Espaço artes e artesanato-Crocheteiras

Dulce Pires, Daniela Suzigan, Kelly Azevedo e Kleide Silva relatam o prazer que sentem pela arte

Cosmópolis tem o artesanato como um segmento muito forte para o turismo, apresentando estilos e materiais variados; todos os nossos artesãos são de grande importância para a comunidade e para os visitantes. Uma das principais atividades é o crochê, que chega a ser uma identidade cosmopolense.
Temos aqui muita gente crocheteira, seria impossível contar a história de todos. Então, vamos contar a história de representantes dessa arte, para falar sobre essa atividade tão linda e tão importante para o nosso artesanato.
Nossa trilha começou com a Dulcelaine Pires (Dulce), proprietária do Dulce Pires Armarinhos e Aviamentos (Rua Luiz Manoel de Queiroz, 908 F: (19) 3882-2532). Desde criança, teve paixão por artesanato. Aprendeu muito com sua avó: crochê, tricô, bordado, customização de peças e macramê; essa bagagem foi levada para a vida adulta.
Trabalhou em outras áreas, mas se sentia incompleta. Até que surgiu uma grande oportunidade de adquirir o negócio que hoje é dela. O artesanato a chamou de volta. Com muito esforço e ajuda da família, hoje está trabalhando com o que gosta de verdade.
Seu trabalho vai além do fornecimento de aviamentos e armarinhos; e esse amor é percebido assim que se entra na loja. Além de vender, ela orienta e é uma grande fomentadora do artesanato, tendo grandes projetos.
Dulce pretende criar um espaço onde os artesãos possam se encontrar para trocar experiências ao mesmo tempo em que expõem seus trabalhos; o que é uma grande oportunidade para atrair clientes tanto da cidade quanto de fora.
Conversamos com três crocheteiras, que contaram um pouco de sua experiência. Uma delas é a Daniela Suzigan, 49. Ela conta que aprendeu crochê com a mãe quando tinha oito anos e que sempre fez peças para próprio uso ou para pessoas próximas. O crochê era uma distração e vendia poucas peças.
Em 2012, precisou desistir de seu próprio negócio, foi uma fase difícil e como forma de terapia, passou a fazer mais peças. Consequentemente, passou a vender mais.
Em 2016, o crochê era a sua profissão. Ela diz que sua arte é sinônimo de superação, de dedicação e de muito amor e que não se trata somente de linhas e agulhas, exige estudo, horas de tentativas, até que a peça fique pronta; o que a deixa realizada, principalmente quando recebe elogios de uma cliente. Seu trabalho pode ser encontrado nas redes sociais. No Facebook como Daniela Suzigan e no Instagram como @danysuzigan.
Kelly Savala Azevedo Soares de Lima, 40, desde a adolescência foi encantada pela arte de crochetar e pela magia de transformar linhas em peças tão lindas através de uma agulha.
Aos quinze anos, aprendeu com a madrasta que apenas mostrava como era feito, pois não tinha tempo. E assim ela fez: quando tinha uma oportunidade, pegava a agulha e crochetava. Com isso, passou a ajudar produzindo roupas de crochê, cada vez mais se aperfeiçoando. Encontrou no seu caminho outras pessoas que a ajudaram.
Um dia, recebeu uma encomenda muito especial que lhe trouxe um grande desafio: um polvo de crochê para seu bebê, pois ela havia visto na internet que essa peça, por possuir tentáculos lembravam um cordão umbilical, dando ao bebê sensação de segurança.
Foi ao produzir essa peça que ela conheceu a técnica do amigurumi (uma técnica japonesa para criar pequenos bonecos feitos de crochê ou tricô) e se apaixonou muito mais pela arte do crochê. Ela conta que está sempre estudando para se aperfeiçoar, tornando seu trabalho cada dia melhor.
Ela diz que o crochê primeiro é uma paixão sem fim, que o fato de ver uma peça terminada proporciona a ela uma imensa alegria. Além disso, sua arte sempre a ajudou em momentos de ansiedade, servindo como uma grande terapia. Pode ser encontrada no Facebook como Kelly Artes e Manhas e no Instagram como kellyartesemanhas
Kleide Nascimento Galdino Silva, 45, relatou que em 2015 sua família estava em dificuldades financeiras, ela estava desempregada. Um dia sua filha viu na internet um tapete de coruja feito de crochê. Ela ficou tão encantada que pediu para mãe fazer, ela disse que só sabia fazer peças simples. A filha insistiu, falando que ajudaria, procuraria vídeos com o passo a passo.
Então, ela tentou. Como não tinham dinheiro, o barbante foi comprado no cartão de crédito. Quando o tapete ficou pronto, sua filha ficou tão feliz que postou nas redes sociais. A coruja chamou tanto a atenção, que as pessoas começaram a ligar e fazer encomendas. As encomendas cresceram muito e desde então, não parou mais. Hoje o crochê é a sua profissão.
Ela conta que o crochê a ajudou a realizar muitos sonhos. Um deles é que hoje ela tem um canto de trabalho só dela, com grande variedade de material. Ela também disse que é muito feliz trabalhando com crochê. Seu trabalho é encontrado no Facebook como Kleide Silva.

Texto e fotos: Letícia Atmann Frungilo
Facebook: turismocosmopolis