Ex-funcionários da Eli Lilly comparecem em massa no Ministério Público do Trabalho em Campinas

A reunião foi com 03 Procuradores da PRT - Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região

Ex-funcionários da empresa Eli Lilly estiveram presentes, na última sexta-feira, 25 de outubro, às 9h30min, no Ministério Público do Trabalho em Campinas – PRT 15ª Região, sede localizada na rua Pedro Anderson, 91, Taquaral – Campinas. Ao todo, o Ministério tem 62 procuradores.

Houve contato prévio da Procuradoria com um ex-funcionário e, em seguida, uma convocação oficial para que ex-funcionários comparecessem no Ministério.

A expectativa foi além do imaginado e houve aglomeração de pessoas no hall de entrada da Sede, porém, devido a uma sala de reunião onde comportavam 100 pessoas já estar em uso, somente 40 pessoas foram autorizadas a entrar em outra sala menor.   A reunião aconteceu no 10º andar, com portas fechadas.  Foi liberada a entrada de um representante do Sindicato dos Químicos de Cosmópolis e Região.

Três Procuradores do Ministério conduziram a reunião.

No início, um Procurador falou do objetivo da reunião. Explicou, inclusive, sobre todo o processo de contaminação, que iniciou em 2008.

A intenção primordial da Procuradoria foi ouvir os ex-trabalhadores. O Ministério deixou claro que esta ação é coletiva, e não de caráter individual, e que todos os ex-funcionários devem estar unidos. Lamentaram também sobre o Meio Ambiente afetado e que existe condenação ambiental.

Este processo é complexo, os Procuradores têm estudado minuciosamente, porém, é composto por 153 páginas; na verdade, um livro. São 50 volumes de processo.

Mas, a notícia ruim inicial para ex-colaboradores é que a Multinacional Eli Lilly tem interposto novos recursos no Ministério onde obteve parecer de Efeito Suspensivo e trancou uma parte do que já havia sido deferido na sentença.   Este Efeito Suspensivo não é comum. Mas pode ser revertido.

O problema é o tempo que tudo isso está demorando e ainda pode demorar.  Por isso, o Tribunal tem o objetivo que a sentença seja cumprida e que a empresa Eli Lilly dê todo amparo a ex-trabalhadores.

Vale lembrar que a Planta Química da Eli Lilly iniciou suas atividades em Cosmópolis em 1977. A quantidade de funcionários que passou pela empresa é significativa. Os Procuradores alegaram que a atual empresa ABL Antibióticos do Brasil tem apresentado muitos relatórios de nomes de ex-funcionários, filhos, terceirizados.

Relembrando que recentemente a Juíza do Trabalho de Paulínia bloqueou até R$ 500 milhões os bens da empresa no Brasil.

Segundo Procuradores, se as empresas concordassem em um acordo seria muito mais rápido atender os ex-trabalhadores. Mas, a Multinacional tem lutado muito, tem muitos escritórios de advocacia trabalhando para isso. A postura tem sido agressiva.

Algo parecido aconteceu no caso Shell e Basf, em Paulínia. Infelizmente, houve muitas mortes  antes das indenizações e benefícios.

Os Procuradores deixaram claro que querem colaborar com ex-funcionários para cada item do processo e mostrar as reais necessidades.

Também foi explicado que quem perdeu ação individual, será beneficiado normalmente por esta nova ação.

Formação de uma Comissão

Os  Procuradores cogitaram que haverá a necessidade de uma formação de uma  Comissão. O processo deve ser racional, todos juntos, unidos. Isso seria uma Porta Voz direta com os Procuradores, com foco na tentativa sempre de falar com as empresas para atendimento de todos.

 Ex-funcionários usam a palavra:

– Se precisarmos fazer exames de toxicologia, por exemplo, quem vai custear? Os ex-empregados estão doentes, sem dinheiro algum para isso.

–  A sensação que temos é de derrota por não termos conseguido até agora um Plano de Saúde.

– Até hoje, existe área contaminada na empresa. E continuam trabalhando.

– Se me perguntarem se quero R$ 1 milhão ou Um Convênio Médico bom, prefiro o Convênio Médico urgente.

– Muitos ex-funcionários estão morrendo dia-a-dia  por problemas de contaminações.  Hoje mesmo, um deles está na UTI do Hospital de Cosmópolis com embolia pulmonar.

Os ex-funcionários criaram um grupo de WhatsApp. Dentre algumas questões auferidas, uma  das decisões  no grupo  foi deixar de contar com a colaboração do Sindicato dos Químicos.  Todos preferiram formar uma Comissão por conta própria.

Antes do término desta primeira reunião com os Procuradores, foi estabelecida uma nova data para Reunião, que será no próximo dia 30 de Outubro, mas desta vez  no 3º andar  do Edifício  Sede do Tribunal, situado na rua Barão de Jaguara, 901, Centro, porém, a entrada dos prepostos deverá ser pela Av. Francisco Glicério, 860 – Centro – Campinas SP. Foi marcada para 14h30, porém, os ex-funcionários devem chegar antes, às 14h00.

Aguarde novas informações.