Recentemente, um caso chamou a atenção dos pais. Uma garota, de 12 anos, ficou internada num hospital em São Paulo por intoxicação do ingrediente que dá a liga ao slime, o bórax. O Médico Pediatra André Luiz Mathias Arruda explica como isso acontece e como evitar possíveis acidentes.
“O Bórax é uma substância que as pessoas compram, as crianças em geral têm acesso, para tentar fabricar o slime em casa, para dar aquela consistência macia, aquela cremosidade. O que ocorre é que os brinquedos industrializados têm uma quantidade pequena. Uma das substâncias do bórax é o ácido bórico, que por si só é um ácido e, quando as crianças decidem fazer esse produto em casa, elas podem usar uma quantidade muito grande ou ter uma sensibilidade individual”, esclarece o pediatra sobre os riscos da substância.
O que pode causar?
“Isso gera irritações na pele, vermelhidão, queimaduras, pode atenuar as impressões digitais, pode gerar dermatites, descamações, enfraquecimentos das unhas e, se a criança for muito pequena, levar a mão até a boca, ela pode, também, apresentar problemas no trato digestivo, enjoos, náuseas, dores abdominais, vômitos e, dependendo, até sangramentos no trato gastrointestinal”, explica.
Precauções
“Para precaver, pedimos para evitar a utilização do bórax, existem outras formas para a fabricação do slime, sem a utilização do mesmo. Outro detalhe é que, durante a fabricação e manuseio do slime, o ideal é sempre ter a
supervisão de um adulto; quanto mais jovem for a criança, essa regra é mais importante ainda. O nosso problema em relação ao slime feito com bórax é esse”, diz e ainda completa que “ele tem ácido bórico, é um produto que pode gerar uma intoxicação devido ao manuseio e problemas gastrointestinais, se a criança levar a mão até a boca caso estiver manuseado o produto sendo fabricado ou já brincando com o produto pronto”.
O médico acrescenta que “existem algumas indicações gerais, como procurar produtos industrializados, que têm menor quantidade. Se houver confecção em casa, que seja feita por um adulto ou sob a supervisão de um adulto; tentar limitar o manuseio em torno de 30 minutos, não ficar em contato permanente; se houver formas de proteção, como aventais, luvas, podem ajudar; manuseio em locais abertos, arejados e bem ventilados, mas, de toda forma, ainda há possibilidade de irritação. A recomendação é tentar evitar o bórax, preferir aqueles que usam água boricada, porque a composição do ácido bórico é muito inferior ao bórax. É muito importante que esse produto fique guardado com os adultos em local devidamente trancado para que a criança dependa do adulto para a realização da brincadeira”, conclui.