A endometriose é um problema que atinge cerca de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos). Consiste no crescimento do endométrio (mucosa que reveste a parede interna do útero) em outras regiões do corpo.
Sintomas
Segundo o ginecologista Rodrigo de Angelis, o primeiro sintoma da endometriose é a dor pélvica, quase sempre associada ao ciclo menstrual. Por esse motivo, pode ser confundida com cólicas menstruais.
Alguns dos principais sintomas são:
•Dor no baixo ventre ou cólicas que podem ocorrer por uma semana ou duas antes da menstruação de forma cíclica;
•Dores nas relações sexuais com penetração;
•Dores ao urinar e evacuar, especialmente no período menstrual;
•Infertilidade;
•Fadiga;
•Diarreia.
O médico Rodrigo ainda afirma que a intensidade da dor não está relacionada à extensão do problema. “Algumas mulheres, com doença muito extensa, não têm dor alguma, enquanto outras com pequenos focos sentem dor a ponto de necessitarem ir a uma emergência”.
Infertilidade
Entre 30% e 50% das mulheres inférteis são vítimas da endometriose. “Em alguns casos, a endometriose leve pode prejudicar a função ovariana, peritoneal, tubas uterinas e endométrio, levando a uma fertilização ou implantação defeituosas”, explica.
Se tratando dos estágios moderado ou grave da doença, pode provocar a infertilidade ou a redução nas taxas de gravidez quando comparadas com mulheres com endometriose em estágio inicial.
“Mas há uma série de tratamentos que podem tornar possível o sonho de ser mãe, e cada caso deve ser avaliado de acordo com o perfil de cada paciente”, esclarece o ginecologista Rodrigo.
Prevenção e tratamentos
De acordo com o ginecologista, ainda não há a possibilidade de prevenção para a doença em seu estágio primário, já que, durante o período de adolescência, a endometriose não é detectada. “Porém, como na maioria das doenças crônicas, a alimentação saudável, a diminuição do estresse, o repouso adequado e a atividade física seriam alguns dos itens coadjuvantes da melhora na evolução da doença”.
Com relação ao tratamento, pode-se recorrer a duas opções: medicamentos ou cirurgia. “Cada um deles tem suas especificidades, e cabe a um ginecologista avaliar a gravidade da doença em cada caso e recomendar o melhor tratamento. Vale lembrar que, dependendo da situação, ambos os procedimentos são feitos de maneira integrada”.
O processo cirúrgico é chamado de laparoscopia. “Em alguns casos, é possível eliminar apenas os focos da doença ou as complicações que ela traz – como cistos, por exemplo. No entanto, em situações mais sérias, o procedimento precisará até remover os órgãos pélvicos afetados pela enfermidade. Dependendo das condições da doença, é possível recorrer a tratamento por laparoscopia, com laser. Também é possível a realização da videolaparoscopia, na qual diagnosticará o número de lesões, aderências, a obstrução tubária e já tratar a doença”, explica.
Já o uso de medicamentos, como analgésicos e anti-inflamatórios, é recomendado para redução dos sintomas. É possível aliviá-los também com a utilização do DIU com levonorgestrel.
Dr. Rodrigo de Angelis é Ginecologista
CRM: 96086
Medclin Cosmópolis
Cuidados
Suspender a menstruação por alguns meses é um tipo de manutenção ao tratamento muito utilizado nas mulheres com suspeita ou diagnóstico de endometriose. “Para isso, as pílulas anticoncepcionais têm um papel importante, pois, além da contracepção, podem promover melhora significativa dos sintomas da endometriose, com melhora da qualidade de vida da paciente”, comenta Angelis.
“Um ponto importante é deixar claro que a pílula não cura as lesões da endometriose, e sim, deixa as lesões mais inativas por bloquear a produção de hormônios naturais, principalmente, o estrogênio”, conclui.
