Dr. Rodrigo de Angelis responde algumas das principais perguntas sobre a mamografia, que é maior aliada do diagnóstico precoce do câncer de mamas
Chegou o Outubro Rosa, o mês mundial da prevenção do câncer de mama, onde são feitas diversas campanhas de alerta e conscientização da importância dos cuidados e da necessidade do diagnóstico precoce no tratamento dessa doença. Dada a magnitude desse movimento, o médico, ginecologista e obstetra Dr. Rodrigo de Angelis, responde algumas das principais perguntas sobre a mamografia, que é maior aliada do diagnóstico precoce do câncer de mamas.
O que é mamografia?
A mamografia é um exame de imagens das mamas, que são obtidas por meio de radiografia. Ele serve para identificar lesões, nódulos, assimetrias e diagnosticar precocemente o câncer de mamas.
Quando a mamografia de rotina deve ser iniciada?
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) recomendam a mamografia anual para as mulheres a partir dos 40 anos de idade, visando ao diagnóstico precoce e a redução da mortalidade.
Antes dos 40 anos, que exames são aconselhados?
Antes dos 40 anos, as mulheres devem ficar atentas às alterações das mamas e, sempre que houver alguma alteração suspeita, devem procurar esclarecimento médico. Em outras palavras, conhecer a própria mama e ficar atenta a eventuais alterações é o mais importante para evitar um diagnóstico tardio. Além disso, é importante que as mulheres consultem o ginecologista ao menos uma vez por ano —ou mais, se necessário —, para que o profissional realize a palpação da mama e solicite exames de imagem se necessário.
Por que a mamografia aperta tanto os seios?
A mamografia aperta as mamas, pois elas são compostas de tipos de tecidos diferentes (gordura, tecido fibroglandular, ligamentos, vasos, etc.) e uma boa compressão ajuda a dissociar esses tecidos, reduzindo a sobreposição de estruturas para que o médico radiologista consiga interpretar adequadamente. Além disso, é também através da compressão que se consegue uma imobilização adequada das mamas para que o exame não saia tremido. Dessa maneira, se evita que o exame tenha que ser repetido ou que a imagem “borrada” leve a erros diagnósticos. Por último, quanto maior a compressão, maior a uniformização dos tecidos e a redução da espessura das mamas, diminuindo a dose de radiação necessária.
É verdade que a mamografia não é o melhor exame para quem tem mamas densas?
Quando falamos que uma mama é densa, significa dizer que existe uma grande quantidade de tecido glandular visualizado em um exame de mamografia. O tecido mamário é composto de glândulas mamárias, tecido de suporte, e tecido adiposo (tecido mamário não denso). Nesses casos, deve-se realizar a mamografia e, se necessário, complementar com ultrassom de mamas.
A mamografia reduz a mortalidade por câncer?
Existem, atualmente, diversos estudos que comprovam que a mamografia realizada periodicamente pode diminuir a taxa de mortalidade por câncer de mama.
É importante a mulher dizer que tem silicone?
A mamografia para mulheres com prótese pode ser realizada normalmente. Contudo, alguns cuidados devem ser tomados no momento do exame de mamografia para resultados mais precisos, e para evitar qualquer dano à prótese.
O que pode ser feito para a doença ser prevenida?
A prevenção do câncer de mama não é totalmente possível em função da multiplicidade de fatores relacionados ao surgimento da doença e ao fato de vários deles não serem modificáveis. De modo geral, a prevenção baseia-se no controle dos fatores de risco e no estímulo aos fatores protetores, especificamente aqueles considerados modificáveis.
Os principais fatores de risco comportamentais relacionados ao desenvolvimento do câncer de mama são: excesso de peso corporal, falta de atividade física e consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo.
Rodrigo de Angelis, CRM:96086
Ginecologista e Obstetra
Atendimento: Medclin e Total Clínicas