Endodontia é a especialidade que cuida da região interna do dente

A endodontia é a especialidade da odontologia que diagnostica e trata a parte interna do dente, a polpa e seu periápice. A área odontológica também é conhecida como tratamento de canal.
A endodontia é necessária, principalmente, em casos de cárie muito grande, mas também pode acontecer de um dente precisar de canal após sofrer um trauma e até mesmo em restaurações que acabaram ficando muito profundas. “Em casos de trauma, o paciente deve ficar para sempre atento, pois, o dente pode morrer anos após o trauma e gerar a necessidade de tratamento de canal. Sugerimos que um dente traumatizado deve ser acompanhado com radiografia uma vez ao ano”, explica a endodontista Tatiane Salvador.
Segundo a especialista, a polpa dentária pode estar inflamada (viva) ou necrosada (morta). “Nem sempre há dor em um dente que precisa ser tratado endodonticamente; algumas vezes, descobrimos ‘sem querer’ em uma radiografia ou exame clínico, mesmo sem queixa do paciente. Mas, pode haver dor e pressão na mastigação”.
Quando a polpa está inflamada (viva), a principal sintomatologia é dor prolongada e aguda com estímulos, como doce, gelado e quente, e dor espontânea, aquela que começa a qualquer momento, sem precisar de um estímulo, e latejante”, afirma.
Já com relação à polpa morta, é comum o aparecimento de dores espontâneas e a dor latejante, que pode resultar no acúmulo de pus, gerando abscesso (inchaço) e fístula, que é um ducto que o organismo forma para drenar o pus e, na boca, fica uma bolhinha.
“Nesses casos de polpa morta, a infecção pode gerar uma reabsorção do osso que fica na pontinha da raiz (região de periápice). Essa reabsorção ocorre tanto por conta dos subprodutos das bactérias presentes nessa infecção, quanto pelo organismo do paciente que reabsorve o osso para formar mais vaso sanguíneo e, assim, chegar mais células de defesa para combater a infecção”, explica Tatiane.
Porém, tanto em polpas vivas quanto em polpas mortas, o dente pode ser assintomático, ou seja, o paciente pode não sentir dor nenhuma.

Tratamentos
Tatiane explica que, primeiramente, é feita a remoção de toda a cárie, quando existente, e abertura da cavidade que contém a polpa coronária e acesso ao canal radicular (um ou mais). Segue-se a desinfecção do canal, ampliação e selamento com um material específico, que vai impedir que ocorra uma infecção posterior.
“Hoje em dia, há duas formas de se tratar um canal: a primeira é a endodontia manual, que acaba demorando mais tempo para terminar; e a outra é a endodontia mecanizada, com limas rotatórias e reciprocantes, que agilizam o tratamento, fazendo com que seja possível iniciar e terminar o tratamento de canal em uma única sessão, o que permite que o dente fique ‘pronto’ muito mais rapidamente”, esclarece.
A endodontia em sessão única pode ser feita na grande maioria dos casos, porém, é contra-indicada em casos de abscesso (pus) e lesões muito extensas e, geralmente, é feita por especialistas em endodontia.

O acompanhamento pode ser feito com dentista clínico geral, não necessariamente com endodontista. Porém, todo dente com canal tratado também deve ser monitorado anualmente, de preferência com o dentista que o tratou, principalmente, nos casos de lesão periapical, para que seja feito o controle de sucesso.
“O paciente deve sempre responder com honestidade a anamnese e informar o dentista em casos de problemas de saúde, pois tratamentos dentários mais invasivos,l como canal e extração, podem requerer uma profilaxia antibiótica e cuidados prévios”, conclui a endodontista.

Tatiane Freitas Salvador Endereço: Caetano Achiles Avancini, 438 Fone: 3872 6119