Esta semana, a Gazeta de Cosmópolis realizou uma entrevista com a motorista Bárbara Cristina Romanato Brombai, de 37 anos. A cosmopolense, que é sócia-proprietária da empresa de Transportes Celso e Bárbara, conta como foi sua trajetória no ramo de transportes.
GAZETA de COSMÓPOLIS: Você é natural de Cosmópolis?
Bárbara Cristina Romanato Brombai: Não, eu sou natural de Itapira-SP. Após os meus 6 anos de idade, me mudei com a minha família para Artur Nogueira e me casei lá, com 17 anos, e foi logo após o meu casamento que eu me mudei para Cosmópolis.
GAZETA: E como foi, para você, ter se casado tão cedo?
Bárbara: Eu já tinha uma cabeça feita. Me casei quando já estava com uma vida bem estruturada, já tínhamos uma casa, um carro e trabalhávamos também, e eu não me arrependo nem um sequer momento de ter me casado cedo.
GAZETA: Como que foi a sua trajetória em Itapira?
Bárbara: Eu era muito pequena na época, mas me lembro que o meu pai tinha plantações, e que eu vivia no sítio brincando e ajudando. Minha infância foi muito gostosa, não tenho más recordações, diferente de hoje que, agora, todas as brincadeiras, praticamente, são produzidas pela tecnologia.
GAZETA: Durante o período da sua adolescência, principalmente, pelo fato de você ter se casado cedo, você chegou a cursar uma faculdade ou nunca pensou?
Bárbara: Não. Nunca parei para pensar em estar fazendo, pelo fato de não achar algum ramo que eu me interessasse e também a minha geração viveu sem o estudo, por isso, eu estava despreocupada. Hoje em dia, eu vejo que, para tudo que quisermos conquistar, precisamos do estudo.
GAZETA: E como iniciou a ideia de começar a trabalhar com vans?
Bárbara: No começo, eu e o Celso trabalhávamos como funcionários do Varejão Central na época, mas, eu não fiquei por muito tempo lá. Eu saí e o meu marido ficou; logo após, eu engravidei do meu filho. O Celso começou a ter problemas de bronquite e eu comecei a pensar que seria melhor ele trabalhar com outra área, e foi aí que surgiu a ideia de começar a trabalhar com van.
Começamos a montar o transporte e, no começo, levávamos os alunos adventistas. Como todo primeiro negócio, tivemos muitas dificuldades e, hoje, graças a Deus, deu tudo certo, fomos autônomos de criar o nosso próprio negócio. Ao longo do tempo, nosso negócio foi crescendo e eu decidi comprar mais uma van, mas, essa seria para mim. Corremos atrás de aperfeiçoar o nosso profissionalismo e, com tudo, deu certo. E foi assim, quanto mais o tempo passava, nosso negócio crescia e sempre estamos comprando mais vans e assim foi.
GAZETA: Que tipos de dificuldades vocês enfrentaram no começo?
Bárbara: Houve muitas dificuldades. A van que quebrava sempre. Na época, não éramos tão conhecidos, não tínhamos as mesmas propagandas que hoje em dia temos e as pessoas não conheciam o serviço. É assim com todo mundo que inicia um trabalho próprio, e devagar vamos conquistando as nossas metas.
Com o tempo, as pessoas foram nos recomendando, eu comecei a fazer a nossa propaganda, fomos ficando conhecidos pela cidade e o movimento foi aumentando.
GAZETA: Quanto tempo levou para você se sentir que estava mais estável na sua profissão?
Bárbara: A partir do terceiro ano, trabalhando com isso, eu me senti mais firme. E nesse período todo eu não fiquei só trabalhando com a van, eu fiz curso de manicure, já cheguei a fazer feira de domingo, vendia pastel, fazíamos excursões. Eu e meu marido batalhamos bastante para conseguir tudo isso que nós temos.
Hoje em dia, só trabalhamos com as vans e a nossa papelaria, que abrimos há pouco tempo.
GAZETA: E o que você leva consigo, trabalhando com isso, com jovens e crianças?
Bárbara: É muito gostoso trabalhar com crianças, ver o desenvolvimento delas, desenvolvemos amor, carinho e, até mesmo com o pessoal da faculdade, quando fazemos uma amizade, passamos a conhecer mais gente e a ter mais comunicação. Para mim, isso tudo é uma paixão. Eu acho que nós temos que trabalhar com algo que gostamos, que temos prazer em estar fazendo, e eu gosto muito de tudo isso, é uma força de vontade minha querer sempre dar do bom e do melhor para esses estudantes.
GAZETA: E como surgiu essa oportunidade de abrir a papelaria?
Bárbara: Tudo começou com o meu filho. Ele tinha parado os estudos após o ensino médio e estava desempregado. Foi aí que eu tive a ideia de abrir a papelaria para ele ficar aqui nos ajudando e não ficar sem nada. Mas, agora, surgiu uma oportunidade melhor para ele, e ele não está mais aqui conosco; ele ficou nos ajudando aqui durante 1 ano.
GAZETA: A sua experiência com a van, de alguma forma, ajudou você com seus negócios da papelaria?
Bárbara: Eu acho que são áreas diferentes, são mercados diferentes. A minha família sempre foi do comercio, nós todos sempre estávamos acostumados com isso e, de alguma forma, isso ajudou muito.
GAZETA: Quais as dicas que você pode dar para quem deseja entrar no ramo de vendas e transporte?
Bárbara: Primeiramente, analisar o mercado, analisar o seu negócio e ver exatamente o que você quer fazer, o que você quer vender, analisar o seu produto, veja se é um produto perecível. Analisar tudo, é a minha dica.