Entrevista com Weverton Santos, o Kuka

Esta semana, o quadro Entrevista é com Weverton Fabiano dos Santos, o Kuka. Sempre apaixonado por música, o cosmopolense, de 31 anos, dedica-se ao ramo desde muito jovem, quando apenas cantava na igreja. Hoje, após ter se aventurado no área da química, vive inteiramente para o que ama, possuindo o Instituto Musical Gruppetto, um disco lançado e previsão para novos projetos.

GAZETA de COSMÓPOLIS: É de Cosmópolis? Como foi o período de infância e adolescência?
Weverton Fabiano dos Santos: Sou de Cosmópolis; nascido e criado no município. Eu morava na Luiz Vaz de Camões, no Bairro Cidade Alta. Sempre fui da igreja e participava do grupo musical, o que me rendeu, aos 13 anos, através de um amigo, a oportunidade de iniciar estudos de técnica vocal. Aos 15 anos, comecei a lecionar, com intenção de deixar claro na minha mente tudo o que eu vinha aprendendo. Após alguns anos, fui para um ramo totalmente diferente, que foi o da farmácia, na ABL, já que eu havia feito um técnico de química, mesmo a música sempre tendo sido a minha paixão.

GAZETA: Em que momento da sua vida percebeu que tinha o dom para a música?
Weverton: Desde muito pequeno, isso existia em mim. Eu me via de um modo diferente quando eu cantava, era algo que me despertava muito prazer. Quando comecei a lecionar, começou a ficar mais evidente, até porque, além da felicidade que me proporcionava, eu tinha um retorno muito bom, que chegava a ser melhor que do meu serviço fixo, que eu conciliava com as aulas.

GAZETA: Por que, mesmo apaixonado por música e já dentro do ramo, você cursou química?
Weverton: Eu namorava na época e tinha intenção de me casar com ela. Meu sogro era responsável por uma área de uma empresa multinacional do ramo da química, e eu, novo e sem grandes perspectivas, queria impressionar e agradar meu sogro, por isso, já que tinha terminado o terceiro colegial, decidi fazer um curso técnico em química. E, para ser sincero, foi bem legal. Quando entrei na ABL, era a única empresa do ramo que fornecia medicamentos para fora do país. Por conta disso, participávamos de auditorias bem pesadas, o que foi de suma importância para meu conhecimento da área do empreendimento, em ter responsabilidades e saber lidar com elas.
Como músico, sempre tive um grande problema, a paixão. Quando se gosta muito do que faz, fica difícil ver aquilo como um trabalho que tem obrigações e responsabilidades. Com a experiência na ABL, pude ver esse outro lado.

GAZETA: Quando surgiu a oportunidade de abrir o seu próprio espaço?
Weverton: Quando eu recebi um convite para trabalhar no Instituto Cancion, em São Paulo, que é bem experiente com a música gospel. Mas, para trabalhar com eles, eu precisava morar em São Paulo e, na época, minha esposa estava passando por um momento muito bom na carreira dela, e eu não queria atrapalhar isso. Além disso, eu não tinha vontade de morar em São Paulo, justamente por toda aquela bagunça, trânsito, por isso, ao invés de entrar em um Instituto, eu mudei o estúdio da minha casa para um espaço maior. Expandi não só o ambiente, como as ramificações de cursos, que englobavam aulas de diversos instrumentos.

GAZETA: Foi difícil se manter estável quando saiu do ramo da química e se dedicou inteiramente à música?
Weverton: Na verdade, no começo, tive medo e preconceito, porque eu tinha a ilusão de que eu iria trabalhar e me aposentar no Brasil (risos). É aquela comodidade de estar registrado, de não ter uma grande preocupação já que eu possuía uma função que não me demandava empreendimento. Eu entrava, fazia o que me era designado e ia embora. Mesmo sabendo que poderia ganhar duas a três vezes mais do que eu ganhava na ABL, dando aulas de música, tive medo de não conseguir me aposentar e coisas do tipo. Depois, vi que era besteira e que tenho até mais facilidade.
Com a abertura do Instituto, não tive problemas também, porque meu quadro de alunos já era muito grande. Além do mais, no mesmo período, tive a oportunidade de produzir e lançar meu disco. Durante esse processo, como ainda possuía a estabilidade de um seguro desemprego, me dediquei à criação do meu próprio método de ensino, onde reúni toda a minha bagagem, fiz uma separação do que era verdadeiramente útil e lancei. O Mercado Livre ainda possuía a opção de vender didáticas, que hoje possui um bloqueio, mas, que, naquele período, me ajudou muito. Com o lançamento do CD, isso foi ainda mais impulsionado.

GAZETA: Como surgiu a oportunidade de gravar seu próprio CD?
Weverton: Era um sonho de moleque. Como eu cantava na igreja, eu queria cantar minhas músicas, não tirar música dos outros. Mas, eu não conseguia compor nem marchinha de carnaval (risos) e, para variar, estava frustrado com produtores que pegavam meu dinheiro e sumiam, ou que não cumpriam o combinado. Entretanto, essa frustração foi fundamental para a composição da minha primeira música, a “Não Desistirei”, que é tema do CD. A partir de então, as coisas fluíram e deu super certo. Eu buscava canalizar coisas que me aconteciam e transformá-las em música.

GAZETA: Foi difícil o processo de vendas e divulgação?
Weverton: Na verdade, foi tudo muito legal! As vendas fluíram bem. Lembro que eu havia feito uma tiragem de duas mil cópias do CD, e muitos disseram que era loucura, mas, na semana antes do lançamento, já não havia mais CDs para o lançamento.
Por se tratar de um sonho, me dediquei para que o lançamento fosse perfeito. O que não consegui fazer, justamente por essa total dedicação, foi impulsionar as músicas em rádios e plataformas. Até cheguei a tocar em rádios de São Paulo e da região, e minhas músicas ainda tocam em algumas delas, mas, não foi o meu foco.
Estou com um novo disco pronto, e, desta vez, já venho com uma cabeça mais madura. Estamos trabalhando a questão das novas plataformas, como Spotify e Deezer, que me dão mais expectativas com a divulgação, visto que são ferramentas que impulsionam uma música com apenas um clique. Posso levar minha música para o outro lado do país.

GAZETA: Se sente satisfeito com sua vida até hoje?
Weverton:: Sinto-me grato por tudo o que Deus vem me dando, mas, satisfeito ainda não, pois, quero fazer muita coisa, se Cristo me permitir. Eu sei que Deus pode me oferecer muito mais, e Ele já vem me abençoando muito. Hoje me vejo ao lado de pessoas que eu era fã, muitas vezes, me pedindo dicas. Eu sou muito grato a Deus, e sei que tudo o que vivo é pela infinita misericórdia Dele.