Entenda o desenvolvimento auditivo infantil

Processo completo acontece próximo da idade adulta, entre dezoito e vinte e um anos

Sabe-se que o feto já escuta e reage aos sons ainda dentro da barriga da mãe, mais precisamente, a partir da 20ª semana de gestação, os órgãos responsáveis pela audição estão formados e essas reações são movimentos e até aumento da frequência cardíaca quando escutam a voz de familiares ou alguma música específica, por exemplo.
Quando a criança nasce, ela continua recebendo estímulos auditivos diversos, vocais e ambientais, e apresentando diferentes respostas. O bebê se acalma com a voz humana, assusta-se com ruídos intensos e reage ao piscar ou chorar. A partir do 3° mês, já reconhece a frequência da voz materna. Aos 6 meses, inicia-se o processo de localização da fonte sonora, virando a cabeça para procurar de onde vem o som. Nessa fase, também se iniciam os balbucios quando falam com ela. Dos 9 meses a 1 ano, é esperado que a criança reconheça o próprio nome, obedeça comandos como jogar beijo, fazer tchauzinho e produza as primeiras palavras.
O desenvolvimento auditivo completo acontece próximo da idade adulta, entre 18 a 21 anos, com todas as funções como memória, compreensão e interpretação maduras. Nesse ponto, somos capazes de entender todas as figuras de linguagem, ironia, sarcasmo, sequências temporais e prestar atenção em algum som no barulho intenso.
Esse processo é variável de acordo com cada gestação e cada bebê, existem doenças, infecções, alterações audivitas e má-formações que podem atrasar ou dificultar o aprendizado dessas habilidades. Vale ressaltar que os problemas de audição podem afetar aspectos sociais, auto-estima, desenvolvimento da fala e de aprendizagem, causando, inclusive, dificuldades escolares. Alguns achados que merecem atenção nos pequenos são: pedem para repetir muitas vezes o que foi dito, ignoram quando chamados, não procuram pela origem do som, atraso de fala e linguagem e infecçoes de orelha (otites) com frequência. Na persistência desses sintomas, é aconselhável procurar um fonoaudiólogo e/ou otorrinolaringologista.

Rosiane Silva
Fonoaudióloga
CRFa 2-20570