No dia 18 de outubro, comemoramos o Dia do Médico, profissão tão importante para todos nós. Como homenagem a todos esses profissionais, a equipe do Jornal GAZETA de COSMÓPOLIS entrevistou o médico Dr. Eugênio Carlos M. M. Silva, de 37 anos, cujas especialidades são Medicina do Trabalho e Medicina do Tráfego, além de também ser especialista em Nutrologia e Perícias Médicas.
GAZETA de COSMÓPOLIS: O que te motivou a ser médico?
DR. EUGÊNIO: Desde pequeno, gostava de acompanhar a rotina do meu pai, que é medico, e tinha mais afinidade com matérias como biologia e ciências. Minha primeira graduação foi como Farmacêutico Bioquímico e, posteriormente, ingressei na faculdade de Medicina.
GAZETA de COSMÓPOLIS: Por que o vestibular é o mais concorrido de todos, pelo dinheiro, status, ou pedido familiar?
DR. EUGÊNIO: Acredito que a somatória destes três fatores leva a grande procura pela Medicina. Mas, por lidar com vidas e para se tornar um bom profissional, valores como dinheiro e status não devem ser levados em consideração. A opinião da família é importante, mas cabe ao estudante trilhar seus caminhos.
GAZETA de COSMÓPOLIS: Quais foram as maiores dificuldades e desafios da graduação?
DR. EUGÊNIO: Sem dúvida nenhuma, é muito mais difícil o período da graduação do que passar no vestibular. Lembro-me como se fosse hoje, das inúmeras noites sem dormir, estudando, e da elevada carga horária de plantões e estágios durante a graduação. Mas, tudo isso é necessário na formação profissional.
GAZETA de COSMÓPOLIS: Muitos companheiros de faculdade realmente desistem quando lidam com morte, sangue e doenças graves?
DR. EUGÊNIO: Meus colegas de turma não desistiram. O que ocorre é uma seleção natural baseada nas afinidades de cada um. Colegas que gostavam mais de urgências se tornaram plantonistas, cirurgiões, ortopedistas. Outros, que não lidavam bem com pacientes críticos, buscaram áreas como a radiologia. A Medicina permite trabalhar sem ter contato com sangue.
GAZETA de COSMÓPOLIS: O MEC liberou mais cursos de medicina no Brasil. Um dia, você acredita que este curso terá a opção em quase todas universidades, assim como Administração, Economia, Direito, Engenharia e etc.?
DR. EUGÊNIO: Acredito que não, pois a estrutura que envolve a abertura de um curso de Medicina é muito complexa, citando, por exemplo, a necessidade de um hospital para os estudantes. Mesmo com a abertura de novos cursos, muitas faculdades tiveram suas vagas diminuídas através da fiscalização do MEC por não cumprirem requisitos básicos. O ponto crítico não é a falta de médicos, e sim, a sua má distribuição, mantendo a desassistência, inclusive, nos grandes centros urbanos.
GAZETA de COSMÓPOLIS: Diferente do passado, quando nem se entendia a letra dos médicos, hoje, muitos trabalham e receitam com ajuda de notebooks e celulares. Essa é uma tendência?
DR. EUGÊNIO: Sim, além de ser uma tendência, diminuem os erros, inclusive, na dispensação dos medicamentos, tornando mais fácil o trabalho dos farmacêuticos. Além disso, é gritante o crescimento da telemedicina, na qual é possível laudar um eletrocardiograma à distância, por exemplo.
GAZETA de COSMÓPOLIS: Qual foi a maior lição que você já aprendeu sendo médico?
DR. EUGÊNIO: No segundo ano da faculdade, um professor me disse: “Atenda todos os seus pacientes como se fossem sua mãe”. Essa frase tornou-se a minha referência, me ajuda a compreender e respeitar as angústias dos pacientes e familiares.
GAZETA de COSMÓPOLIS: Qual é o seu conselho para os jovens que querem se formar em medicina?
DR. EUGÊNIO: É maravilhoso ser médico. Acredite nos seus sonhos e, caso o seu ideal seja ajudar ao próximo e salvar vidas, abdicando de horas e horas de convívio familiar e com amigos, não desista. O mercado de trabalho, ainda que em menor intensidade, é promissor.