O quadro Entrevista desta semana é com Anderson Dias de Oliveira, de 46 anos. O empresário, natural de Suzano – SP, hoje dono da Revest Group e do Art & Fato, conta como foi sua trajetória na abertura de sua empresa e o que o levou a investir na cidade de Cosmópolis, principalmente, no âmbito cultural.
GAZETA DE COSMÓPOLIS: Você nasceu onde?
Anderson Dias de Oliveira: Sou nascido e criado em Suzano – SP. Vim para cá em 1998 para trabalhar em uma empresa.
GAZETA: Seu processo de adaptação foi difícil aqui na cidade?
Anderson: Na verdade, não. Vim para cá casado e com dois filhos. Na mente, a intenção de morar em uma cidade do interior já existia, pois, nunca gostei do movimento de São Paulo, do trânsito e do clima. Como eu já possuía essa ideia, surgiu a oportunidade profissional e viemos para cá.
GAZETA: De onde surgiu a oportunidade de abrir o seu próprio negócio?
Anderson: Meu negocio é da área química, a mesma área que eu trabalhei em outras empresas. Com o tempo, fazendo contato com um e com outro, a gente encontra uma brecha para investir em algo próprio. Decidi, junto com minha família, tentar carreira solo e estamos sobrevivendo já há 13 anos.
GAZETA: Por que química?
Anderson: Desde a época do ginásio, eu tinha essa afeição pelo ramo. Fiz o curso técnico e depois a faculdade.
GAZETA: Foi difícil no começo?
Anderson: É difícil até agora, na verdade. No início, era complicado justamente por eu ter começado sem nada. Conforme a empresa cresceu, ficou difícil administrar, principalmente, pela inexperiência. Com a vinda da crise e todas essas mudanças políticas, colaboraram ainda mais para as dificuldades aumentarem. Mas, sempre lidei bem com tudo isso, afinal, amo o que faço.
GAZETA: O ramo da química sofre problemas há algum tempo. Na sua opinião, por que isso aconteceu?
Anderson: Trabalhamos com empresas a nível nacional e todos reclamam do cenário químico atualmente. Não se vende com se vendia há dois ou três anos. Mas, estamos seguindo. Acho que isso se dá pela instabilidade no mundo político, no sistema econômico brasileiro e toda essa alta do dólar.
GAZETA: Como você lida com a crise econômica do país?
Anderson: Estou sendo perseverante, sempre com muita força de vontade e dedicação. Não está sendo fácil; temos que, além de pagar funcionários, arcar com todos os custos de impostos e a tributação que possuem as pequenas empresas. Mas, vale a pena, pois só assim se geram empregos e oportunidades.
GAZETA: Se pudesse dar dicas a quem deseja entrar no ramo dos negócios, o que diria?
Anderson: A nossa região nos proporciona muitas oportunidades. É óbvio que abrir um negócio na atual condição do país é um risco, mas, acabamos aprendendo muito nessa trajetória. Aqui temos muitos ramos a serem investidos, tanto dentro da química quanto em todo o resto. A região, e até mesmo a nossa cidade, possuem déficits de muitas coisas, tanto de comércio como de indústrias. Por isso, é interessante pesquisar o que o local necessita e passar a investir.
GAZETA: Além da Revest Group, você é dono da Art & Fato. De onde surgiu a ideia?
Anderson: Era um sonho de muito tempo. Eu sempre senti a falta de uma casa como a Art & Fato aqui na cidade, pois tem um som ao vivo, mais voltado para o Rock e MPB, e uma comida um pouco diferente. Mesmo sendo um negócio complicado, vale a pena.
GAZETA: Você teve medo de não ter uma boa aceitação do público por se tratar de um espaço que toca mais Rock e MPB, em um município onde há muitos fãs da música Sertaneja?
Anderson: Na verdade, pensei de maneira contrária. A cidade precisava de algo assim justamente por ter muito sertanejo. Eu também gosto muito da música sertaneja, mas gosto do Rock e MPB também. Eu sentia a falta de algo assim e meus amigos também, por isso, investi.
GAZETA: Estão correspondendo às suas expectativas do início?
Anderson: Sim. Agora entendemos como funciona trabalhar com esse ramo. Passamos a mesclar os estilos de som tocados no ambiente, colocamos o sertanejo que o pessoal gosta, colocamos um cardápio maior e que agrada mais o público e vem dando muito certo. Os clientes estão aumentando gradativamente.
GAZETA: E a Art & Fato vem trabalhando em eventos diferentes, como Stand-Up, etc. De onde surgiu a ideia e como funciona a contratação desses artistas?
Anderson: Novamente, quis colocar algo novo na cidade. Onde víamos Stand-Up em Cosmópolis? Tínhamos que ir a Campinas e outras cidades se quiséssemos ver algo do tipo. Por isso, começamos a trazer esse diferencial. Trouxemos também ex-participantes do The Voice, que conseguimos, na grande maioria das vezes, a partir das agências dos mesmos.
GAZETA: Quais seus planos futuros, tanto para empresa, quanto para Art & Fato?
Anderson: Nossa ideia é expandir o Revest Group e fazer franquias. Com a Art & Fato, queremos melhorar os cardápios e continuar proporcionando cultura para o público. Já fizemos exposições de quadros e telas de artistas cosmopolenses. Queremos abrir espaço para artistas que ficam escondidos. Dar a eles oportunidade de divulgar seus trabalhos.