33 anos que decidi efetivamente me preparar para engravidar. Comecei fazer meus exames, me preparei, tomei todas as vitaminas e, em seis meses, engravidei. Ela veio no melhor momento, na melhor fase, no momento que tinha que ser.

E em meio ao processo de quando ela nasceu, eu cursei uma pós-graduação, em uma instituição que era o meu sonho, e foi mega desafiador. Eu, de fato, não tinha noção de como uma mãe tinha a capacidade de fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Eu achava que fazia muita, mas, me redescobri quando a Lavínia nasceu”.