Entenda o desenvolvimento, o estímulo da fala e o papel da fonoaudióloga

A fala é a ferramenta mais utilizada para a comunicação entre seres humanos, entretanto, precisa sempre estar sendo estimulada e, principalmente, na infância.
A fala é uma função motora. “Nós dependemos de comandos cerebrais para que possamos articular as palavras para que elas saiam perfeitamente; é uma característica da linguagem. Exemplo: o nome das coisas, o que a gente conhece do mundo, a forma das coisas, as funções de cada coisa, pai, mãe, família, tudo que envolve a comunicação, na verdade, é a linguagem e a fala é a parte motora para expressarmos a linguagem”, explica a Thamara L. Rahme Canuto, fonoaudióloga.

Como saber se a criança está se desenvolvendo?
“Conforme a criança vai crescendo, começa a balbuciar. Por volta dos 8, 9 meses, já esperamos que a criança comece a soltar alguns sons. Exemplos: baba, mama, fazer alguns barulhinhos que são balbúcios, uma preparação para a fala. A fala em si, como a criança olhar e nomear alguma coisa, como mamãe, papai, água, esperamos acontecer entre um ano a um ano e meio, mas, cada criança tem o seu tempo, cada uma tem o seu desenvolvimento”, pontua Thamara.

Quando deve-se preocupar?
“Uma criança que não responde a nenhum estímulo, não se comunica de nenhuma forma, que não produz nenhum som quando bebê ou nenhuma palavra ou forma de se comunicar até um ano ou um ano e meio, já temos que ficar atentos. Pode ser que ela realmente tenha algum problema de aquisição de fala, porém, cada criança tem o seu tempo e o seu desenvolvimento, como, por exemplo, tem criança com 1 ano que fala 3 palavras e com 1 ano e meio já fala várias, o que é considerado normal; outras que já começam a falar e emendar tudo aos 2 anos, pode ser que essas crianças tenham um atraso de fala, mas, tudo isso deve ser avaliado por um profissional. Normalmente, esperamos que, com 8 a 10 meses, a criança comece a balbuciar; a partir de 1 ano, 1 ano e 2 meses, as palavrinhas, como mamãe, papai já saem; e com 2 anos já começam a falar as frases simples”, explica.

Como melhorar a dicção?
A especialista diz que “prestar atenção, pensar antes de falar, falar devagar e mexer muito a boca são uma ótima dica”. Uma outra dica é fazer exercícios diários de leitura em voz alta.

Thamara L. Rahmé Canuto
CRFa. 18017
Fonoaudióloga
Atendimento: Clínica
Cemetra, Cosmópolis;
Clínica Cáritas, Artur
Nogueira

Como é feita a consulta?
“A consulta é feita, primeiramente, por uma entrevista inicial para descobrir o que a criança tem. Fazemos muitas perguntas, uma avaliação de fala, linguagem, de como ela está mastigando e depois começamos a terapia. Existem várias linhas de terapias.
Com crianças, trabalhamos de uma forma bem lúdica, com brinquedos, jogos, todo o material para que a criança se sinta muito à vontade para o aperfeiçoamento da fala. Trabalhamos com um som específico, como o “R”. Todo o jogo vai ser fundamentado com aquele barulhinho, com aquela vibração da língua, exercícios funcionais para trabalharmos a musculatura da boca, musculatura oral para que a criança consiga posicionar a língua no lugar certo.
Cada caso tem o seu tempo, não conseguimos estipular. Talvez leve 3 sessões ou pode levar até mesmo 15 sessões, isso depende muito do esforço da pessoa, do compromisso dela e também dos exercícios. É preciso ver o que essa pessoa consegue ou não fazer, não podemos estipular números de sessões, cada pessoa responde de uma forma diferente da outra”, conclui a especialista.