Com o feriado da Sexta-feira Santa se aproximando, é comum muitas famílias se reunirem para comemorar essa data. Encontros familiares costumam trazer também refeições diversificadas, repletas de opções para todos os gostos. As massas são a preferência para as refeições principais, e os doces, para a sobremesa. Entretanto, o excesso de alimentos desse tipo pode prejudicar a saúde e aumentar os riscos de doenças.
De acordo com a Nutricionista Daniela Menardo, muitos pensam no excesso de açúcares de carboidrato somente como algo que engorda e faz “sair da dieta”, porém, os efeitos vão muito além da questão estética. “Os açúcares advindos do açúcar de cozinha, da batata frita, do pãozinho torrado, do pastel, da lasanha, entre outros, são os maiores geradores de espécies reativas de oxigênio – chamados de “EROS”. Estes EROS promovem estresse oxidativo – ou seja, a presença de muitos radicais livres no corpo, o que aumenta os mediadores inflamatórios. O resultado disso é um maior risco de diabetes, doenças cardiovasculares, celulite e envelhecimento precoce”, informa.
Na pele, a ação do excesso destes radicais livres pode ter consequências irreversíveis. “Os EROS, por exemplo, fixam-se nas fibras de colágeno e elastina que formam a estrutura da pele. Essas fibras se enrijecem e são danificadas, fazendo com que a pele perca a elasticidade, e as consequências são as rugas que se instalam e que são bastante visíveis”, explica a especialista.
Nas crianças, profundas admiradoras das comidas mais “saborosas” e, principalmente, dos doces na Páscoa, os efeitos do açúcar são muito maiores. Por essa razão, os pais e responsáveis devem dosar a quantidade de alimentos desse tipo que a criança ingere, a fim de evitar problemas e complicações precoces.
Para tentar minimizar os efeitos desses radicais livres no corpo, a Nutricionista afirma que é preciso fazer boas escolhas alimentares, começando pela diminuição no consumo de açúcar. “Um bom começo é controlar o índice de carga glicêmica das refeições. Além disso, estratégias como o uso de fitoquímicos podem ser benéficas, como a quercetina, miricetina e kampferol, encontrados em vegetais verde-escuros, frutas adstringentes, oleaginosas, gengibre, canela, erva cidreira. Porém, não adianta comer um quilo de doce e tomar uma xícara de chá; a dieta deverá conter ajustes para que não tenha produção excessiva de radicais livres, e, para isso, o ideal é sempre procurar um profissional nutricionista que estude seu caso individualmente”, ressalta ela.
Outro grande vilão da saúde é o adoçante artificial, principalmente, quando usado com a intenção de ser mais saudável. “Tenham cuidado, porque o uso indiscriminado de adoçantes artificiais é muito preocupante; afinal, quanto mais doce, pior. Os receptores para esse sabor doce estão presentes na língua e no intestino, então, quanto maior o sabor doce, maior acontece a ativação desses receptores e maior é a absorção de açúcar – ou seja, os adoçantes podem ser um facilitador de absorção de carboidrato. Quanto mais açúcar absorvido, maior liberação de insulina, aumentando a conversão do açúcar em triglicerídeos no tecido adiposo, em que o resultado será a gordura!”, adverte Daniela.
A profissional aconselha que o correto seria não usar açúcar em nenhuma bebida ou alimento em seu dia-a-dia. “Porém, para quem não consegue ficar sem, sugiro usar açúcares de índice glicêmico menor, como o Xilitol, ou utilizar um açúcar natural, como o de coco. Para bolos, sugiro o açúcar mascavo ou demerara, mesmo assim, não exagerando na quantidade”, esclarece ela.
Portanto, para ter uma Páscoa sem riscos e com saúde, o ideal é não exagerar. Massas, frituras e doces, além de engordarem, causam doenças à saúde do corpo que são, na maioria das vezes, irreversíveis, e que podem te acompanhar por toda uma vida.