Entrevista com Rosania Aparecida Stival

GAZETA de COSMÓPOLIS: Onde nasceu e como foi a infância?
Rosania Aparecida Stival: Nasci em Cosmópolis mesmo. A minha infância foi divertida, brincava muito na rua. Quando me mudei para o bairro onde moro hoje, só tinha uma padaria, uma igreja e um vizinho no quarteirão. Cosmópolis era um local tranquilo e agradável de se viver, ainda era uma comunidade bem pequena.

GAZETA: Como escolheu seguir a carreira de professora?
Rosania: Eu sempre gostei de estudar e sempre gostei de transmitir o que eu aprendia para as pessoas; eu ingressar como professora na carreira do magistério foi quase como um caminho natural e é uma coisa que realmente me deixa muito feliz. Estar em contato com as pessoas é algo que me diverte. Me formei em Letras na PUCC, depois fiz complementação em Pedagogia e pós-graduações na área de Literatura.

GAZETA: Em quais escolas você lecionou em Cosmópolis?
Rosania: Meu primeiro trabalho foi na escola Dr. Luiz Nicolau Nolandi, na secretaria da escola – na época, ainda era chamada EEPG Cosmópolis. Depois de alguns anos, entrei como professora e, logo depois, comecei a trabalhar também na escola Lídia Onélia Kalil Aun Crepaldi.

GAZETA: Quais a dificuldades que enfrentou em trabalhar como professora?
Rosania: Na minha experiência de vida, foram as dificuldades que os próprios alunos traziam consigo e, às vezes, não eram só em questão de aprendizagem, mas também relacionadas às suas histórias de vida. Muitas vezes, o professor tem que fazer esse trabalho de permeio entre os problemas que esses alunos podem trazer à sala de aula e que acarretam as dificuldades de aprendizagem, comportamento. Mas, acredito que quando há um trabalho da família junto com os professores, barreiras imensas são vencidas.

GAZETA: Como surgiu a oportunidade de ir para Portugal?
Rosania: Surgiu através de conhecimentos que fui formando, do casamento também e fiquei lá de 2004 a 2017. Em Portugal, fiz um mestrado, ainda estou na fase da escrita da tese Ensino da Língua Portuguesa para Estrangeiros, na Universidade Coimbra e também fiz outros cursos dentro da área pelo Instituto Camões. Quando me mudei para lá, acabei me infiltrando sem querer e foi uma experiência muito gratificante, além de lecionar em escolas particulares.

GAZETA: Sobre o seu livro, quando e por quê decidiu escrevê-lo?
Rosania: Sempre fui uma escritora de gaveta, sempre gostei de ler, escrever, assistir filmes e inventar estórias. Eu publicava nos jornais daqui contos e poemas e, às vezes, participava de coletâneas e concursos de literatura. Quando me mudei para Portugal, levei todo o meu material escrito. Durante algum tempo, fui cronista do site ‘aeiou’, um site de assuntos diversos, e publicava crônicas uma vez por semana durantes dois anos. Comecei a perceber muitos materiais disponíveis para leitura na internet e, então, reuni meus contos e crônicas e pensei em fazer um Ebook para as pessoas lerem meu trabalho virtualmente.
Apenas um texto não foi digitado, que inclusive estava em rascunho e era completamente diferente das estórias que eu escrevo, pois, era uma estória de amor e pensei em colocar no meio do livro de contos que ia lançar em Ebook.
O conto “O Vestido Cor de Pêssego”, de 16 páginas, era diferente de tudo o que eu já escrevi, porque passava-se nos anos de 1800, na França. Quando comecei a digitá-lo, percebi que eu precisava ter um trabalho melhor com o enquadramento histórico e tornei a pesquisar mais sobre a Revolução Francesa, Napoleão Bonaparte e seu grande exército. Fui me apaixonando cada vez mais pela história, pela história dentro da formação do grande exército, pelas tradições do exército. Me encantei de tal maneira que conforme fui escrevendo e acrescentando ações, meu conto de 16 páginas virou um livro de 392 páginas e misturei no texto passagens verídicas e personagens verídicos e fictícios. O protagonista é um coronel do regimento da cavalaria de Napoleão Bonaparte e a estória foca nele retornando da campanha da Rússia.

GAZETA: Como e quando lançou o livro?
Rosania: Abandonei o projeto do Ebook com os contos porque, de repente, me deparei com essa estória que foi crescendo e os personagens ganhando vida. A primeira edição do livro foi independente, uma amiga minha fez a revisão, um ex-aluno fez a capa e lancei-o na Amazon como Ebook. As pessoas que compraram o livro começaram a elogiar, e como algumas não gostam de ler na plataforma digital, fui atrás de editoras que imprimiam de acordo com o seu pedido e encontrei no Brasil e em Portugal.
Fui recebendo um feedback muito positivo e resolvi apresentar para a editora Planeta, em ambos os países. A editora fez um acordo comigo e fiz todo o processo com eles. O nome original do conto era ‘Cor de Pêssego’ e pela Planeta se tornou ‘O Vestido Cor de Pêssego’, porque na verdade o vestido tem muita coisa a ver com a estória.

GAZETA: O que você pode concluir da sua vida até o momento?
Rosania: É que eu tenho muita coisa ainda para viver e aprender, estou trabalhando em meu segundo livro, porque esse é um projeto de quatro livros, todos contendo uma pesquisa histórica muito séria e seguindo uma cronologia. A cada dia, na verdade, eu aprendo uma coisa nova e é bom termos essa graça de estarmos vivos e termos essa oportunidade de aprendizagem.
Nunca vou dar minha vida por finalizada, o meu projeto de vida é realmente por no papel essas histórias que estão dentro de mim há muitos anos e levar entretenimento e alegria para as pessoas.