Inspirado no exemplo em que o pai deixou como homem e profissional, filho de Francisco Neves (em memória), mais conhecido como Chico Neves. Esta semana, a GAZETA DE COSMÓPOLIS conta um pouco da história de Rodolfo Carman Neves, de 33 anos de idade, que seguiu a profissão que o pai ensinou logo muito cedo. Aos 12 anos de idade, Rodolfo e seu irmão já ajudavam o pai na pequena serralheria que ficava em Artur Nogueira.
A honestidade é o que ele mais admira e se orgulha em ter herdado do pai, sobre quem comenta com grande zelo. “Meu pai foi um grande homem, nos deixou um legado que eu e meu irmão estamos levando adiante”, conta Rodolfo.
Rodolfo relembra que o pai nunca o forçou a trabalhar, mas, ele não queria que os filhos ficassem à toa. Ou ajudava na serralheria ou estudava. Rodolfo e seu irmão pegaram gosto pela serralheria e ficaram de vez.
Ele conta também que tem muito amor à profissão que o pai lhe ensinou. “Dificuldade todo mundo tem, mas, quando acordo pela manhã, acordo feliz em saber que tenho de onde tirar meu sustento”, declara.
GAZETA de COSMÓPOLIS – Conte-nos um pouco da sua história.
Rodolfo Carman Neves: Sou Rodolfo Carman Neves, tenho 33 anos, sou nascido em Mogi Mirin, mas, moro em Artur Nogueira. Tenho muito contato com as pessoas de Cosmópolis, desde pequeno vinha aqui com meu pai. Meu pai começou a trabalhar em uma antiga serralheria que tinha em Cosmópolis, que era do João Martins. Depois, meu pai voltou para Artur Nogueira e veio para Cosmópolis a convite do Nelson Garcia, que é dono da Serra Nova.
GAZETA – Durante esses 33 anos de vida, você enfrentou muitas dificuldades?
Rodolfo: Dificuldades de passar fome, nunca passamos. Mas, minha família nunca teve muito dinheiro. Começamos a trabalhar desde cedo. Porque, quando meu pai foi para Artur Nogueira, ele não tinha funcionário. E como tinha montado um barracão para a serralheria no fundo da minha casa, ele não queria colocar qualquer um para trabalhar lá. Então, começamos a trabalhar muito cedo, eu e meu irmão. Metade da nossa infância foi dentro da serralheria. As dificuldades maiores é que as pessoas não dão valor à profissão de serralheiro.
GAZETA – Já pensou em desistir e seguir outro ramo?
Rodolfo: Já pensei várias vezes em desistir, mas, ao mesmo tempo em que penso em desistir, eu me pergunto o que vou fazer. Mas, por mais que eu pense em desistir, tenho amor por essa profissão. Mesmo que ela seja meio ingrata, porque trabalho muito e não tenho o valor necessário. Têm muitos concorrentes desleais.
GAZETA – Você tem algum sonho que pretende realizar?
Rodolfo: Nós somos movidos a sonhos, se não sonharmos com alguma coisa, não tem graça. Meu sonho maior é ter meu próprio barracão, porque esse barracão não é meu, é alugado.
GAZETA – Você se sente realizado?
Rodolfo: Sim, não tenho muita coisa na vida, mas, tenho uma pequena empresa e meu sustento só depende de mim mesmo. Estou há 5 anos em Cosmópolis e não tenho o que reclamar, porque têm pessoas que montam coisas por aí e não duram dois, três anos e já têm que fechar porque não foram para frente.
GAZETA – Você fez alguma coisa que se arrepende?
Rodolfo: Eu me arrependo de não ter estudado mais. Por mais que eu tenha feito alguns cursinhos, me arrependo de não ter feito uma faculdade. Mas, de coisas que fiz, não me arrependo, não. Se fosse para eu começar uma nova vida hoje, eu faria tudo o que fiz de novo.
GAZETA – O que você gosta de fazer no tempo livre?
Rodolfo: Gosto muito de pescar. Juntamos uma galera e vamos pescar no mar ou no rancho. Quando não, fico vendo jogo de futebol, gosto muito de futebol. Mas, não poso mais jogar, sofri um acidente e minha perna não tem mais tanta agilidade como antes. Eu estava voltando de Americana, estava na Praia dos Namorados, e parei no acostamento. Desci do carro, uma moto perdeu controle e me atingiu. Tive fraturas expostas na perna e fiquei um ano parado.
GAZETA – Deixe uma mensagem para quem está começando um negócio agora.
Rodolfo: Para quem está começando agora, tanto como serralheiro como em outra profissão, primeiro tem que ter muita vontade, perseverança e muita fé. Devagar, você consegue. Se você acha que vai montar uma coisa e do nada vai ficar rico, não é assim. Porque, hoje, tem muita concorrência e, muitas vezes, essa concorrência é desleal. Faça sempre o melhor que puder e o melhor para agradar o cliente. Seja honesto, sempre procure fazer o correto, e assim os clientes começarão a falar para os amigos. E ter fé, porque sempre temos que ser guiados por alguma coisa, e que isso seja a fé!