Os dois amigos, que estavam juntos, apareceram. Somente o pedreiro não retornou
Há pouco mais de uma semana, a dona de casa Maria Vilma da Silva Araujo busca informações sobre o paradeiro do marido.
Bernardo da Silva, 58 anos, saiu para pescar com alguns amigos e não retornou.
O casal, que mora no Assentamento Milton Santos, na divisa entre os municípios de Cosmópolis e Americana, vive junto há mais de vinte anos. Porém, a união só foi oficializada, através do casamento, no fim do ano passado.
O desaparecido, que trabalha como pedreiro, em Limeira, chegou em casa no início da noite de terça-feira (14), com um sobrinho e outro colega de trabalho.
Ao encontrar com a esposa, avisou que sairia com os amigos para pescar e que iria trabalhar no dia seguinte. Ao sair, ele pegou algumas roupas de trabalho.
Como o esposo fazia isso regularmente, D. Maria não achou estranho e foi se deitar normalmente.
Durante a noite, a dona de casa acordou algumas vezes, porém, percebeu que o marido não estava em casa.
Na manhã de quarta-feira (15), ao acordar pela manhã, D. Maria, que passaria por exames em uma unidade de saúde, preparou a comida do esposo. Segundo ela, quando percebeu que o marido não chegou, ela aprontou a marmita dele, os outros pertences que regularmente ele levava e foi até o posto de saúde realizar as suas consultas.
Como chegou antes do horário em casa, uma vizinha chegou e avisou que o rapaz, que estava junto com o marido, precisava falar com ela.
No depoimento, prestado na Delegacia de Polícia local, a dona de casa contou que soube do desaparecimento do marido pelo sobrinho.
Segundo ela, “ele contou que estavam pescando quando ouviram disparos de arma de fogo. Ele disse que foram entre treze e catorze disparos. Ele se escondeu e o meu marido saiu correndo com o amigo”.
Dona Maria aguardou o dia todo, porém, o marido não chegou em casa. Diante disso, foi até o Plantão Policial, em Cosmópolis, onde registrou o desaparecimento do marido.
O Setor de Investigações Gerais (SIG), de Cosmópolis, iniciou o trabalho de investigação do desaparecimento do pedreiro.
Os outros envolvidos na pescaria também prestaram depoimento.
Em depoimento, o amigo do pedreiro, um pintor, 27 anos, que também mora em Limeira, contou o que se passou na pescaria.
Segundo o pintor, “começamos a pescar e, depois de uns dez ou quinze minutos, começaram a atirar. Eu me escondi”.
O pintor também contou que ficou escondido até o dia seguinte, pois, não conhecia o local e não sabia ir embora.
O sobrinho de Bernardo também prestou depoimento à Polícia. Ele contou que, após os disparos, saiu correndo. Chegou, a pé, até o asfalto e foi embora para o assentamento, chegando em casa por volta das 3h.
Quando amanheceu, o rapaz foi até a casa do tio, para ver se ele estava e não encontrou ninguém.
Quando a tia chegou da consulta, ele contou o que havia acontecido.
Os investigadores, do SIG, foram até o local e realizaram algumas diligências, na tentativa encontrar informações sobre o desaparecido.
O Corpo de Bombeiros também foi acionado. Havia a possibilidade de o pedreiro ter sido atingido por algum disparo e ter caído na água. No entanto, os bombeiros não encontraram nada no local.
Alguns cartuchos foram encontrados no chão.
Peritos, do Instituto de Criminalística (IC), de Americana, foram acionados. Os cartuchos encontrados foram apreendidos e serão periciados.
No início da semana, o Inquérito Policial, que apura o desaparecimento do pedreiro, foi encaminhado para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG), de Americana.
Todo o trabalho de investigação realizado pelo SIG será encaminhado para o delegado responsável pela Delegacia.
Até o fechamento desta matéria, a vítima não havia aparecido.