O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um dos grandes males da nossa geração. O problema, que é caracterizado, principalmente, por distração, agitação e desorganização, é comum no período de infância, mas, se não tratado, pode acometer um indivíduo por toda a sua vida.
A psicóloga Tatiana Paiva afirma que o diagnóstico do transtorno é mais fácil e preciso em idade escolar. “Em alguns casos, os sintomas desaparecem naturalmente na adolescência ou vida adulta, mas, em outros podem permanecer ao longo da vida”, explica.
Sintomas
Os principais sintomas do problema são a Desatenção, Hiperatividade e Impulsividade, sendo cada um destes um grupo de comportamentos.
“É importante ressaltar que a criança pode apresentar esses sintomas em diferentes momentos, o diagnóstico não é dado apenas quando os três aparecem juntos”, afirma Tatiana.
A psicóloga ainda diz que é importante destacar impossibilidade de diagnosticar uma criança somente pelo fato de ser hiperativa, ou quaisquer outras características. O diagnóstico de TDAH é dado após severo acompanhamento e observação em diferentes ambientes.
“A criança apresenta excesso de agitação e impulsividade – perturba o ambiente escolar, no dia a dia se machuca muito, comportamento difícil de ser controlado e até mesmo exclusão social, não sendo convidada para participar de festas de aniversário e outros eventos infantis”, explica. “Desatenção – é desorganizada com brinquedos e coisas pessoais, tem dificuldade em completar tarefas e tem o desempenho escolar comprometido”, continua.
Já na adolescência e vida adulta, apresenta dificuldade no controle dos impulsos, dificuldade em planejamento e organização, não consegue manter uma leitura, autoestima abalada, sensação de inquietude, brigas e/ou discussões constantes, não consegue permanecer em um emprego, má administração do tempo, entre outros.
Período estudantil
Em idade pré-escolar, o comportamento que se destaca é a dificuldade em prestar atenção, qualquer movimento diferente em sala de aula a criança desvia sua atenção e automaticamente perde parte do aprendizado. Além desse, a inquietude pode incomodar outras crianças, dificultando o relacionamento e também aumentando a agressividade.
A observação do professor em sala de aula e também o acompanhamento no desempenho escolar por parte dos pais são o que ajudará na observação dos grupos de comportamentos do TDAH.
O diagnóstico é feito por uma equipe multidisciplinar, que inclui médicos (neurologista/psiquiatra) e psicóloga.
Segundo Tatiana, a Terapia Cognitiva Comportamental atua em 4 etapas: a psicoeducação (informações sobre TDAH, reconhecimento e interpretação dos sintomas); a psicoterapia em si; a avaliação das comorbidades (identificação de outros transtornos que podem estar associados a TDAH como: transtorno de conduta, transtorno de ansiedade, transtorno desafiador opositivo e depressão) e as intervenções no ambiente (encontrar equilíbrio e liberdade dentro da sua estrutura, neste momento, a criança será orientada a usar bilhetes, cronogramas, quadros de avisos para realizar tarefas que são compatíveis à sua idade e que pode ajudar na interação com outras crianças).
“Para o sucesso do tratamento, a participação dos pais é de grande importância para que as orientações dadas à criança sejam entendidas e cumpridas. O apoio e comemoração dos sucessos trazem motivação para continuar em frente”, comenta.