O quadro Entrevista desta semana é com Adriana Quercio de Barros, dona e administradora da Casa de Baterias Maxximus. Natural de Bauru – SP, Adriana conta como foi sua adaptação em Cosmópolis, a abertura da loja e suas experiências.
GAZETA de COSMÓPOLIS: É de Cosmópolis?
Adriana Quercio de Barros: Não. Na verdade, eu e meu esposo, Bruno, somos de Bauru – SP, mas, vai fazer 13 anos que moramos em Cosmópolis. Meu marido havia sido transferido para a região, o que o levou a morar 1 ano em Campinas. Passado esse período, por termos um filho pequeno e não conseguirmos nos ver, optamos por mudar para cá. Após 2 anos, montamos a loja.
GAZETA: Como foi sua adaptação na cidade?
Adriana: Foi muito difícil. Cheguei a pensar em desistir inúmeras vezes, pois foi uma mudança radical. Bauru é uma cidade grande, com tudo muito acessível e, de repente, me vi em uma cidade pequena, sozinha e com uma criança pequena; foi um choque de realidade. Sofri bastante no começo. Íamos para Bauru todo fim de semana, mas, as coisas foram mudando; fui fazendo amizades, abrimos a loja e as viagens foram diminuindo.
GAZETA: Antes de virem para cá, seu marido morou em Campinas. Por que optaram por Cosmópolis ao invés de permanecerem em Campinas?
Adriana: O Bruno faz atacado em toda região de Campinas e um dos clientes dele sugeriu que nós nos estabelecêssemos aqui, visto que morar em uma cidade grande, como eu era sozinha, e com um filho pequeno, não seria bom.
GAZETA: Por que decidiram abrir um negócio próprio?
Adriana: Após a mudança para Cosmópolis, fui trabalhar com um primo de Bauru, que decidiu abrir uma agência de Propaganda e Marketing em Campinas, onde fiquei por quase dois anos. Infelizmente, não deu certo e a agência fechou. Por sugestão do meu marido, resolvemos abrir a loja que ficaria em minhas mãos. Eu não sabia nada do assunto, mas fui me virando. Lembro que, no começo, eu apanhei muito e precisava ligar o tempo inteiro para o Bruno me ajudar com algum cliente. Aos poucos, aprendi e hoje faço tudo aqui dentro.
GAZETA: O que ter trabalhado em uma agência propiciou de experiências que você pode trazer para o seu negócio?
Adriana: Acredito que organização com planilhas de custo, que aprendi lá e me ajuda bastante.
GAZETA: Como foram os primeiros anos no comércio de Cosmópolis?
Adriana: Foram ótimos! Chegamos a pensar que seria parado no começo, visto que era um comércio novo, mas, as pessoas receberam bem. Até então, não existia em Cosmópolis uma casa de baterias; nós fomos os pioneiros aqui na cidade. Outro fato que ajudou foram as obras na refinaria, que trouxe muitos trabalhadores para a cidade. Quando eram 16h, chegavam os ônibus de lá e o pessoal vinha direto fazer orçamentos de baterias, principalmente, as potentes para carros com som.
GAZETA: Mesmo com a boa recepção, chegaram a passar dificuldades?
Adriana: Tivemos uma época mais parada, mas, nada que fosse preocupante ou que nos fizesse pensar em desistir.
GAZETA: E a crise? Afetou vocês? Como lidam com ela?
Adriana: Na verdade, não dependemos só da loja, pois, meu marido faz o atacado de bateria na região, por isso, temos um plano B, que nos mantém mais tranquilos com relação a crise.
GAZETA: Para você, é difícil lidar com pessoas?
Adriana: Sim, bem difícil. Acontecem inúmeras vezes de tratarmos bem um cliente e não termos reciprocidade no ato, e é preciso saber lidar com isso, saber malear. Já cheguei a chorar pelo tratamento que recebia de volta, mas, fui acostumando.
GAZETA: Trabalhar com o comércio requer muito tempo de vocês. Como conciliam a vida profissional e pessoal?
Adriana: Tentamos passear muito nos fins de semana. Minha filha mais nova, a Pietra, fica o tempo inteiro comigo na loja, até porque não temos parentes na cidade, por isso, estamos sempre juntas, fazemos tudo juntas. Mas, com a família toda, tentamos sair bastante aos fins de semana.
GAZETA: Quais os planos futuros para a loja?
Adriana: A única coisa que nos acomete é montar uma auto elétrica, até porque se o cliente não está tendo problemas com a bateria, está tendo com a parte elétrica, e aqui não trabalhamos com isso. Mas, ainda estamos analisando a possibilidade.
GAZETA: No período de adolescência, pensava em seguir um ramo diferente? Qual?
Adriana: Sim, bem diferente. Meu pai era advogado, então, sempre quis nos conduzir para o mesmo caminho. Até cheguei a prestar Direito, mas, não consegui. Foi bem de repente. Sempre tive jeito para o comércio. Na adolescência, com 15 para 16 anos, entrei no meu primeiro emprego. Trabalhei por quase 15 anos no Bauru Shopping, em 3 lojas. Saí de lá para vir embora para Cosmópolis.
GAZETA: Apesar de ter ido para um ramo completamente diferente das suas ambições de adolescente, sente-se satisfeita com a sua vida?
Adriana: Sim, muito satisfeita! Não mudaria nada na minha vida.