Existem alguns grupos que são mais suscetíveis à deficiência de vitamina D e, por isso, necessitam de suplementação, assim como os idosos, já que o envelhecimento é um fator de risco
A chamada vitamina D, na realidade, é um hormônio. Foi chamada desta forma em alusão à matéria-prima que precisamos manter no organismo para produzi-la: o dehidrocolesterol. Suas funções são tão importantes e complexas que se denominou de sistema endocrinológico Vitamina D.
Ela consiste em duas formas: ergocalciferol (vitamina D2) e colecalciferol (vitamina D3). A vitamina D2 está presente em plantas e alguns tipos de peixe. Já a vitamina D3 é produzida quando a pele é exposta à radiação ultravioleta B (UVB). Sabiam que somente 20% das nossas necessidades vêm da dieta. Os outros 80% são sintetizados pela pele por meio da exposição solar.
A síntese da vitamina depende de uma série de fatores como pigmentação da pele, localização geográfica, estação do ano, vestuário, idade, uso de protetor solar e condições meteorológicas locais.
Os níveis de vitamina D, por exemplo, são consideravelmente mais baixos na raça negra do que na raça branca, devido a maior pigmentação da pele. Nas latitudes nórdicas, estes níveis reduzem cerca de 20% desde o final do verão até meados do inverno.
Existem alguns grupos que são mais suscetíveis à deficiência de vitamina D e, por isso, necessitam de suplementação, assim como os idosos, já que o envelhecimento é um fator de risco pois a atrofia da pele (própria da idade avançada) reduz a capacidade de síntese do nutriente no organismo. Além disso, a vitamina é fundamental para a fixação do cálcio nos ossos, sendo recomendada para prevenir o risco de quedas e fraturas.
Indivíduos portadores de obesidade também apresentam mais risco de deficiência, já que as concentrações dos metabólitos ativos da vitamina D são inversamente proporcionais ao índice de massa corporal. Ou seja, indivíduos com alto peso corpóreo possivelmente acumulam essa vitamina, que é lipossolúvel, no tecido adiposo.
Para saber se temos deficiência, é necessário realizar um exame de laboratório que mede o nível da vitamina D ativa no organismo. Os valores considerados normais, levando-se em consideração o equilíbrio do cálcio no sangue e a saúde óssea, variam de 30 a 60ng/mL.
Como o déficit de vitamina D compromete o organismo?
A vitamina D é única entre as vitaminas, pois funciona como um hormônio. Além dos seus efeitos no metabolismo do fósforo e do cálcio, evidências recentes relacionam sua deficiência com o risco de desenvolvimento de outras patologias não ósseas.
Algumas dessas doenças incluem: transtorno depressivo, declínio cognitivo, enxaqueca, esclerose múltipla, TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), TEA (transtorno do espectro autista), diabetes tipo 2, doença hepática e cirrose, tireoidite de Hashimoto, sarcopenia, osteoporose e osteopenia, artrite reumatoide, infecções recorrentes do trato urinário (ITUS), asma e rinite alérgica, pré-eclâmpsia, atrofia vaginal induzida por alguns quimioterápicos no câncer de mama, dermatite atópica e psoríase.
Ela reduz o risco de eventos cardiovasculares, como o infarto e o derrame?
A vitamina D apresenta um papel importante no sistema cardiovascular através de vários mecanismos, como a inibição da migração e a proliferação das células para o músculo liso vascular, evitando a calcificação vascular. Inibe também a inflamação interna na parede dos vasos, o que pode levar a lesões vasculares.
Além disso, regula o movimento cardíaco. Assim, evita a formação de trombos e diminui a pressão arterial. Todos esses fatores contribuem para se evitar o infarto e o derrame.
Superdosagem da vitamina D pode causar riscos à saúde? Quais?
A toxicidade da vitamina D, muitas vezes considerada rara, pode ser fatal se não for identificada prontamente. A ingestão excessiva da vitamina pode causar náuseas, vômitos, alterações sensoriais, constipação, hipercalcemia, pancreatite, lesão renal aguda, entre outras condições.
É possível garantir os níveis de vitamina D por meio da alimentação?
A melhor fonte é a síntese da vitamina D pela pele quando exposta ao sol. No entanto, é possível garantir através da alimentação. Poucos alimentos da nossa rotina alimentar contêm na sua composição esta vitamina.
A vitamina D está presente em peixes e vegetais mais ricos em gordura como salmão, atum, sardinha, óleo de fígado de bacalhau e abacate, também na gema do ovo e oleaginosas. Outra grande fonte são os cogumelos.
Sempre busque ajuda de um profissional da saúde para te auxiliar.
Angelica Almeida
Nutricionista – CRN: 47203-
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