A artesã vende suas peças para amigos e conhecidos que adquirem para si mesmos ou porque gostam de presentear com artesanato
Mais uma vez, temos a honra de apresentar uma artesã que contribui com a identidade artística de Cosmópolis. Temos explicado, através de nossas matérias, como o artesanato é importante para o Turismo. Sempre que viajamos ou passeamos, é hábito levar algo do local, um souvenir que lembre as experiências passadas, os locais visitados. Por isso, a identidade é muito importante, pois é algo que remete à cidade, que conta uma história e que traz recordações do que vivenciamos e de onde visitamos.
Izabel é cosmopolense, nasceu na colônia Jaguari, da Usina Ester. Cresceu em plenos anos 50, momento da história que não existia grande variedade de materiais e recursos, então as pessoas usavam a criatividade para reaproveitar tudo o que tinham; tudo era reaproveitado ou reutilizado. Não existia muita matéria-prima para fazer artesanato, como hoje temos uma infinidade de cores e texturas de linhas e barbantes. Era comum utilizar o barbante das embalagens de açúcar (sacos) para tecer, fazer tricô e crochê.
A mãe de Izabel fazia crochê utilizando agulhas feitas pelo pai, utilizando pedaços de arame, que eram lixados até modelar o gancho característico das agulhas de crochê. Vendo o Interesse de Izabel, ensinou cedo e permitiu utilizar linhas, agulhas e tesoura desde cedo. Ela também ficava encantada com as redes de pesca que o irmão mais velho tecia e ele logo confiou essa tarefa a ela, por perceber sua habilidade.
Por ter essa grande ligação desde a infância com fios, ela trabalha basicamente com todo tipo de trabalho que envolve tecer: tricô, crochê, bordado, entre outras técnicas, que aprimorou participando de diversos cursos e oficinas.
Izabel traz em sua alma grande carga espiritual e cultural, o que torna seu trabalho único. A artesã transmite a cada peça que desenvolve um significado, ela concebe tudo antes de produzir. Não é apenas um objeto que está ali é uma história sendo contada. “Tudo tem sentido se tiver uma história, eu vendo histórias, na verdade. Quando o processo chega no objeto, é uma história que já foi metabolizada e chegou ali com um formato. Porque senão, não teria sentido fazer um objeto por fazer, não faz parte das minhas crenças”, conta.
Então, quem compra uma peça sua não vai levar apenas algo para decorar ou usar, vai levar também um objeto cheio de significado, história, que ela conta a quem vai adquirir, para que continue tendo significado.
Izabel utiliza todo o tipo de material que chega até ela: fios, tecidos, sucatas de bijuterias (peças quebradas, desbotadas, que perderam pedrinhas, oxidaram, etc.), transformando em quadrinhos, bijuterias, chaveiros, uma infinidade de objetos de valor inestimável, pois sempre possuem uma proposta de transformar objetos já considerados perdidos em algo bonito e útil. É praticamente uma filosofia, onde ela procura transmitir para suas peças a própria história de vida.
A artesã vende suas peças para amigos e conhecidos que adquirem para si mesmos ou porque gostam de presentear com artesanato. Ela também expõe suas peças em festivais e celebrações de Dança Circular Sagrada, como em Holambra, Piracicaba e São Paulo, capital. Muitas delas são procuradas para decoração de clínicas e espaços de práticas das terapias integrativas. Expõe também no Espaço CurArte, em dias de eventos em Cosmópolis e loja Namastê de Artur Nogueira.
Existe um leque extenso de objetos que ela faz: bijuterias, nécessaires, chaveiros, quadrinhos com aplicações de crochê, mandalas de varetas e linhas, mini arranjos florais, cachepôs suspensos e de mesa, cavalinhos de corda de sisal, pingentes de porta, móbiles, espelhos, colares de mesa. Produz também uma linha de produtos devocionais: cocares, Espírito Santo, Filtros dos sonhos, Árvores da vida, Centros para altares ou atividades de dança circular (ligação entre o humano e o divino).
“Artesanato tem muito a ver com autoconhecimento, com uma busca de vida interior, ocupar as mãos para essa viagem para dentro, para eu me tornar uma pessoa melhor e que eu contribua para tornar o mundo melhor também. Melhora para mim e para o mundo”, explica Izabel.
Seu trabalho já alcançou o mundo, além de vender para amigos, pessoas da cidade e também das cidades da região, muitos clientes levam suas peças para outros países. Então, ela tem sua arte representada na Inglaterra, no Japão, Áustria, Estados Unidos, China.
Para encontrar as peças de Izabel é só procurar nas redes sociais. No Instagram, sua página se chama Izabelarteporumfio e no Facebook ela é encontrada por Izabelcomzê Artes Manuais. Ela também aceita encomendas pelo WhatsApp: 1997170-3853
Texto: Letícia Atmann Frungilo
Foto: Silvio Alves
Facebook: turismocosmopolis