Entrevista com Marcelo José Rodrigues de Oliveira

O quadro Entrevista desta semana é com Marcelo José Rodrigues de Oliveira. Nascido no litoral de Santos – SP, o mecânico de motos veio para o município trabalhar como caminhoneiro, mas, a vida o levou para as oficinas. Hoje, é dono da Metralha Motos.

GAZETA de COSMÓPOLIS: Você nasceu onde?
Marcelo José Rodrigues de Oliveira: Sou nascido no litoral de Santos, estou no município há 16 anos.

GAZETA: Por que veio para Cosmópolis?
Marcelo: Meu irmão veio trabalhar como caminhoneiro e eu gostei muito da cidade, por isso, acabei vindo para cá também.

GAZETA: Foi difícil se adaptar ao município cosmopolense?
Marcelo: No começo, eu não ficava muito na cidade, porque estava trabalhando como caminhoneiro. Depois de algum tempo, voltei para minha profissão, que é a mecânica de motos, o que me levou a me acostumar com a cidade. Bem verdade, que ainda estou em uma constante adaptação.

GAZETA: Como decidiu pelo ramo da mecânica?
Marcelo: Estou imerso nesse ramo desde muito jovem. Fui criado dentro desse ambiente, por isso, escolhi como minha profissão.

GAZETA: Nunca pensou em seguir um ramo diferente?
Marcelo: Tentei ser caminhoneiro por um tempo, mas não funcionou para mim. A distância das viagens e a desvalorização da profissão me desanimaram. Infelizmente, esse trabalho é bem pouco respeitado, mesmo que se trata dos responsáveis por transportarem o Brasil. Há muita desvalorização e desunião.

GAZETA: Há quanto tempo tem comércio no município? O que te motivou?
Marcelo: Vão fazer sete anos que estou no comércio. Decidi me arriscar porque sempre vi muitas motos pelas ruas de Cosmópolis.

GAZETA: Como foram os primeiros anos aqui?
Marcelo: Foram bem difíceis, porque precisávamos ganhar clientes, precisávamos da confiança do público. Com o passar do tempo, isso foi acontecendo, mas ainda trabalhamos para que aumente cada vez mais.

GAZETA: O que você busca como diferencial para ganhar o cliente?
Marcelo: Ter uma boa qualidade de serviço, fazer algo a mais e dar a devida atenção ao cliente. Hoje, estou sozinho, por isso, faço todo o trabalho por conta própria. Dentro disso, busco dar total atenção ao cliente, até porque, muitas vezes, os donos das oficinas nem sequer olham para o cliente e isso faz com que as visitas ao local diminuam.
Eu tento ser o mais atencioso possível, sempre buscando acrescentar algo no trabalho pedido. Por exemplo, se a moto vem um pouco suja, eu lavo, ou se alguma peça está fora do lugar, eu ajeito. Isso vem dando muito certo.

GAZETA: Você já se sente estável no mercado?
Marcelo: Ainda não estou estável. Quando não tinha o pedágio e as obras na refinaria estavam em alta, as coisas fluíam bem, mas, com a crise, infelizmente, deu uma caída no negócio.

GAZETA: Depois de tantos anos, voltaria para o litoral?
Marcelo: Às vezes, penso em retornar, mas acredito que eu vá ficar só a passeio. De certa forma, essa região do interior é bem melhor em questões de educação e saúde. Lá, essas esferas não são tão desenvolvidas.

GAZETA: Sente-se satisfeito com a sua vida?
Marcelo: Satisfeito ainda não, mas gosto do que faço e sou grato pelo que tenho.