Entrevista com Roseli Aparecida Domeni Cassemiro

O quadro Entrevista desta semana é com Roseli Aparecida Domeni Cassemiro. Moradora de Cosmópolis há 40 anos, comerciante no ramo alimentício há 18, Rose, como prefere ser chamada, conta os desafios de sua vida em uma área que, apesar de ter feito parte desde que nasceu, ainda se mostrou complicada: o comércio. Rose é proprietária do ‘Sucão’.

GAZETA de COSMÓPOLIS: Onde você nasceu?
Roseli Aparecida Domeni Cassemiro: Sou de Palmital – SP. Estou no município há 40 anos. Viemos para cá por conta de emprego.

GAZETA: Demorou para se acostumar com Cosmópolis?
Rose: Não. Eu nasci lá, mas gosto mais daqui. Acostumei-me muito com a cidade e até me considero mais cosmopolense do que palmitalense.

GAZETA: Qual sua formação profissional?
Rose: Apenas o segundo grau completo.

GAZETA: Durante a adolescência, pensava em seguir um ramo diferente ou já pretendia se estabelecer no comércio?
Rose: Eu sou filha de comerciante, nasci atrás de um balcão. Meus pais me deixavam debaixo de um balcão para trabalhar. Por isso, amo o que eu faço. Cheguei a trabalhar por 10 anos no antigo Casco, em frente a Praça do Rodrigo, mas, o comércio está no meu sangue.

GAZETA: Como surgiu a oportunidade de abrir o “Sucão”?
Rose: O desemprego (risos). Eu e meu marido estávamos desempregados, por isso, juntamos as forças e “metemos” a cara. O maior problema era que eu não tinha experiência com o ramo alimentício, até porque meu pai trabalhava com loja, não com lanchonetes; então, era algo novo. Entretanto, com o surgimento da ideia, passamos a amadurecê-la e estamos vivendo disso há 18 anos.

GAZETA: Quais foram os seus principais medos ao abrir o local?
Rose: Eu não tinha experiência no ramo, não sabia exatamente nada de alimentação, mas, nunca me deixei abater e sempre fui de cara. Pesquisei, aprendi, fui à luta e deu certo.

GAZETA: Quais foram as principais dificuldades do negócio?
Rose: No começo, foi difícil conquistar a freguesia e me estabilizar financeiramente. O antigo dono do local, na época, tinha ficado aqui por 3 meses, ou seja, não foi o tempo suficiente para ganhar uma boa clientela. Mas, fomos otimistas no que queríamos, sempre buscando crescer.

GAZETA: Quanto tempo você levou para se sentir estável?
Rose: Hoje, eu digo que foram uns 5 anos para a estabilidade chegar. Antes disso, nós apenas ralamos. Não tínhamos capital de giro e isso dificultou muito as coisas. De pouquinho em pouquinho, conquistamos nosso lugar.

GAZETA: É difícil lidar com o público?
Rose: Não! Em 18 anos, nunca tive nenhum problema sério com clientes.

GAZETA: O ramo alimentício, na cidade de Cosmópolis, vem crescendo cada vez mais. O que você oferece de diferencial para não perder a clientela?
Rose: Sempre buscamos inovar, colocar opções diferentes. Por exemplo, quando nós começamos, só tínhamos salgados, lanche quente e natural. Comecei a perceber que os clientes diários, na grande maioria bancários, comerciantes, etc., tinham que comer sempre o mesmo e isso poderia me fazer perdê-los. Assim, colocamos o prato executivo que, no começo, era só um tipo e, hoje, é um diferente a cada dia.
Quando se serve no comércio, é preciso inovar, porque, caso contrário, perdemos para o concorrente. Nossa intenção é que essas pessoas fiquem com a gente, por isso, buscamos acrescentar para que não percamos quem já conquistamos há muito tempo.

GAZETA: Como surgiu o nome “Sucão”?
Rose: Já veio com o estabelecimento quando nós o compramos. O nome da empresa é diferente, mas, o nome fantasia sempre foi esse. Não quisemos mudar, ainda mais porque não fazemos suco de copo, apenas de jarra, por isso, “Sucão”.

GAZETA: Se sente satisfeita?
Rose: Sim! Me considero satisfeita, feliz. Trabalho junto ao meu marido e é muito bom! Não troco por nada. Saímos daqui rindo, não levamos problemas para casa, buscamos resolver tudo com calma e isso vem dando muito certo.

GAZETA: E quais os seus planos futuros?
Rose: Trabalhar mais alguns anos e depois aposentar (risos). Só tenho um filho, casado, então, já fiz a minha parte. Mas, quero ficar aqui mais uns anos, por isso, peço a Deus saúde, sabedoria e força. Tenho muito a agradecer a Ele, em primeiro lugar, e ao meu filho, que sempre me apoiou em tudo.