Ex-maratonista Vanderlei Cordeiro vem a Cosmópolis e relembra o início de sua carreira de atleta

“Eu tenho uma ótima ligação com a cidade, não só por minha história e vivência aqui, mas, também pelo fato de eu ainda ter familiares que residem aqui”, conta o ex-maratonista, bicampeão dos Jogos Pan Americanos e medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004), Vanderlei Cordeiro de Lima.
Vanderlei esteve novamente em Cosmópolis na segunda-feira, 02, para realizar um tratamento dentário, com a Dra. Patrícia Bosshard, esposa de seu sobrinho Sandro. Na ocasião, dividiu suas memórias do início da carreira na cidade.
O maratonista foi trazido do Paraná, em 1990, para Cosmópolis por Sérgio Nogueira, presidente da União Esportiva Funilense, para integrar a equipe de corrida em Cosmópolis. “O Sérgio foi me buscar em Campinas, eu era recém-casado no Paraná e cheguei na rodoviária só com duas bolsas e um tapete que tinha ganhado de presente”.
Já em Cosmópolis, ele passou a morar com sua mulher em uma das casas dos colonos da Usina Ester. Ali, em meio aos canaviais, realizava seus treinos diários.
Posteriormente, com a vinda do técnico Ricardo D’Angelo para o time, os métodos de treino mudaram, passando a realizar duas vezes por semana os treinos específicos na Unicamp, em Campinas.
Já em 1992, Vanderlei conquistou o quarto lugar na São Silvestre.
Posteriormente, os novos títulos foram conquistados e consigo novos apoiadores. Visando essas novas oportunidades, Vanderlei se mudou para Campinas, porém, voltava a Cosmópolis esporadicamente.
Em 1994, sua carreira mudou com a vitória da Maratona de Reims, na França.
Desde então, o conhecimento internacional foi expandido, de forma que ele começou a participar de todas as grandes competições, inclusive, a Olimpíada.
Antes de conquistar sua primeira medalha olímpica, Vanderlei conquistou dois ouros nos Jogos Pan Americanos (1999 e 2003). Um ano após seu último Pan, ele conquistou o bronze nas Olimpíadas de Atenas (2004).
Essa conquista ficou mundialmente conhecida, pois, nessa prova, o maratonista liderava a todo momento, até o instante que foi atacado pelo ex-padre irlandês Cornellius Horan e, mesmo assim, conseguiu estabelecer seu lugar no pódio.
A prova foi atípica em termos de segurança. O maratonista conta que era acompanhado por policiais ciclistas que ficaram muito atrás dos corredores, situações que eram evitadas quando se utilizavam de motociclistas.
Quatro anos depois, em 2008, Vanderlei se despediu da carreira profissional, na São Silvestre, aos 39 anos.
Apesar de toda a longa história fora do País, o medalhista conta que sempre manteve o vínculo com Cosmópolis, pois, seus familiares continuam residindo na cidade, com dois sobrinhos e familiares.
Mesmo passando curtos períodos no município, ele conta que essas visitas o fazem lembrar do começo de sua carreira. “É legal poder voltar a cidade, sempre vem a lembrança de como foi o meu começo”.

Pira Olímpica
Ano passado, Vanderlei foi contemplado com a oportunidade de percorrer os 200 metros finais com a tocha olímpica no Maracanã e acender a pira na cerimônia de abertura dos Jogos Rio-2016.
Entretanto, o ato foi uma surpresa até mesmo para o maratonista. Ele conta que havia sido convidado para estar nos jogos do Rio e convidado para ser o Porta Bandeira do juramento dos atletas. “Não tinha nada a ver com a pira olímpica, tanto que, no dia anterior, eu havia feito o ensaio para a missão de ser porta bandeira”.
Mas, com a desistência de Pelé em acender a pira, alegando problemas físicos, a honra foi passada a Vanderlei. “Havia uma expectativa de qual seria o atleta que acenderia a pira, no entanto, nunca imaginei que poderia ser eu”. A escolha foi feita pelo Comitê Olímpico Internacional.
“Quando fui notificado, recebi de uma maneira muito natural, a ‘ficha’ só foi cair 10 minutos depois. Foi muito gratificante, porque eu não esperava ser tão reconhecido pela minha história dedicada ao esporte”. O maratonista ainda salienta que “acho que é o maior reconhecimento de um esportista, poder estar no seu País e participar de um momento tão esperado nos Jogos Olímpicos, marcou minha vida”.

Talento e Suor
Mesmo com o grande sucesso no esporte, Vanderlei não acredita que nasceu com algum tipo de dom. “Na verdade, o esporte para mim foi algo meio que por acaso, eu conheci o esporte através dos jogos escolares. Em um primeiro momento, não estava preocupado com a competição em si, mas sim, a oportunidade de poder viajar”. Para ele, a conquista é atribuída a muita dedicação, disciplina, foco e vontade de vencer. “Vejo que não nasci atleta, me tornei um”.
Para todos que buscam ter conquista com o esporte, o medalhista olímpico afirma que o mais importante é alimentar o sonho.

Instituto
Ainda em 2008, o maratonista criou o Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima (IVCL). Ele é uma entidade sem fins lucrativos, com sede em Campinas, que utiliza do esporte como meio para o crescimento e desenvolvimento individual. Seu objetivo é proporcionar a prática lúdica do atletismo, aliada às atividades educativas e culturais, com crianças e adolescentes entre 8 e 18 anos.
“O Instituto, na verdade, era uma vontade que tive quando pensei em encerrar minha carreira. Bem antes disso, conversando com meu treinador Ricardo D’Angelo, que sempre esteve ao meu lado, queria fazer algo para retribuir tudo aquilo que o esporte tinha me proporcionado”, conclui.
Vanderlei diz que assim que encerrou a carreira buscou por parcerias que tornaram o projeto possível. “Hoje, eu tento e batalho para fazer e trazer para o jovem algo que não tive no começo da minha carreira. A oportunidade por dentro do esporte”.
Mesmo que nem todos se tornem profissionais, Vanderlei ainda ressalva que o esporte é importante para estimular a disciplina e o caráter dos jovens.

Conversa de consultório
Toda a entrevista realizada pela GAZETA de COSMÓPOLIS com Vanderlei se deu após tratamento dentário com a dentista Dra. Patrícia Bosshard.
O maratonista vem a Cosmópolis tratar dos seus dentes, pois aqui ele considera estar em ‘boas mãos’. “Além de confiar, posso dizer que a Patrícia está correndo atrás de mim. Sou muito grato pelo carinho dela e do marido dela, Sandro, meu sobrinho.
Acredito que todos os pacientes que passaram por ela sabem do profissionalismo e responsabilidade que ela tem. Acho que isso faz o grande diferencial, fazer com amor, dedicação e comprometimento”, finaliza Vanderlei, sorrindo.
Serviço: A Dra. Patrícia Bosshard Gomes (CRO 68123), cirurgiã
dentista, atende na rua Expedicionários, 845 – F. 3872 1823.